Capítulo 1 - The road so far

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(Maya)
...

O fim do outono estava próximo, era perceptível pelo imenso frio nas ruas de Tóquio pelo fim da tarde. Eu caminhava devagar por aquelas ruas desertas a procura de algum local para furtar um pouco de comida e medicamentos, qualquer coisa que pudesse me ser útil nas circunstâncias atuais. Tinha comigo apenas um machado de tamanho médio um pouco pesado, um par de soqueiras, uma faca e uma mochila grande, onde carregava os itens menores.

Após andar por cerca de 2 horas, me esgueirei para dentro de uma loja com cuidado, a cena que vi quando entrei foi um tanto quanto horripilante, corpos de zumbis espalhados por todo o chão, em suma estava acostumada a ver esse tipo de cena, já que via há alguns meses, mas não deixava de ser grotesco.

Pulei por cima dos cadáveres com ainda mais cuidado, não queria ter a infelicidade de encontrar algum corpo ainda vivo no meio daqueles zumbis.

Se bem que vivos eles não estavam há muito tempo.

Me surpreendi ao encontrar várias prateleiras ainda cheias de comidas e remédios, acredito que os zumbis haviam tomado aquele lugar antes que alguém pudesse levar as mercadorias.

Após encher minha mochila com comida e medicamentos para gripe (pois veja bem, sou uma pessoa precavida. Estou no meio de um apocalipse zumbi, a última coisa que quero é ficar doente e não poder me proteger), me dirigi para fora da loja, em busca de algum lugar para passar a noite.

– Acho que eu deveria trocar isso por algo mais leve. – eu disse para mim mesma, me referindo ao machado que carregava, enquanto massageava meu braço dolorido por carregá-lo.

Alguns quilômetros à frente, me deparei com uma escola um tanto quanto grande, parecia completamente vazia, exceto por alguns zumbis do lado de fora. Decidi entrar e procurar por uma sala confortável para ficar e quem sabe algum bastão ou algo do tipo.

Entrei na escola abrindo passagem por entre os zumbis, e cheguei à um corredor coberta de sangue de zumbi. Neste corredor continham algumas salas, então decidi dar uma explorada antes de entrar em alguma delas para dormir.

Enquanto abria as portas uma por uma, fui surpreendida por um garoto extremamente bruto, de cabelos vermelhos, que me puxou pelo braço e me prensou na parede, com um braço apertando meu peito contra a mesma e a outra mão apertando meu pulso.

– Ai! Caramba, quem é você? – eu reclamei.

– Eu que deveria estar fazendo essa pergunta, quem é você e o que está fazendo aqui? – ele perguntou, parecia muito sério.

– Ei Zion, pare com isso, solte ela! – um menino de expressão amigável disse se aproximando e botando a mão no ombro de Zion.

– Não até ela responder minha pergunta.

– Credo, você nunca ouviu falar em respeito com as mulheres? – eu disse logo antes de pisar com força em seu pé e dar uma cabeçada em seu rosto, fazendo assim com que ele me soltasse. – Assim está melhor, não acha?

– Ai! Sua... – ele se interrompeu.

– Agora, respondendo à sua pergunta, eu só estava procurando um lugar para dormir. – eu disse.

– O quê? Você ia dormir aqui? – o garoto de cabelo platinado perguntou. – Mas essa parte da escola não é nada segura.

Dei de ombros.

– Com certeza já dormi em lugares piores. – eu disse um pouco baixo.

Zion resmungou algo inaudível enquanto o outro garoto me olhava com uma expressão indecifrável, talvez fosse algum tipo de pena ao ver minha situação: uma garota de 17 anos, sozinha há meses e coberta de sangue de mortos vivos.

– Acho que você pode vir conosco, pelo menos por essa noite. – ele disse. Zion chamou ele no canto e cochichou em seu ouvido algo que pude escutar.

– Não pode fazer isso sem a aprovação dos outros. – Zion disse

– Ei, olhe para ela, está óbvio que não dorme há dias. – ele respondeu.

– De qualquer forma, ela pode estar infectada. – Zion protestou e eles me olharam.

– Olha, eu estou bem de verdade, podem me deixar aqui. Até porque eu não me dou muito bem em grupos mesmo. – eu disse coçando a nuca.

O menino de semblante sereno negou com a cabeça.

– Não podemos te deixar sozinha, venha conosco. – ele disse.

Bom, eu acabei seguindo eles, mesmo sabendo que nenhum de nós estava verdadeiramente confortável com essa situação, talvez eles realmente achassem que eu estivesse infectada, ou talvez só tivessem aprendido como eu a não confiar em ninguém, de qualquer jeito, nós esquecemos disso durante todo o trajeto até o terceiro andar.

– Aliás, qual seu nome? – o rapaz mais educado perguntou.

– É Maya, e o seu? – eu disse.

– Harry, você tem um lindo nome. – ele sorriu, me fazendo deixar escapar um pequeno sorriso também.

Chegando ao terceiro andar, entramos em uma sala onde algumas outras pessoas estavam reunidas.

– Mas que merda é essa? Quem é ela?! – uma menina disse assim que me viu.

– Scarlett se sente, nós já vamos explicar. – Harry disse.

– Fale por você, eu não vou explicar nada. – Zion disse indo para um canto.

– Com licença, eu devo te lembrar de que foi você que foi mexer com quem estava quieta? – eu disse para Zion.

– Pff, que seja. – Zion disse revirando os olhos.
....

Esta é uma fanfic inspirada no jogo Dangerous Fellows e no Dorama All of us are dead.
Esperamos que gostem!

Born to Die - Dangerous Fellows Onde histórias criam vida. Descubra agora