Aula de reforço [Tanzen]

Caixa de doces

—Está tudo bem aí, meninos?— Perguntou Tanjurou olhando pra cima.

—Tudo ótimo!— Pôde ouvir apenas a voz abafada de Takeo já que não conseguia vê-lo.

No final das contas o casal se viu na obrigação de aceitar a proposta do terceiro filho e permitir que ele "se mudasse" para abrir espaço para o bebê, mas apenas com uma condição: Ele pegaria o sótão e não o porão pois seus pais insistiram que seria cruel demais se o menino não tivesse sequer uma janela. Não que adiantasse de muita coisa considerando que o garoto provavelmente a manteria fechada durante uma boa parte do tempo.

Mesmo que não fosse o porão que ele queria, o garoto aceitou o sótão de bom grado, ainda era o estilo de vida que ele tinha em mente, só um pouco menos escuro e pelo menos quando fosse verão ele poderia abrir a janela caso estivesse muito calor. Agora ele estava limpando o lugar para começar a colocar suas coisas enquanto seus pais estavam parados em pé na frente da escada que levava ao sótão/seu novo quarto, ambos queriam ajudar mas Kie proibiu Tanjurou de subir devido à seus pulmões fragilizados e Tanjurou proibiu Kie de subir devido à gravidez, deixando o menino contar com ajuda apenas de sua irmã mais velha naquela limpeza.

—Aqui vai um balde!— Tanjirou disse se aproximado com um balde cheio de água para os dois naquela limpeza— Ah pera, como eu....— O garoto percebeu assim que parou na frente das escadas que não teria como entregar para os dois visto que não conseguiria subir uma escada tão íngreme com um balde de água na mão.

—Deixa comigo filho— Tanjurou disse pegando o balde e o levantando com um braço. Devido à sua altura, era possível alguém que estivesse lá em cima pegá-lo sem problemas— Oi, alguém pode vir pegar? Isso tá meio pesado.

Assim que ouviu o pedido do pai, Nezuko saiu correndo para a "portinha" do sótão e segurou o balde, se assustando inicialmente com o quão era pesado, mas rapidamente se acostumando e o colocando no chão ao seu lado.

—Obrigado minha filha— Como resposta, Nezuko levantou uma mão fazendo um sinal de "ok" com os dedos antes de voltar à trabalhar.

—Oh querido...— Kie disse recostando a palma da mão em sua bochecha— Estou tão preocupada com a situação do nosso menino...

—Não se preocupe tanto, meu amor— Sugeriu Tanjurou colocando uma mão no ombro de sua esposa e acariciando aquela região com carinho— Ele mesmo que sugeriu e insistiu, além disso o Takeo só tem 13 anos, garotos de 13 anos se comportam assim...

—Mas o Tanjirou não teve isso...— Disse olhando para o filho mais velho que ainda estava parado ali na frente dos pais.

—Acho que não... Mas eu andei de casaco pra tudo quanto era canto por um tempo, mesmo morrendo de calor— Lembrou Tanjirou.

—Eu tô surpreso que o seu irmão não fez isso ainda— Brincou Tanjurou.

—Ainda assim... Não acha que ele vai se sentir excluído ou algo do tipo estando no sótão? Ainda mais com um irmãozinho novo chegando...

Tanjurou abriu a boca para falar, mas antes que o pudesse. Takeo apareceu na portinha que dava pro porão olhando para baixo com uma expressão "iluminada" no rosto.

—Pai! Essa coleção de Angel Slayer é sua?

—É sim filhão— Disse olhando para o filho com uma certa animação no olhar, não esperava que um de seus meninos ia reconhecer aquele mangá— Por que? Você gosta?

—Ahãm! É o meu anime favorito!

—Que coincidência!— Disse o homem animado— Era o meu mangá favorito desde que tava saindo! Ei, se você quiser pode ler os da minha coleção.