ᴄᴀᴘ ᴛʀᴇ̂ꜱ → ʀᴏᴛᴀ ᴅᴇ ꜰᴜɢᴀ

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No quarto escuro, meu coração ainda pulsa freneticamente. Ao meu lado, o rapaz permanece firme, sua postura serena contrastando com a tensão perceptível em sua voz. O silêncio é ensurdecedor, quebrado apenas pelo eco dos passos arrastados atrás da porta, um lembre constante da ameaça que nos rodeia desde que estamos presos nessa situação.

— Temos que pensar rápido, não podemos ficar aqui para sempre - Digo, esfregando a testa. O garoto assente em silêncio.

Cautelosamente, começamos a explorar o quarto em busca de algo que possa nos ajudar. A luz fraca do luar que entra pela janela revela móveis antigos porém bem arrumados. Nossos olhares rapidamente percorrem o cômodo sem encontrar nada útil. Não é possível que não haja nada para nos defendermos. De repente, o rapaz para em frente a uma parede, seus olhos fixos em uma pequena rachadura no chão.

— Acho que encontrei algo - Murmura ele, agachando-se para examinar mais de perto.

Curiosa, me aproximo para ver o que ele encontrou. Com cuidado, ele coloca os dedos na rachadura e levanta uma pequena tampa de metal. Abaixo dela, encontramos um compartimento oco, contendo alguns objetos empoeirados e esquecidos. Entre eles, uma foto antiga chama minha atenção. Na foto, Minho Zeng está sorrindo ao lado de uma pessoa que o rosto está borrado. Isso é estranho. Não o conheço bem, mas ele não parecia ter motivos para esconder algo, ou melhor alguém. Pelo visto estava enganada.

— Quem é essa pessoa? - Pergunto, segurando a foto.

O garoto franze a testa, tentando discernir quem poderia ser a pessoa borrada na foto. Mesmo com o cabelo à mostra, não consigo identificar quem seja, sequer desconfio. Acho que vou ficar na dúvida mesmo.

— Não faço ideia. Mas talvez Minho saiba.

Guardo o papel fotográfico em um dos bolsos de minha jaqueta. Talvez precise dele mais tarde.

Retomando a busca, sou atraída por algo que passou despercebido. Uma pequena gaveta trancada na parte inferior do guarda-roupa. Por sorte, a chave dela estava caída próxima, facilitando o trabalho. Finalmente um pouco de sorte. Dentro dela havia uma lanterna, canivete suíço e o mais importante, o mapa da universidade inteira. Mesmo cursando aqui a um ano, nunca fui informada dos compartimentos secretos.

Com a lanterna em mãos, podemos explorar os corredores escuros com mais segurança, e o mapa nos dará uma visão melhor do prédio para encontrar rotas alternativas quando estivermos em situações como essa de agora. Mas isso ainda não faz sentido. Por que uma das melhores universidades tem compartimentos secretos? E qual motivo deles existirem? Isso fica cada vez mais estranho. Receio ser a única confusa no meio disso tudo.

— Lugares secretos? Nesta universidade? - Ele indaga, com um misto de surpresa e incredulidade na voz.

— Tive a mesma reação. É estranho, não acha? - Meus olhos passeiam pelo vasto mapa. — Mas será de grande ajuda.

Os barulhos no corredor tornam-se mais intensos, as criaturas parecem mais agressivas e agitadas do que antes. Não vai demorar para a porta acabar cedendo, quando isso acontecer, será nosso fim. Precisamos sair daqui. Em um momento de desespero, corro até a janela e olho ao redor, procurando rapidamente por uma rota de fuga. Meus olhos examinam incansavelmente o exterior do prédio, o nervosismo era tanto que demorei para perceber o poste de bombeiro bem ao lado. Respirei fundo aliviada. Ainda temos uma chance.

— Olhe! - Exclamo, apontando para o poste de bombeiro. — Podemos usar aquilo para descer!

Seus olhos brilham, um sorriso largo forma-se em seu rosto. Pela primeira vez, o rapaz não está de cara fechada.

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⏰ Última atualização: May 26 ⏰

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