CAPÍTULO 5

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DANILO

Eu sei que ele está assustado, eu também estou. Ainda não acredito que transei com o irmão dele mas tento fingir costume.

_ Aconteceu o que estou pensando que aconteceu?

Ele pergunta se sentando na cama e me olhando atentamente.

_ Você não está pensando, você tem certeza e está certo.

_ Caralho Danilo, você não estava mesmo brincando e pela sua cara ele acabou com você.

_ Henrique pega leve com você na cama intrometido?

Tento me levantar e meu corpo dói todo, faço uma careta e me sento, olho pra Tommy e ele está segurando a risada, que filho da puta.

_ Que foi viado? Nunca deu o rabo não ou ja está tão arrombado que ja nem sente.

Eu digo e me arrependo na hora pois meu amigo murcha.

_ Credo, que mal humor nem parece que transou.

Ele se levanta pra sair do quarto.

_ Desculpa Tommy..

Ele se colta e me olha.

_ .. você deveria estar acostumado pois sempre acordo assim de mal humor, com dor então fico pior, nem uma boa foda tira isso de mim.

_ A foda foi boa então?

_ Você só ouviu isso seu safado?

_ Eu to curioso amigo, me conta como foi.

_ Eu sei seu fofoqueiro, só me deixa ao menos tomar um banho e um café. Sai da minha frente que agora além de adotado pelo seu Miguel ainda sou seu genro favorito tenho minhas regalias.

_ Esse cargo ja é do Henrique espertinho.

_ Veremos.

Tomo banho conversando com o Tommy que fica sentado no vaso sanitário fechado, ele pegou essa mania e agora não larga do meu pé nem na hora do meu banho, mereço. Conversamos bastante inclusive sobre o que João falou sobre o Tommy, sinto que tem algum tipo de mágoa ali e não poderia deixar passar pois eu iria gostar de saber também.

JOÃO

Hoje é sábado então o serviço é só com os animais mesmo. Henrique como está de folga está aqui comigo enquanto cuida de Benicio, ja meu irmão deve ter ido atrás de Danilo e nessa hora ja sabem que a gente transou.

_ Está calado João. O que houve?

_ Tio João, posso andar de cavalo?

_ Se você sair sozinho por estes pastos seu pai me mata garoto.

_ Henrique vai com ele. Né amor?

Nem tinha reparado no meu irmão que chegou na cerca do pasto onde estamos sentados, ele da um beijo no marido outro no filho e se senta ao meu lado na cerca. Fica em silêncio e eu tesolvo quebrar.

_ Veio perguntar quais minhas intenções com seu amigo?

_ Não. Vocês são dois adultos, sabem o que estão fazendo. Mas.... quais suas intenções com ele?

Ele me olha sorri e eu sorrio também.

_ Não sei. Deixar rolar?

_ O papai ja sabe?

_ Papai não se mete em meus assuntos, não sou um bibelô de porcelana que precisa de cuidados.

_ E eu sou?

Só ai eu entendi que Danilo comentou com ele sobre o que eu falei ontem.

_ Não. Você não é eu nunca disse isso.

_ Eu sei, não vim te cobrar isso mas eu sei que fui criado diferente de você, sei que eu fui mimado, rodeado de roupas e brinquedos de grife e antes de eu pensar em querer alguma coisa ja estava tudo pronto.

_ Eu sempre tive tudo que quis também.

_ Financeiramente sim mas não é só isso João, você se fechou..

_ Eu nunca deixei de te ouvir, sempre estive perto quando precisou Tom.

_ Eu sei e te agradeço por isso mas ao mesmo tempo me recrimino por sempre ter enxergado apenas os meus problemas..

_ Isso não é verdade Tomás.

_ É sim. Desde pequeno eu me agarrei em Henrique de um jeito que deixei você de lado, eu fui embora adolescente daqui depois de uma surra e só te ligava pra falar de mim mal ouvia você dizer sobre sua faculdade, suas namoradas.. eu só perguntava pelo Henrique e quando eu voltei e você quis me apresentar uma namorada eu quase me afogo e depois minha mãe e aquele ser aparecerem aqui tiraram totalmente o foco do seu jantar.

As lágrimas me traem descendo pelo meu rosto e eu as seco com vergonha.

_ Você não teve culpa.

_ Disso não mas eu estou usando como exemplo. Por trás dessa tua fachada de machão e homem bruto, tem um coração sensível e uma pessoa que assim como eu e todo mundo precisa desabafar as vezes, e eu estou aqui ta, posso não demonstrar muito mas eu te amo, eu te amo muito meu irmão.

Isso me desmonta. Ele desce da cerca e eu desço também ja o abraçando.

_ Eu também te amo meu irmãozinho, eu tenho ciência de tudo que passou e se eu pudesse teria quebrado o pescoço daquele desgraçado.

_ Eu sei, mas não vamos falar deles.

_ Não mesmo.

Me solto do abraço dele.

_ Me conta sobre você e o meu melhor amigo.

_ Ele não te contou.

_ E da pra conversar com o Danilo pela manhã?

_ Tem essa também né? O péssimo humor dele.

_ Quem sabe você o acordando com uma chupada ele não acorde bonzinho.

_ Eu que quero essa regalia.

_ Pela manhã? Esquece. Se acordar com alguém o chupando tenha certeza que não é o Danilo.

Rimos e vamos a casa dele onde ele prepara um almoço e logo Henrique, Benicio e Danilo chegam pra se juntarem a nós. Mais tarde resolvemos fazer acampamento e ficamos conversando e rindo até tarde da noite em volta da fogueira, de hoje em diante será assim, dividirei tudo com eles, meus amores que são meu melhor amigo Henrique, meu irmão, meu sobrinho e meu namorado, sim porque eu vou pedir e pra isso precisarei da ajuda de quem o conhece muito, meu irmão.

FIM!

O PEÃO DA FAZENDA _ SPIN OFFOnde histórias criam vida. Descubra agora