Mães

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Tanjirou suspirou, se preparando mentalmente para o que viria assim que ele abrisse a porta de casa.

—Eu tô de volta...— Anunciou com a voz mais baixa do que ele preferia ter saído.

—Onni-chan?— E assim como esperava, ouviu uma voz conhecida que soava preocupada e até um tanto desesperada lhe chamando.

—Sim, sim... Sou e... IH!!!!— O Kamado levou um susto, em um segundo estava no sozinho no corredor e no outro dois corpinhos pequenos de crianças vieram praticamente voando em sua direção para abraçá-lo, não que ele se importasse com os abraços de seus irmãozinhos, mas ele quase caiu daquela vez e ele já tinha tido sustos o suficientes aquele dia.

—Onni-chan!!!— Você voltou!!!— Gritou sua irmãzinha mais nova Hanako.

—Você sumiu! A gente tava preocupado!— Disse Shigeru, o mais novo de todos, ambos abraçavam o irmão mais velho como se suas vidas dependessem disso.

—Pronto, pronto...— O de brincos usou as duas mãos para acariciar as cabeças de ambos os irmãozinhos— Me desculpem por ter preocupado vocês...— Mal teve tempo de acalmar os dois e ouviu mais passos vindos em sua direção, passos de pessoas que pareciam nervosas.

—Tanjirou!!!— E assim como imaginou, sua mãe veio correndo junto com seus dois outros irmãos vindo atrás e um semblante preocupado. A mulher imediatamente se aproximou o bastante para colocar as mãos em ambos os ombros do filho e examinar seu rosto como se procurasse feridas ou algo do tipo— Oh meu Deus, meu filho! Você está bem?

—Eu tô mãe, me desculpe mesmo essa demora toda...— Disse um pouco envergonhado de si mesmo por ter preocupado tanto a sua família.

—Onde você estava? Por que demorou tanto?— Kie perguntou, sabia que seu filho não teria saído para algum escondido, especialmente quando ele mal conhecia a cidade ainda.

—Não me diga que você se perdeu de novo— Takeo, o terceiro mais velho perguntou cruzando os braços.

—Então... Foi exatamente o que aconteceu...— Admitiu olhando para baixo e coçando a nuca envergonhado, recebendo vários suspiros em resposta.

—Eu nunca mais vou deixar você volta pra casa sozinho de novo, Tanjirou...— Disse Kie.

—Desculpa, mãe— Desculpou-se mais uma vez, Kie parecia que iria dizer alguma coisa mas se interrompeu ao ouvir o barulho de uma caneta riscando o papel. Todos pararam e olharam para Nezuko, que escrevia rapidamente alguma coisa em um caderno antes de virar para que seus familiares vissem.

"Da próxima vez eu vou andar com você em uma coleira, Onni-chan"— Era o que estava escrito. Todos conseguiam identificar um tom de brincadeira mesmo que não houvesse exatamente um tom de voz para ajudar a identificar.

—Não me trate como um cachorro, Nezuko...— Pediu entrando na brincadeira, arrancando algumas risadas do resto de sua família que foram mesmo merecidas depois do susto que tinha dado neles— Será que eu poderia entrar agora?

—Tudo bem, tudo bem, deixem o seu irmão entrar, meninos— Sugeriu a mãe.

—Sim senhora!— E os mais novos imediatamente soltaram o irmão que agora finalmente podia tirar os sapatos.

—Ah...— E não pode deixar de soltar um suspiro aliviado, seus pés estavam o matando— Ah sim— E virou-se novamente para a sua mãe— A gente tem notícias do papai, mãe?

—Ah sim— Kie não pôde deixar de abrir um curto sorriso— O seu pai já está bem melhor, ele deve voltar pra casa em breve, ele só vai ficar em observação no hospital por mais um tempinho.

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