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  Uma lágrima solitária rola pela minha bochecha quando vejo o resultado do teste de gravidez em minha mão.

  Estou grávida.

  Estou grávida do homem que me abandonou.

  O homem que eu amei e me abandonou.

  Sinto uma tontura me invadir, meu corpo fica pesado e minha garganta dói, a vontade de chorar se torna insuportável. N/d simplesmente me trocou. Estávamos juntos há quase 3 anos, ele dizia me amar, dizia que nunca iria me abandonar, que morreríamos juntos. Ele me prometeu ficar para sempre. Mas promessas são feitas para serem quebradas e ele fez isso com todas.

   Sento-me no chão frio do quarto e escoro minhas costas na parede, inclino minha cabeça para cima e respiro fundo algumas vezes.

   — Não vou te abandonar, meu amor, não vou desistir de mim... de nós.

   Digo, mantendo a mão em minha barriga. Eu vou conseguir seguir em frente sem ele, eu e meu bebê vamos.

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    5 anos se passaram desde que descobri que estava grávida de N/d.

   Hoje é aniversário da minha pequena, ela vem sendo meu único motivo para continuar seguindo em frente. Às vezes acho injusto ela se parecer tanto com seu pai.

   — Mamãe? — Ela toca minha perna.

   — Você vai me levar para conhecer o papai hoje? — Meu coração se aperta com sua pergunta, posso jurar que ele também sente vontade de chorar assim como eu.

   — Não, coração. Hoje não vamos ver seu pai...

   — Mas você prometeu, mamãe! - Vejo seus pequenos olhinhos verdes lacrimejarem. Malditos olhos verdes que me fazem lembrar dele todos os dias.

   — Eu sei, coração, mas o papai não pode nos ver. Ele está muito longe. — Afago suas bochechas molhadas e lhe dou meu melhor sorriso.

   Ela apenas aceita sem contestar mais, agradeço por ser tão compreensiva. Peço pra ela subir para seu quarto e escolher uma roupa para irmos ao parque que ela mais gosta. Então escuto a campainha tocar e vou atender.

   É ele?
   Não. Impossível.

   — Oi, [Nome], quanto tempo...

   Não posso acreditar que ele está aqui depois de 5 anos longe.

   — O-o que caralhos você tá fazendo aqui?!

   — Eu... vim te ver.

   — Depois de 5 anos que você some sem mais nem menos, N/d? Depois de 5 anos que você me trocou por outra mulher? Você só pode estar brincando comigo!

   — O que?! Eu não te troquei, [Nome], eu nunca faria isso! Eu viajei para outro país para estabilizar minha vida, eu só não queria ter que me despedir de você... — Ele realmente achou que seria menos doloroso assim?

   — Então você imaginou que a coisas seriam menos piores assim? Só vai embo... — sou cortada pela minha filha me gritando, dizendo que já estava pronta. Ela vem correndo até a porta.

   São a cópia um do outro.

   — Você tem uma filha? Quantos anos ela tem? — Não iria respondê-lo, mas a pequena foi mais rápida.

   — Tenho 5 anos hoje! — Ela abre a mão em frente o rosto com um sorriso enorme.

   Vejo a expressão de N/e mudar completamente, ele ficou pálido e pareceu entender o que está acontecendo.

   — Não me diga que ela é minha filha, [Nome]...

   Paraliso por alguns segundos até que a pequena me cutuca, olho pra ela que tem os olhos lacrimejando, sinto uma grande vontade de matar N/d.

    — Mamãe? — Crio coragem para contar a verdade, ela não precisa mais ser escondida.

   — Sim, ela é sua filha.

   Ele suspira fundo algumas vezes antes de falar:

   — Porra, [Nome], por que você não me contou? Por que escondeu a minha própria filha de mim? Eu teria voltado pra cuidar de vocês!

   — Você se esqueceu que me mandou uma mensagem dizendo que havia encontrado uma mulher mais suficiente que eu? Eu não iria atrás de você nem se me pagassem! - Grito. Ele me olha confuso.

   — [Nome], eu nunca fiz isso, eu nunca me relacionei com nenhuma outra mulher durante esse tempo! Eu nunca consegui esquecer você.

   Uma lágrima.
   Duas.
   Três.
   Até que se tornam incontáveis.

   Ele me abraça. O abraço que eu tanto necessitava, mas que agora tanto odiava.

   — Me desculpa, [Nome]...

   Ele afaga minhas costas, quando ouço a pequena falando, me separo dele imediatamente, tentando me recompor.

   — Você vai ficar com a gente?

   N/d se abaixa para ficar do tamanho da... sua filha.

   — Se a sua mãe permitir, eu vou ficar com vocês para sempre.