Souls Terror: Mal Asilado

Ato 0: Morte Absimal -

Alex Gretti, um homem casado e bem sucedido como encarregado de uma rede de farmácias, de 32 anos, pai de um garoto de seis anos chamado Elton, fiel a sua amada Brenda. Um homem trabalhador e belo, de barba feita, olhos cor de mel, cabelo curto e penteado. Tendo tudo o que precisa em sua vida, Alex não tinha o que reclamar. Voltando para seu lar em Brilhantina, no estado de Levitland, Alex não imaginava que estava prestes a enfrentar uma tragédia. Tendo saído tarde de seu trabalho, ele se encaminhava com sua SUV para casa, parando em um posto de combustível para abastecer.

- Boa noite, vai querer completar? - Questionou o frentista daquele posto de bandeira azul e amarela a Alex, ao ver o carro do mesmo parado.

- Sim, por favor. Gasolina aditivada, verifique o óleo também e a água do radiador! - Disse Alex entregando a chave do veículo para o frentista, parecendo estar de bom humor. E assim estava, era aniversário de casamento dele e de Brenda, o mesmo estava levando um bolo e flores no banco do carona para presentear ela, além de uma sacola cheia de doces para seu filho.

- Só um momento e seu tanque estará cheio, chefe! - Disse o rapaz frentista, pegando a chave e seguindo até a bomba.

Enquanto abastecia o carro, um velho sentado em uma cadeira próxima as bombas de gasolina da lateral esquerda de Alex o chamou a atenção, pois o mesmo estava a ouvir algo no rádio.

- O que você pode dizer sobre dimensões paralelas, doutor? Até um ano atrás, você disse que era ateu, se não estou enganado? - Perguntou o entrevistador.

- Disse, porém não sou mais! Me converti ao espiritismo após certos ocorridos e sim, posso dizer que ouve um motivo. Eu estava sentado na frente de meu lar, remoendo a morte de minha filha, Tasha, morta pelo maldito ex-namorado dela! Em sofrimento, de madrugada senti minha espinha arder. Tudo ao meu redor começou a se degradar, a grama secou, o céu virou em uma cor similar a sangue, suas estrelas sumiram! Meu portão enferrujou e a calçada rachou e abriu buracos para todos os lados. Cheiro de sangue e enxofre permeou tudo, e...

- E o que aconteceu depois, doutor? - Questionou o radialista.

- Aquelas coisas, parecidas com pessoas desfiguradas vieram até mim! Eu enlouqueci, pensei. Não, o que eu estava vendo era o purgatório, inferno, umbral, como queiram chamar! Foi horrível, eu corri para longe e de repente, tropecei e apaguei no chão. Era meu fim iminente? Não, não era! Tudo o que lembro é de ter acordado de manhã cansado, exausto para ser mais específico, no chão do meu quarto! Como eu fui parar lá se até onde me lembro estava sentado na frente de casa? - Explicou o velho doutor, ao julgar por sua voz fanha e cansada.

- E isso o fez se converter par ao espiritismo?

- Em partes sim, em outras foi por minha busca por respostas! Fiquei um ano sem dormir direito a noite, mais um ano em busca de respostas em nossa hipócrita e nada avançada ciência! Na religião foi onde encontrei o que buscava. O cristianismo, judaísmo, islamismo, budismo, espiritismo, umbandismo e bom, o satanismo também, todas essas vertentes fala de um lugar paralelo, uma dimensão onde existem obsessores, demônios, almas desencarnadas malignas ou alienígenas cruéis habitando, estes que veem a esse mundo sugar a energia vital humana, durante nossas madrugadas frias! Na verdade, são todas representações de uma única lenda antiga! - Explicou o velho.

- Ainda não estou lhe entendendo doutor Henry, o que quer dizer com tudo isso? - Perguntou o entrevistador, com um tom confuso.

- Estou falando do Abissus, a dimensão das três e trinta da madrugada! O lugar onde todas as almas se despedaçam! - Disse o doutor com um grito estonteante, ao mesmo tempo em que o frentista batia na janela do carona de Alex e o fazia voltar para a realidade, abaixando o vidro.