Eu juro Solenemente Que Não Vou Fazer Nada De Bom
Ia ficar tudo bem
Aquilo era o que a mãe de Remus, Hope Lupin, repetia incessantemente enquanto acolhia o filho no colo, após sua primeira lua cheia como lobisomem.
Remus John Lupin era um garoto bastante esguio, mesmo comendo bem, era pálido, mesmo pegando sol, tinha olhos de um tom chato de castanho e cabelos de um tom chato de loiro escuro, nada muito fora do comum, Remus tinha tudo para ser uma criança normal, ter uma vida normal, ter amiguinhos normais –que não entenderiam uma palavra que saísse de sua boca, por conta de seu forte sotaque galês–, frequentar uma escola normal, ter suas paixões normais por livros e chocolates, e pelo David Bowie, claro, e uma vida assim teria sido ótima.
No entanto Remus não era uma criança normal, fora privado desse direito quando amaldiçoado com a mordida de um lobisomem, mal havia alcançado a idade escolar quando aconteceu, fora mordido com quatro anos e desde de então se transformava no que acreditava ser um perfeito monstro uma vez por mês.
Se transformar em lobisomem não era só indesejado, era muito doloroso e prejudicial, a transformação era nada a menos do que a dor de sentir todos seus ossos esticando para mudarem o formato, enquanto sua pele rasgava para dar espaço ao novo formato de seus ossos,
na manhã seguinte a cada lua, Remus se encolhia nos braços da mãe e chorava, se sentindo cada vez menos como uma criança e mais como um monstro.
Seu pai, Lyall Lupin, não lhe dava o mesmo apoio, na verdade Remus se sentia um pouco ignorado pelo pai, como se esse evitasse encará-lo, parte de Remus achava que o pai se sentia culpado, outra parte achava que o pai apenas estava o vendo como o monstro que era.
Ser um lobisomem aos quatro anos de idade não era fácil, ter cicatrizes aos quatro anos não era fácil, Remus por vezes queria ser uma criança normal, queria sair e fazer amigos, no entanto não podia, seus pais fizeram questão de o isolar o máximo possível, inclusive educando-o em casa. Remus só tinha os livros, seus discos e chocolate.
O garoto amava chocolate tanto quanto qualquer criança de sua idade, talvez porque era uma criança de sua idade e isso era natural, talvez porque chocolate fizesse mal para cachorros, e ele queria acreditar estar matando seu lado lobo, mesmo que soubesse ser impossível, seu pai sempre o comprava chocolates após as luas cheias, seu pai, apesar de não falar muito, costumava o comprar discos e livros com frequencia também, o que fazia Remus achar que ele se culpava, isso até completar dez anos e suas transformações mudarem drasticamente, os presentes também pararam de vir, aí ele teve certeza que seu pai tinha medo dele, Lyall Lupin fora conhecido por ser um excelente caçador de lobisomens afinal, não por afagá-los na rua.
Remus sabia que o que era magia desde sempre, ele era atendido uma vez por mês, após cada lua cheia, por um médico bruxo, afinal, seu pai também nunca teve problemas em fazer magia mesmo em frente a sua mãe, que era o que os bruxos chamavam de trouxa, alguém sem mínima natureza mágica, Remus também soube que era mágico muito cedo, por conta da licantropia, demonstrou magia muito antes do comum, apesar de saber que era mágico nunca esperou realmente ter a oportunidade de ir para Hogwarts, a escola de magia mais famosa e segura da Grã-Bretanha, leu muito sobre Hogwarts, leu o suficiente para saber que Hogwarts era segura e ele era perigoso, jamais receberia uma carta ou teria a chance de estudar lá, seus pais não o deixavam frequentar nem a escola trouxa, afinal.
Contra tudo que Remus acreditava, seu aniversário de onze anos, idade de cursar o primeiro ano em Hogwarts, foi bastante atípico, para dizer o mínimo... Albus Dumbledore, o diretor de Hogwarts em pessoa, bateu na sua porta, levando seu bolo de aniversário.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marotos: The Golden Years
FanfictionOs Senhores Moony, Padfoot, Wormtail e Prongs tem o orgulho de te apresentar a história dos marotos, como nunca contada antes 'The Golden Years' narra a história dos marotos do ano de 1971 até 1978, durante sua estadia em Hogwarts, contando sobre su...