Headspace

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A manhã começa como todas as outras. O despertador toca, e eu me levanto, arrastando-me para fora da cama. A rotina é um fardo, mas eu a sigo, como uma soldada obedecendo ordens. Trabalho, faculdade, casa... o ciclo interminável.

No supermercado, as luzes fluorescentes piscam como faróis de alerta. Os sons se misturam em uma cacofonia ensurdecedora. As vozes dos colegas, os carrinhos de compras rolando, o zumbido do ar-condicionado—tudo me ataca, como agulhas invisíveis perfurando minha pele.

*"Respire fundo, Emily,"* digo a mim mesma. *"Você consegue."*

Mas então, algo muda. Uma onda de ansiedade me engole. Meu coração dispara, e o ar parece rarefeito. Eu corro para o banheiro dos funcionários, trancando a porta atrás de mim. As lágrimas escorrem pelo meu rosto, e eu me agarro à pia, como se ela pudesse me ancorar.

*"Por que estou assim?"* A pergunta ecoa. Eu não sei. Talvez seja o estresse, a pressão, a sensação de não pertencer. Eu me sinto pequena, frágil, como se o mundo fosse um monstro prestes a me devorar.

As princesas aparecem na minha mente. Elas dançam, como estrelas em um céu noturno. Cinderela, com seus sapatinhos de cristal. Ariel, com suas sereias cantantes. Bela, com sua biblioteca encantada. Elas enfrentam dragões, mas os delas são mais literais. Eu enfrento os meus internos.

*"Eu posso sobreviver a isso,"* repito. *"Eu sou forte."*

Mas a realidade é implacável. Eu me agarro à pia, as unhas cavando a porcelana. O espelho reflete meu rosto pálido, os olhos assustados. Eu não quero ser fraca. Eu não quero desmoronar.

*"Emily, você está bem?"* A voz de uma colega ecoa do lado de fora. Eu não consigo responder. As palavras estão presas na garganta. O surto me consome, como uma tempestade furiosa.

*"Eu posso sobreviver a isso,"* repito, mas não tenho certeza. Talvez eu seja apenas uma estrela cadente, prestes a se apagar. Ou talvez eu seja uma princesa, enfrentando meus próprios dragões invisíveis.

E assim, no banheiro frio e impessoal, eu luto. Eu respiro. Eu choro. E espero que, de alguma forma, eu possa encontrar a magia novamente.

Eu respiro fundo, enxugo as lágrimas e saio do banheiro. O mundo ainda está lá fora, implacável e barulhento. Mas eu também estou aqui, lutando contra meus próprios dragões invisíveis.

No corredor do supermercado, os clientes passam apressados. Eles não sabem o que se passa dentro de mim. Eles não veem a tempestade que ameaça me engolir.

“Preciso continuar,” repito para mim mesma. “Sou forte.”?

*voltando ao trabalho, pessoas me dirigem a palavra "Por que não consigo responder? Por que todos gritam comigo?"* As palavras dos clientes se misturam, formando um turbilhão de vozes. Eu me sinto pequena, encurralada. Os olhares acusadores, as expectativas—todos eles me sufocam.

*"Respire, Emily,"* digo a mim mesma. *"Você é forte."*

Mas a ansiedade é como um monstro faminto. Eu tento articular uma resposta, mas as palavras fogem. As mãos tremem, e o suor escorre pela minha testa. Eu sou uma constelação em colapso, prestes a se apagar.

*"Eu posso sobreviver a isso,"* repito, mas a dúvida persiste. Talvez eu não seja forte o suficiente. Talvez eu seja apenas uma estrela cadente, caindo em direção ao abismo.

*"Emily, o que você está fazendo aí?"* A voz do gerente corta o ar. Ele está irritado, impaciente. Eu não consigo responder. As palavras estão presas na garganta, como pedras afiadas.

Desculpa, não  viramos  princesasOnde histórias criam vida. Descubra agora