VI. Telepatia

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Mesmo eu arrumando tudo ontem a noite consegui esquecer da metade das coisas, pelo visto não tinha arrumado tudo não. Alexandre tinha mandado mensagem que chegaria em 10 minutos, acho que ele vai ficar um pouco emburrado quando chegar e levar um chá de cadeira me esperando. Eu juro que tentei, mesmo.

No quarto escuto o interfone tocar. Corro até a sala atender e liberar o acesso para que o amado subisse. Em menos de três minutos minha campainha toca.

- Bom dia. Pode entrar. - Abro espaço para que ele entre.

Alexandre, agora parado no meio da sala, sorria de um jeito tímido, e escondia a mão direita atrás do seu próprio corpo. Me aproximei dele passando as mãos em seu pescoço e dando um beijo rápido em sua boca.

- O que foi? Tá estranho Ale. - Falo me afastando um pouco de seu corpo.

Alexandre então, tira sua mão direita de trás de suas costas revelando um lindo buquê de flores. Eram lindas tulipas rosas e laranjas. Pelo amor de deus o que eu faço com esse homem meu jesus?

- Espero que goste. - Ele se aproxima de mim, passando sua mão pela minha cintura e me puxando para si. Sua boca se aproxima do meu ouvido sussurrando e passando o nariz pelo meu pescoço.

- Eu amei. São lindas, obrigada Ale. - Me afasto para poder olhar em seus olhos castanhos. Abraço seu corpo e afundo meu rosto no vão do seu pescoço cafungando seu perfume.

Se afastando, vou até a direção da cozinha em busca de um vaso para colocar as flores. Vejo Alexandre me seguir feito um carrapato, meio perdido de onde deve ou não ir no apartamento que pouco conhece.

- Preciso terminar de separar algumas coisas ainda. - Falo em meio aos beijos enquanto seguimos emaranhados até o quarto.

- Você tá tentando me seduzir com esses beijos para eu não reclamar que você tá atrasada, é isso Gio? - Diz rindo ao entrar no quarto observando uma pequena mala de mãos em cima da cama ainda aberta.

Solto um pequeno riso, suavemente sabendo que ele estava apenas brincando, mas sentindo meu rosto corar um pouco mesmo assim. Vou até a direção da mala guardando algumas necessaires.

- Bem, talvez eu esteja tentando fazer um pouco das duas coisas. - admito, fechando a mala com um sorriso.

Ele se aproximou lentamente, seu olhar fixo no meu. - Você sabe que não precisa disso para me distrair, não é? - Sua voz era baixa, cheia de um tom brincalhão e uma pitada de desejo genuíno.

Deixei escapar um riso nervoso, sentindo-me atraída pela proximidade dele. - Ah, é? E o que mais pode te distrair, então? - perguntei, provocando um pouco, enquanto me aproximava também.

Ele parou a poucos centímetros de mim, seu olhar intensamente focado no meu rosto. - Você, só você. - respondeu ele sinceramente, sua mão tocando suavemente meu braço.

O ar entre nós parecia eletricamente carregado, cheio de tensão e antecipação. Eu podia sentir meu coração batendo mais rápido.

- Ale...- Minha voz saiu como um sussurro, incerta do que dizer a seguir.
Ele sorriu suavemente, sua expressão gentil e confiante. Os olhos castanhos carregados de desejo.

- Morena, não se preocupe tanto. O resto pode esperar.

E naquele momento, enquanto nossos olhos se encontravam e o mundo ao nosso redor parecia desaparecer, eu soube que ele estava certo. Não importava o que viesse a seguir, estar com ele era tudo o que importava naquele instante.

Mas, apesar de tudo fosse muito convidativo e eu quisesse fielmente me jogar junto dele nos lençóis da cama, uma viagem de duas horas até Arraial nos aguardava.

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