Capitulo 4

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                           POV'S ELIZABETH

Ergui minhas mãos até a minha cabeça tentando conter a dor nela. Encarei a mesinha ao lado da minha cama, peguei o copo de suco de laranja e tomei um comprimido. Céus, eu não consigo lembrar de nada. Sei que ontem bebi um pouco e acabei desmaiando. Arregalei meus olhos ao ver uma camiseta masculina cobrindo o meu corpo.

— Mas que merda é essa? — me levantei rapidamente e tirei a camisa com pressa. Pelo menos estou com a parte de baixo do meu biquíni, quem tirou a parte de cima?

Tentei tirar esses pensamentos da minha cabeça, eu mal cheguei aqui e já me envolvi nessa merda.  Que ótimo! O que vão pensar de mim?
Tomei um banho rápido e vesti um shorts de malha fina, por cima vesti uma camiseta larga e desci em direção a cozinha.

— Bom dia, flor do dia. — Martha disse com um sorriso largo e puxou uma cadeira em frente ao Travis para que eu pudesse me sentar.

— E então, como foi o dia ontem? — Perguntei para o meu pai evitando ao máximo quaisquer tipo de contato visual com Travis.

— Foi ótimo! A empresa está indo muito bem. E o seu, princesa? — Papai perguntou me encarando com um vislumbre de esperança para que eu fosse positiva.

— Nos divertimos muito ontem. Fizemos uma festa na piscina e Eliza conheceu nossos colegas da escola. — Travis me cortou antes que eu pudesse responder.

— É... Foi divertido. — abaixei minha cabeça em direção ao sanduíche em minha frente.

— Uh! Isso é ótimo! Você vai adorar, todos são tão simpáticos e gentis! — Martha disse animada tentando puxar algum assunto comigo.

— Você gostou do seu quarto de pintura? — Papai me perguntou com seus olhos vidrados em mim.

— Você sabe que eu não pinto mais. — Fui sincera, mordiscando um pedaço do meu sanduíche.

Odeio me sentir pressionada.

— Mas quem sabe você não possa voltar? Vi algumas obras suas e você é muito talentosa, poderia vendê-las.— Martha disse de forma simpática, mas a dor em minha cabeça não me permite dizer muitas palavras.

— Obrigada. — Terminei o resto do meu café em silêncio e voltei novamente para o meu quarto.

Eu entendo que existe toda uma pressão para que eu me sinta bem vinda aqui mas não quero isso. Eu quero voltar para a minha casa.
Sei que devo ser simpática e receptiva assim como Martha é comigo, mas hoje não estou bem.

                          TRAVIS POV's

Bufei irritado ao ver a forma que a garota reagiu as investidas da minha mãe. Se bem que, bem feito! Quem manda ela se importar tanto com essa Vadia?
Me levantei ao terminar meu café e subi em direção ao quarto da garota, ela vai ouvir umas poucas e boas.

Eu sei que não devo me preocupar ou envolver mas algo me força a vir vê-la. Minha mãe está se esforçando e odeio a decepção em seu rosto.

— Você é uma babaquinha de merda. — A encarei irritado entrando em seu quarto.

— Eu te perguntei algo? —Ela me respondeu de forma grosseira, arqueando suas sobrancelhas.

— Ela está tentando ser gentil com você. Sua pobre fodida! — Me estressei mais ainda com sua reação.

— O menino mimadinho que nunca trabalhou na vida acha realmente que vai conseguir me ofender de alguma forma? — A garota cruzou seus braços me encarando com calma.

Quem essa fodida acha que é?

— Presta atenção, se eu ver você tratar minha mãe dessa forma de novo, você vai se arrepender de ter nascido. Me entendeu? — Travei meus maxilares tentando conter toda a euforia presente em meu corpo.

A garota se levantou com calma e se aproximou de mim em passos lentos e arrastados, a mesma parou a poucos centímetros do meu rosto.
A encaro de cima a baixo, dando uma pausa lenta em seus seios cobertos por sua camiseta. Ficam bem melhores desnudos, é impossível não lembrar das cenas de ontem a noite.

— E você vai fazer o que? — Seus olhos estavam vidrados em mim, enquanto seus lábios estão suavemente entreabertos.

Ela se parece com um anjo, seus olhos claros, sua boca bem desenhada, seu corpo perfeitamente... Merda! Essa garota é o diabo em forma de gente.

— Não tente descobrir, você vai se arrepender. — Curvei o meu corpo para frente, parando meu rosto a poucos centímetros do seu.

Eu sei, deveria evitá-la como o demônio foge da cruz mas algo nela me faz querer agarra-la e mostrar quem manda.
Ela é uma garota mimada, pelo visto nunca ouviu um não na vida.

— Eu não me arrependo do que faço. — Ela me respondeu de forma soberba.

— Então ontem quando implorou pra mim te foder a noite toda e ficou esfregando seus peitos na minha cara, você não se arrependeu? — Perguntei de forma irônica.

A garota desviou o seu olhar e se afastou automaticamente de mim com seu rosto totalmente avermelhado.
  Ri pelo nariz, é, criança. Eu realmente não estava afim de jogar na cara dela os acontecimentos de ontem a noite mas ela está muito segura de si para alguém que ainda é virgem. Não fode, garota. Literalmente.

— Sai do meu quarto. — A garota evitou me olhar.

— Espero que tenha entendido o recado. — Disse ainda firme.

— Sai agora! — Ela disse de forma irritada encarando seus pés.

Neguei com a cabeça me afastando até sair por completo do seu quarto, Elizabeth... Parecia que morreria por poucas palavras minhas.

Coitada. Já deve estar apaixonada por mim.

                                Elizabeth POV's

— Ah, já resolvemos tudo em relação ao Marcus. — Clara me disse ao se deitar ao meu lado da cama.

— Obrigada, de verdade, eu nunca mais vou beber. — Disse ainda envergonhada.

Eu não me lembrava de quase nada mas o idiota do quarto ao lado fez questão de me envergonhar, eu sei que não sou uma santa mas eu nunca tinha me sentido assim antes. Eu estava animada, estava fora de mim, e agora estou com nojo. Nojo dos meus atos, nojo de mim.
Nunca, jamais, em hipótese alguma eu perderia minha virgindade com alguém como Travis. Ele me dá náuseas, ele me irrita em respirar, simplesmente por existir ele já é um peso para mim.

— Isso acontece! Uma vez, Travis estava tão bebado que foi desafiado a comer uma barata viva e comeu. — Clara fez careta como se estivesse se lembrando da cena em sua cabeça.

— Ele é um nojento. Não sei como tantas garotas ficam com ele. — Neguei tentando conter o nojo em meu tom de voz.

— Se você o conhece bem, lá no fundo, vê que ele é um cara legal. — Clara semicerrou seus olhos tentando me convencer.

— Bom, eu duvido. — Dei de ombros.

Não consigo imaginar Travis como um homem de respeito, pelo contrário, pra mim ele é um garoto nojento.

— O que você acha de pegar um solzinho? — A garota se levantou em um pulo.

Grunhi em negação, não tô afim de viver hoje. Pra falar a verdade, hoje é um típico dia preguiçoso.

— Vamos sim! — A garota disse de forma irritada, puxando minha mala com dificuldade para cima da cama.

Clara parece não aguentar receber um não.

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