Alina Hayes assume o cargo de diretora executiva e chefe da equipe Rokit Venturi Racing na Fórmula E, sendo, mais uma vez, a primeira mulher a ocupar os dois cargos, a sua expectativa é conseguir conciliar a maternidade e o casamento com o trabalho...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Na Fórmula 1, em que cada milésimo de segundo era importante, algo que durasse mais de um minuto era tido como uma morte.
Isso moldava um pouco a loira que sempre desejava que tudo acontecesse rapidamente em sua vida. Acabou por se tornar imediatista, detestava esperar por algo.
Mas a vida sempre gostava de pregar peças nela.
Isso porque, quando se tornou chefe da Red Bull Racing, precisou esperar por dois anos até conseguir ganhar o primeiro campeonato.
E aquele campeonato de 2021 somente foi decidido na última corrida do ano.
Ela ainda se recordava de Abu Dhabi, do arrepio que percorreu seu corpo quando Matt ultrapassou Lewis, da chuva de champanhe que recebeu no pódio. Se lembrava de todos os detalhes de uma das noites mais especiais de sua vida, especialmente no campo profissional.
Depois, ela precisou esperar para saber o que faria com a sua vida quando saiu da RBR. Esperou para começar o trabalho na Sky Sports, esperou para lançar a Dare To Be Different.
Não esperou muito para aceitar o convite para ser chefe da Venturi porque seu lado imediatista falou mais rápido e nem esperou muito tempo para começar a marcar presença nas corridas. Estava lá quando estava grávida de Niklas e um mês depois que ele havia nascido.
Por mais que amasse o filho, ela precisava saber que não estava perdendo a sua própria identidade com as noites em claro e as trocas de fralda. A única maneira que ela tinha de fazer isso era continuando conectada com a Alina que ela adorava ser, vivendo o que ela mais amava no mundo...
Ao assumir a Venturi, a vida mostrou que paciência era uma virtude. Ela precisou esperar por bons resultados, precisou galgar o seu caminho, mudar a mentalidade de todos, montar uma equipe e um carro que estivesse pronto para brigar na frente.
Então, em seu terceiro ano como diretora executiva e chefe de equipe, ela acreditava que estava diante da última espera do ano: o Eprix de Londres. Aquele que poderia consagrar a equipe como campeã da temporada, juntamente com Edoardo Mortara — que poderia até mesmo chegar em segundo lugar, desde que o da Jaguar ficasse em quinto.
A vida, além de gostar de ensinar que a mulher que a espera era uma virtude, também gostava de lhe pregar peças.
Esse era a única explicação que ela tinha para o que estava acontecendo em sua vida desde o dia anterior, quando Louise, com toda a sua sinceridade, apontou uma série de mudanças em seu corpo que não estavam presentes na última vez em que as duas se viram, no Eprix de Jakarta dois meses antes.
A ruiva deixou claro, e plantou a semente da dúvida e do medo na loira, que só havia visto aquilo uma única vez: quando Alina estava grávida de Niklas.
Agora, por pura insistência da amiga, ela estava trancada no banheiro de sua casa em Oxfordshire com um teste em cima da pia e o celular apoiado ao lado com o cronômetro ligado para marcar os cinco minutos necessários para que a sua espera chegasse ao fim.
