Desculpa, não viramos princesas

the end

**Capítulo Final: "Estrelas Cadentes"**

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*Emily está sentada à beira da janela, olhando para o céu noturno. As estrelas brilham como diamantes, e ela se pergunta se alguma delas é o seu portal azul.*

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*"Eu não sou uma princesa,"* Emily pensa. *"Eu sou apenas uma garota comum, perdida entre dois mundos."*

Ela se lembra das conversas com sua versão mais jovem, quando acreditava que o mundo era um conto de fadas. Ela se lembra das estrelas de neon no teto do seu quarto, das paredes feitas de nuvens. Ela se lembra de quando o portal azul apareceu pela primeira vez, e ela se viu dançando com as princesas.

*"Eu queria ser corajosa como Cinderela,"* Emily sussurra. *"Eu queria ter a liberdade de Ariel. Eu queria encontrar meu lugar, como Bela."*

Mas a realidade é implacável. Os gritos da mãe, os olhares julgadores, a sensação de não pertencer. Emily não é uma princesa. Ela é apenas uma constelação em colapso, prestes a se apagar.

*"Eu não posso mais,"* Emily diz para si mesma. *"Eu não posso continuar lutando."*

Ela escreve uma carta, deixando-a sobre a cama. Uma carta para sua versão mais jovem, para a menina que ainda acredita em magia. Ela explica que o mundo não é um conto de fadas, que as estrelas não são fadas dançantes. Ela explica que a vida é difícil, que os monstros são reais.

*"Eu tentei,"* Emily escreve. *"Eu tentei ser forte. Mas não sou uma princesa. Sou apenas eu."*

Ela fecha os olhos, imaginando o portal azul. Ele está lá, convidativo, como uma promessa de escape. Ela se vê dançando com as princesas, sorrindo, livre. Ela se vê voando pelas nuvens, indo para lugares distantes. Ela se vê encontrando seu príncipe, alguém que entenda suas peculiaridades, seus medos, seu amor pelas estrelas.

*"Eu não posso esperar pelos capítulos maravilhosos que ainda teriam,"* Emily pensa. *"Eu não posso esperar por um final feliz."*

Ela se levanta, olhando para a carta. Ela a deixa sobre a cama, ao lado de uma estrela de papel que fez quando era criança. Uma estrela cadente, prestes a se apagar.

E assim, Emily se despede do mundo. Ela fecha os olhos, Ali, com os pés afundados na cama, ela ergueu o olhar para o teto. As estrelas piscavam como faróis distantes, e ela  se despiu das amarras da vida, como quem tira um casaco velho e pesado. As lágrimas rolaram por seu rosto, mas não eram lágrimas de tristeza. Eram lágrimas de alívio,  e olhando as estrelas ela imaginou que talvez houvesse um lugar além delas, onde a dor não existisse. Um lugar onde o silêncio fosse a única canção. Com olhos fechados, respiração  pesada pelo oque tomou.. imaginando o portal azul. Ele a chama, como um farol no meio da escuridão. Ela se vê dançando com as princesas, sorrindo, livre. E então, ela se deixa levar pelas estrelas, como uma constelação que finalmente encontrou seu lugar.

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*Nota do Autor:*

Emily não conseguiu ser princesa, mas agora conhecem a menina que lutou contra seus próprios dragões invisíveis. Que sua estrela brilhe para sempre no céu noturno, lembrando-nos de que a magia existe, mesmo nas noites mais escuras. 🌟✨

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*Nota do Autor

A falta de diagnóstico afeta alguém de maneiras profundas e muitas vezes invisíveis. Emily não teve um rótulo para sua luta, mas isso não diminuiu sua dor. Que possamos lembrar de olhar além das aparências e oferecer compreensão e empatia a todos que enfrentam seus próprios dragões. 🌟✨