IV. Morena

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Aproveitem.
Acho que se tornou um dos meus favoritos.
Pretendo soltar outro ainda essa semana, mas por agora, aproveitem esse.
Até breve 💋


Tanta coisa para explodir. E esse tanto seria nós.

Paro às vezes à beira de mim mesma e pergunto-me o porquê de tanta doidice. E desse homem que parecia mais doido que eu.

Possessivo. Nem precisou falar muito ou colocar as cartas na mesa para eu entender esse jogo que fazia. Eu era articulosa, mas ele não ficava para trás.

Seus olhos quentes e profundos deslizam sobre minha pele, despertando todos os desejos adormecidos. Sinto o calor de sua presença, criando um fogo que queima gradativamente por cada célula do meu corpo.

- Vamos lá na sala. - Não deixou espaços para perguntas. Era uma afirmação, então fiz, fui até a sala acompanhada de Nero.

Me levantei seguindo os passos dele à minha frente. Como se fossemos dois completos estranhos as pessoas à nossa volta observam com maestria cada movimento que fazemos. Chamávamos atenção pelo olhar curioso de todos ali.

Assim que entramos na pequena sala onde estavam todos os figurinos para o desfile vejo Alexandre fechar a porta. Bruto.

Minhas mãos buscam apoio na borda da mesa de madeira maciça, sinto as pontas dos meus dedos ficarem brancas. Ele se aproxima cada vez mais, mais, mais. Esse rapaz quer o meu batom na sua boca.

- Seja rápido. - Digo enquanto observo com calma as mãos dele se apoiarem na mesa ao redor de meu corpo. Alerta de muuuuita proximidade. Se torna uma tarefa extremamente difícil manter meus olhos longe de sua boca e olhos castanhos escuros.

Sem respostas. Ele só sabia me encarar e encarar como se fosse entrar dentro de mim por completo. Decido então perguntar.

- Por que você pediu a Marieta que eu ficasse de fora do desfile?

Ele tenciona, minimamente, mas consigo ver. Me olha como se estivesse sem respostas, e talvez até estaria mesmo.

Se aproxima, se é possível ainda mais de meu corpo, me encurralando naquela mesa. Sua mão pega uma pequena mecha do meu cabelo e o ajeita atrás da orelha.

- Você sabe. Mas quer que eu fale, né? 

As nossas respirações estavam cada vez mais enroladas. Minhas mãos se encaminham sozinhas, sem que pensasse muito sobre, até a cintura de Nero, o puxando para mim. Minha boca caminha sem pressa até seu canal auditivo. - Você sabe que sim. - Finalizo mordendo o lóbulo de sua orelha.

Estavámos ali testando o terreno para ver quem cederia primeiro.Se ele não desse o braço a torcer naquela brincadeira, iria jogar a toalha, dane-se. Eu preciso de um psiquiatra, estava ficando louca.

Descaradamente sua mão sobe até minha nuca, segurando firme ali e levando junto alguns fios de cabelo meu. Naquele momento foi como se o badalar do relógio estivesse congelado, e ali naquela sala e quiçá naquele evento todo, estivéssemos só nós dois.

- Ciúmes. De. Você. - Falou pausadamente enquanto seu nariz percorria toda a extensão do meu pescoço e colo.

Senti como se cada célula de meu corpo parasse brevemente. Aquele homem mexia com todos os meus sentidos. Que saco. Por que ter química com alguém tinha que ser assim? Justo assim. Justo com ele.

Aqui ele desmanchou inteirinha. Não sobrou um pedaço meu para contar história. Me rendi. Cedi.

O beijei. Daqueles beijos na boca sem respeito algum. Um beijo que se preze. Cada gesto nosso é um convite silencioso para explorar territórios desconhecidos. Mergulhando fundo no abismo de paixão, prazer e poder.  Esses três juntos era a junção perfeita e destruidora.

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