Luna
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Hoje acordei bem mais cedo do que o normal e com toda a ansiedade que não senti a semana inteira.Na verdade, desde o dia em que a médica me disse que são dois bebês, eu só fiquei nervosa no dia.
Pensei um turbilhão de coisas ao mesmo tempo.
Como vou amamentar o dois?
Como vou parir os dois?
O que vou fazer se os dois chorarem ao mesmo tempo?
E se eu não der conta?
Esses foram os pensamentos que tomaram conta de mim assim que cheguei em casa, mas, consegui respirar e acalmar meus pensamentos.
Vou conseguir amamentar os dois, e fazer todo o resto.
Vai ser um desafio? Sim.
Se com um bebê não é fácil, com dois é que não é fácil mesmo.
Mas eu consigo fazer isso.A minha realidade permite que eu tenha uma rede de apoio, posso ter uma babá ou um enfermeira em casa... Posso ter os dois, se caso eu precise.
Mas, vou fazer o que prometi aos meus pequenos, que é cuidar deles com tudo que tenho.
E falando neles, falta poucas horas pra descobrir quem é quem.
Até ontem eu tinha certeza de dois meninos, só que hoje sonhei com uma menina andando à cavalo.Então, minha opinião mudou e agora sou time casalzinho de gêmeos.
Acho que é Maia e José Lucca.Enfim, falta pouco para descobrir e acabar com toda essa ansiedade.
Não vejo a hora de começar a planejar o quarto dos meus gêmeos e comprar coisinhas de bebê.— Deusa, me ajuda aqui com a camisa? Comprei essas duas e não sei com que tênis uso. — Ouvi a voz do Miguel vindo do closet e fui dar uma ajudinha à ele.
— Camisa de botão, com o tênis branco e troca a calça por favor. Veste aquela jeans clarinha que te dei. — Fui até ele e ajeitei o cabelo do mesmo, que estava bagunçado.
Ele me olhou sorrindo e me deu um selinho demorado.
Miguel segurou minha mão e me fez dar uma voltinha, que me arrancou uma risada.— Você tá linda com essa barriguinha de gêmeos, amor. — Ele passou a mão na minha barriga. — Pensei que não poderia te ver mais gata, mas tu se superou.
— Vou ser a mamãe mais gata nas reuniões de escola. — Brinquei e ele concordou, me olhando com um sorriso de lado. — Tá me olhando assim por que?
— É que parece coisa de sonho. Você, nossa família, nossa casa... A gente começou tão incomum e olha só onde viemos parar? É foda o que a gente se permitiu viver e o que nos tornamos um para o outro. — Cada palavra dele mexeu comigo, me fazendo chorar de felicidade. — Não chora, odeio de ver chorar.
O Miguel sempre foi muito bom com as palavras, e eu sempre pensei que não seria capaz de me expressar como ele.
Mas, a gente se entende de outras formas.Eu, que nunca gostei de toques, me acostumei a dar amor em abraços, beijando, tocando.
Descobri que essa é a minha linguagem.— Você me falando essas coisas não tem como segurar o choro. — Me justifiquei e ele limpou meu rosto com cuidado, para não borrar minha maquiagem. — Eu te amo, José Miguel! Somos um casal perfeitamente incomum e é isso que nos faz encaixar tão bem.
Fiquei na ponta do pé, porque mesmo de salto o Miguel continua sendo bem mais alto que eu, e dei um beijo nele.
Meu homem abraçou minha cintura e me beijou na mesma intensidade, vez ou outra me apertando, mas finalizou o beijo dando uma mordida leve no meu lábio.
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Incomum
RomanceQuando ela vem, parece cena de filme dos bons. Daqueles que ninguém para pra piscar. Ela é indecifrável, não tem nada parecido. Indomável tipo a fera, um tesouro perdido. Não sei qual o feitiço que ela me jogou, mas nessa armadilha... Ela me sug...