Miguel
110
Enquanto a Luna mostrava a casa para as meninas, eu e os caras ficamos só no fute mesa e apostamos até um mergulho na piscina para dupla que mais perder.— Vai tomar no cu, Yuri! Tá amarrado porra? — Perguntei puto quando ele errou mais uma bola.
— Tu que não manda a bola direito, caralho! Tá jogando com as pernas engessada, só pode. — Ele respondeu puto também.
— Paternidade já tá dando sinais hein, se eu piscar bem rápido até consigo ver alguns cabelos brancos. — Th brincou.
— Quero ver quando chegar a tua vez, Thiago. — Yuri jogou a bola e marcou um ponto certo, graças a Deus.
— Meu guerreiro só luta com escudo, porra. — Th disse rindo. — Nem brinca com isso.
— Pois o meu guerreiro não usa nada. — Dante disse rindo e a gente acompanhou. — Sempre foi uma vontade minha e da Aya, e depois que casamos a pretinha decidiu parar com os remédios.
Finalizamos mais uma rodada, e eu perdi mais uma vez, tô puto que precisarei pular na piscina.
Sentei na grama e peguei mais uma cerveja do balde de gelo, dando um gole longo assim que abri.
— Prepara o bolso, então, porque filho é gasto para caralho. — Yuri disse e eu concordei. — Plano de saúde, remédio e os caralhos.
— Nem fala, mano, tomei um susto quando descobri o valor do carrinho para gêmeos! Doze mil reais o carrinho que a Luna escolheu, com esse valor compro uma pcx zero km. — Falei e dei mais um gole na cerveja.
Meus amigos me olharam incrédulo, e eu expliquei toda a dinâmica de ser pai de gêmeos até agora.
Eu nunca pensei que precisaria participar de aula de "parto" para os pais.
Primeiros socorros, amamentação.Tudo tem sido um desafio pra mim e principalmente para Luna, que tem sofrido com as dores nas costas, dores nos pés, a dificuldade para respirar e para dormir também.
E como ela não fez sozinha, quando ela não consegue dormir, eu também não me dou ao luxo de dormir.
Faço massagem nela, converso coma os gêmeos, a gente dá algumas voltas pelo quarto ou pela casa, até ela conseguir deitar tranquila.Isso me faz pensar no quanto a Luna tem se esforçado como mãe, eu chego em casa e ela está estudando sobre parto gemelar, ou vendo dicas de amamentação dupla.
Tudo isso pra que quando os meninos chegarem, eles tenham a melhor mãe do mundo.
Segundo o que ela fala.E a Luna mal sabe que ela já é a melhor mãe, fico impressionado com o quanto minha mulher é foda.
— Vocês ouviram? — Th interrompeu a fala do Dante.
— Ouviu o que, caralho? — Dante perguntou rindo, e o Th fez sinal pra gente fazer silêncio.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, até ouvir as vezes das meninas e principalmente a da Eliza falando "Tudo bem, Luna. Respira e inspira".
Levantei em um pulo e os caras vieram atrás de mim, ambos preocupados com o que estava acontecendo.
— Já tá nascendo? Mas não é muito cedo? — Dante perguntou agoniado.
— Contração de treinamento, não é? — Falei olhando para a Eliza, que é obstetra e entende das coisas. Ela assentiu, mas seu olhar não era um dos melhores.
Cheguei perto da Luna, que estava sentada no sofá com as pernas esticadas e a cabeça jogada para trás.
Era nítido a rigidez da barriga dela, chegava a brilhar até.
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Incomum
RomanceQuando ela vem, parece cena de filme dos bons. Daqueles que ninguém para pra piscar. Ela é indecifrável, não tem nada parecido. Indomável tipo a fera, um tesouro perdido. Não sei qual o feitiço que ela me jogou, mas nessa armadilha... Ela me sug...