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22;30 da noite...

Após ouvir aquilo, perguntei.

— Do quê se trata tia? — Junto minhas mãos, entrelaçando os dedos e, as colocando-as em cima do meu colo, olho fixamente para ela.

— Recebi uma ligação agora da policia. — Faz uma pausa e limpa a garganta. — Eles me informaram que seus pais. — Respirou fundo e suspirou. — Meu irmão... Eles morreram! — Exclamou me olhando.

Tia Helbelly desaba em minha frente, caindo de joelhos no chão e chorando alto. Minha reação, foi ficar parada.

O mundo em minha volta, começou a girar. No sugundo seguinte,  comecei a sentir suor frio saírem dos poros das minhas mãos, cerrei as mesmas em punhos, e sentindo dores em meu peito. O meu coração estava batendo de maneira frenética, minha mente estava passando um filme de todas as minhas lembranças, e memórias marcantes que passei com os dois.

— veja querido, como ela é linda. — Ouço uma voz calma e doce, porém ainda estou de olhos fechados. E tudo tão novo, sons novos, sensações incríveis, cheiros novos e toques. Sinto toques em meu pequeno rosto.

— Ela é uma obra de arte que Leonardo de vinci, não conseguiu pintar. Uma obra tão rara. — Ouço outra voz, essa por sua vez é com um timbre grave, também sinto braços firmes envolver meu pequeno corpo. — Que o rei Rampsinito não podia ter e o arquiteto daquela época não conseguiria esconder para tomá-la depois. — Senti lábios em minha testa, quentes e macios.
— Minha linda Annyca.

Annyca, esse era meu nome.

Escuto vozes rodopiarem em minha mente.

— Parabéns para você, nessa data querida! Muitas felicidades, muitos anos de vida!

E mais vozes, elas não acabavam, isso estava deixando minha mente atordoada. Lembranças, cenas e mais cenas formavam em minha mente.

Vejo uma linda mulher em minha frente, me mostrando algo e com isso estico os bracinhos para pegar com as minhas mãos. A mulher, cujo o rosto está tampado por causa da luz solar, me entrega o que estava segurando em suas mãos.

— Isso é uma flor Annyca, chamada violeta. Elas não podem levar luz solar, pois suas folhas e flores são sensíveis, e também não podem levar tanto água, porque podem morrer e suas raízes apodrecer. Entretando, as suas raízes são finas e superficiais, não são fundas iguais as dos pinheiros.

Sinto-me mas tonta quê o normal, e cada vez que aquelas vozes e cenas aumentavam, minhas dores aumentavam também.

— Senhorita Muller, o que houve?. — Ela agachou- se para acalmar minha tia.

— Mamãe. Papai. — Falei pausadamente, minha voz estava trêmula e eu não conseguia ficar com olhos ativos, eles queriam se fechar.

Meu cérebro não estava atendendo aos meus comandos para manter-me acordada e com isto, vejo que minhas forças compadece, fazendo meu corpo interior amolecer.

— Meu Deus, criança Annyca!. — Vejo alguém aproximando-se, porém não reconheço sua voz ou sei como é seu rosto. Apenas uma escuridão tomou conta da minha visão, e tudo ficou confuso, eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Porém sabia onde eu estava nesse exato momento.

" — Meu amor. — Mamãe falou acariciando meu rosto. E com muita dificuldade, começo abrir os meus  olhos lentamente.

Encontro-me deitada e minha cabeça estava no colo da minha mãe, o lugar era o mesmo de sempre, onde eu amava ficar e esperar por eles. No nosso jardim.

A garota de vidro.Onde histórias criam vida. Descubra agora