Após Alex ser preso em uma cena de crime que não cometerá, o mesmo é levado para a delegacia de Brilhantina e atendido pelo Oficial Médico da mesma. Com o suspeito entrando em surto psicótico e ameaçando sua própria vida, Alex foi sedado e seu julgamento apurado, em prol de encontrarem o mais rápido possível as respostas daquele crime misterioso.
Tendo dormido por a maior parte do tempo, às três horas da manhã o mesmo despertou e um susto, parecia finalmente ter recuperado o controle sobre si mesmo.
- Onde estou? - Pensou Alex, em voz alta, vendo que estava dentro de uma sela, cercada por suas paredes de concreto e chapas de aço, com uma cama presa a uma corrente e um colchão velho, além de seu uniforme azulado, representando a cor penitenciária do estado de Levitland. - Essas roupas, esse local... Me lembrei, eu fui preso! - Exaltou Alex, caindo a ficha. - Me tire daqui, ei, alguém? Eu sou inocente! - Gritou Alex indo até a janela da solitária, gritando para ver se algum carcereiro o ouvia.
- O prisioneiro está na quinta sela, provavelmente ainda está dormindo com os sedativos. Ele é acusado de assassinar a esposa e o filho de maneira brutal. Dado o histórico psicológico dele que obtivemos, podemos dizer que o senhor Gretti é o principal suspeito! - Disse a voz que se aproximava da sela, o legista da prisão.
- Não é verdade, eu não fiz isso. - Murmurou Alex, decidindo não dizer nada por hora.
Com a aproximação do legista, o mesmo que era acompanhado por dois oficiais carcereiros aproximaram-se da sela de Alex, a destrancando.
- Dê seus punhos virados para frente! - Ordenou um dos carcereiros, com Alex fazendo o que foi mandado em silêncio. - Bom rapaz.
- Senhor Alex Gretti, você nos acompanhará agora até a corte de Brilhantina para um julgamento extraordinário. Você é considerado culpado pelo assassinato de sua esposa da Brenda da Silva Gretti, de trinta e três anos e seu filho Elton Gretti, de apenas seis anos. Como é o principal suspeito do crime, será mantido possivelmente em cárcere até o término das investigações! Tudo o que o senhor dizer, poderá ser usado contra você no tribunal! Alguma objeção a como foi tratado desde o momento do ocorrido até ser isolado nesta cela? - Questionou o legista.
- Tenho. Eu sou inocente! - Disse Alex, calmamente.
- É o que veremos no decorrer das investigações! Oficial Rudwigs, Oficial Terrence, o levem até a sala de interrogação para colher seu depoimento e depois guiem ele direto até o viatura que seguirá para a corte. - Ordenou o legista, com os dois oficiais empurrando suavemente Alex para o mesmo começar a andar em direção a sala de interrogação.
Obedecendo aos carcereiros, e em plenas faculdades mentais, o mesmo deixou ser guiado até uma sala para seu interrogatório. Se sentando com o legista, um homem de terno e maleta o aguardava na sala. Sendo um homem calvo, meio gordo, de olhos azuis, pele branca e terno preto, era um típico defensor público de trinta e poucos anos como qualquer outro, possuindo uma caneta cara e um bloco de notas sobre a mesa.
- Senhor Gretti, este é seu advogado, Doutor Emilio Gomez, da defensoria pública de Levitland.
- Prazer senhor Gretti! Vou acompanhar o caso do senhor, fale apenas o necessário e de forma que não se comprometa depois no tribunal. - Disse o advogado, ao se apresentar para Alex.
- Certo. - Concordou Alex, se sentando na cadeira ao lado do defensor.
- Vamos começar o depoimento. O que ocorreu no dia trinta de abril de 2024, na residência em seu nome, na Rua Oleandro, número 303, Bairro dos Florais de Brilhantina, às 22:15? - Questionou o legista, com o coração de Alex começando a acelerar só de relembrar o ocorrido, soando frio assim que pensou que qualquer palavra que falasse errado, traria problemas ainda mais sérios a ele.
Sentado naquela sala estéril, iluminada por uma única lâmpada suspensa do teto, o pobre homem começou a pensar em suas palavras. Tentando controlar o nervosismo, ansiedade e medo que o consumia, ele começou a proferir sua versão do caso.
- Bem, como sempre fazia naquele mesmo horário, eu estava voltando do trabalho...
Explicando detalhadamente seu trajeto do trabalho até seu lar, contando sobre os agrados que comprou para sua esposa e filho, o jantar que esperava ser feito e o banho que foi tomar, sempre ressaltando que ele não havia cometido aquele crime brutal e estava sendo injustamente acusado. O oficial legista ouvia atentamente tudo, fazendo anotações em seu computador enquanto Alex falava. Fazendo perguntas pontuais buscando esclarecer cada aspecto da história de Alex, o legista tinha certeza que aquele crime não poderia ter sido cometido por aquele homem.
Com o final do depoimento, Alex sentiu um peso sendo retirado de seus ombros, mesmo sabendo que ainda enfrentaria uma batalha árdua no tribunal. Com o fim do depoimento e das anotações ambas do advogado em seu bloco de papel, quanto do legista, o oficial se virou para Alex, com uma última pergunta.
- Alex, eu acredito na sua inocência. Porém a algo que não se encaixa, por que pensou em se matar naquela hora, utilizando o bisturi do oficial médico? - Questionou o legista.
- Eu não sei. Começou com algumas vozes dizendo coisas cruéis contra mim e aquele bisturi veio até mim do nada e eu... Bom, tentei fazer o que elas diziam. - Explicou Alex, com um pouco de dificuldade.
- Alex, sua situação é grave. Apesar de seu depoimento ser sólido o suficiente para provar a sua inocência, suas ações na enfermaria ainda poderiam condenar você a tratamento psiquiátrico! Minha parte e a sua foram feitas, agora caberá ao juiz decidir sua sentença. - Explicou o legista.
- Entendo. Obrigado por me ouvir, oficial! - Agradeceu Alex, mostrando que realmente parecia estar mais calmo.
- Boa sorte, senhor Gretti. - Se despediu o legista, com os dois oficiais sinalizando no ombro de Alex para ele levantar, guiando o réu até a saída da sala.
Sem pronunciar uma única palavra, os policiais, Alex e o defensor público saíram do departamento de polícia, entrando na viatura e sendo transportados para o fórum no centro de Brilhantina, onde o julgamento de Alex estava prestes a começar.
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Souls Terror: Mal Asilado
HorrorAbissus, a dimensão inversa das 03:30 da madrugada. Todas as noites no estranho horário, o mundo maligno e o nosso colidem, com qualquer um que por acidente for pego pela manifestação da dimensão, terá seus piores medos materializados em monstros ho...