Entre a verdade e falsos sacerdotes

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Continuando esse monte de abobrinha que eu tenho pra escrever, vem a parte espiritual da coisa, como havia dito anteriormente, são meus pensamentos traduzidos em palavras, como uma forma de exercício e inspiração.

Eu já perambulei por muitos caminhos no sentido religioso, já fui católico e ao chegar na adolescência e começar a ir pro lado niilista, passei a ser ateu, ateísmo esse que ainda permeia minha cabeça e me faz ter dificuldades em colocar em prática certas coisas em que acredito, hoje diria que sou politeísta, mas tem suas particularidades.

Seguir uma religião nunca foi muito do meu feitio, por ser um conceito alheio sobre deuses, fez com que eu esquivasse sempre que possível, até porque é comum que falsos sacerdotes utilizem da palavra divina em benefício próprio e assim distorcendo a ideia da coisa em si.

Ao passar pelo ateísmo, pareceu mais uma espécie de rebeldia momentânea contra o padrão da sociedade do que uma convicção sobre entidades e etc, mas ainda existe um pouco disso em mim, como previamente dito.

Religião é uma espécie de atalho para divindades, uma forma simplificada de se conectar com o que está "acima" de nós, pois gera uma fonte de alimentação maior para aquela energia que está sendo cultuada naquele espaço específico, esse é meu pé atrás com religião, o que de fato estão cultuando? Pois a fé pode ser no Deus que tanto se fala, mas será que é pra Deus que o sacerdote está cultuando mesmo? Ou é só uma forma de cativar as pessoas, alimentando o próprio ego do que a energia em si?

Dessa forma, o politeísmo me cativou, juntando as várias experiências e pensamentos que tive, podendo formar uma ideia mais única do que é aquilo que eu sinto e acredito. A partir do momento que comecei a ver entidades não como seres poderosos (não que não sejam) e sem forma, mas sim como energias que estão andando lado a lado conosco, nem acima, nem abaixo, mas dentro de nós como um todo, uma espécie de fusão entre tudo e todas as coisas presentes no universo, além da matéria.

A questão energética se dá que várias entidades na verdade são a mesma energia em diferentes culturas: Ishtar, Inana, Astarte, Vênus, Afrodite, Ísis são nomes diferentes para mesma deusa, no cristianismo, essa energia é um demônio de nome Astaroth, curioso como tudo termina se interligando de alguma maneira, sendo para o “bem” ou para o “mal”, que outro ponto que termino discordando nessa questão, entidades estão além do que pode se considerar bom ou ruim, pois isso está ligado apenas a natureza humana. Além de que elas não parecem querer interferir em nossas vidas exceto se pedirmos, é comum vermos sobre como o responsável por isso ou aquilo é Deus, ou como algo ruim é simplesmente “o cão atentando”, mas no que eles realmente intervém? Se é tudo fruto do que o ser humano faz.

Schopenhauer disse uma vez que chamamos de destino as asneiras que cometemos e de certa forma eu concordo com isso, hoje eu não acredito nisso, como o próprio Neo diz em Matrix: “Não acredito em destino. Porque não gosto da idéia de não poder controlar minha vida.” e acredito que ele está correto sobre isso. Mas então surge o caos e suas engrenagens, a vida parece correr sob as engrenagens do caos, as aleatoriedades que se sucedem e tudo isso culmina no que de certa forma poderíamos chamar de destino.

Na minha percepção, entrar em contato com entidades de qualquer religião ou mitologia é uma espécie de “life hack”, pois se pedimos algo a essas entidades, estaríamos retirando um pedacinho da aleatoriedade do caos e colocando ordem, adicionando uma pitada de previsibilidade em algo completamente imprevisível por natureza. Eu não acredito que isso seja errado, já que o controle está conosco. E aí vem a parte do que fazemos com isso, na maioria das vezes as pessoas buscam benefícios materiais, coisas mundanas sem um verdadeiro valor. Acho que não faz sentido buscar nada além do conhecimento e melhor, autoconhecimento.

Nossa energia, convergindo com energias divinas, podendo nos ensinar tanto sobre tanta coisa, não acredito que exista motivo pra buscar o material, já que conhecimento nunca é demais e é a única coisa de valor que levaremos conosco pra sempre. Nessas experiências, foi exatamente o que eu pedi, sabedoria, para entender mais sobre mim e consequentemente sobre tudo, engraçado é pensar não ter funcionado durante um tempo, mas hoje eu vejo o quão foi benéfico pra mim, enquanto pedir o material ou coisas que estão além de mim pareceram não surtir efeito algum.

Estando cada vez mais sob influencia de Crowley, eu percebi que cada obra que eu lia sobre ele, parecia ter sido escrita por mim, como se decadas atrás, ele tivesse pedido por conhecimento assim como eu, é engraçado e bizarro.

Enfim, a questão é que, entidades estão no mesmo nível que nós, a diferença é que eles parecem ter o poder divino e sobrenatural de fazer as coisas acontecerem, enquanto nós, apenas o poder físico, de poder tocar a matéria e fazer as coisas acontecerem desse jeito. Essa é minha visão sobre a fé, ela não deve ter barreiras, ela deve ser de todos e não deve ser intolerante a nada, pois não existe nada errado pra acreditar, apenas visões diferentes.

E aí, eu te pergunto, faz sentido ou estou ficando louco?

Mentiras de um falso sacerdoteOnde histórias criam vida. Descubra agora