Capítulo Setenta e Sete

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| Gabriella |

Estava no último quarteirão da casa do meu pai, eu já não conseguia chamar aquele lugar de lar á anos. A minha respiração começou a oscilar, sentir borboletas na minha barriga e me senti coagida.

— Ta bem, Gabriella ? - Calleri indaga e eu olho para ele assustada.

— Eu nem sei porque estou sentindo isso, mas eu sinto la no fundo que ele vai odiar saber das novidade. - digo e vejo ele abrir um sorriso de canto.

— E quando foi que você passou a se importar com o que seu pai aceita ou não?

Naquele mesmo instante eu tive alguns flashback, eram vários momentos passando pela minha mente. Momentos esses que fui um pouco apocalíptica, momentos que desafiei a sanidade dele.

Sentir toda aquela sensação ir embora aos poucos e em segundos eu já estava confiante novamente.

Calleri parou o carro enfrente a portaria e trocamos olhares, logo após abrimos um sorriso uníssono.

— A sua felicidade sempre será a minha!

Ele indaga e em seguida desferimos um abraço apertado, dou um beijo em sua bochecha e me retiro do carro em seguida. Cumprimento o porteiro e caminho até a minha casa.

Eu amava o outono e o verão, mas, a primavera era algo surreal, era lindo de se vê. Havia flores florescendo por todo o trajeto do condomínio, dando uma sensação de calmaria.

Dei uma risada sincera ao vê o carro do Piquerez enfrente a minha casa, subi os degraus e bati duas vezes na porta. Não demorou muito para a minha mãe abrir, desferimos um abraço e entramos em seguida.

— A casa hoje ta movimentada. - digo após vê as caixas de papelão na sala.

— Sua irmã vai ir embora. - minha mãe responde um pouco descontente.

Logo vejo o Lucas vindo na nossa direção, abro um sorriso largo ao vê meu irmão. Ele se aproxima de mim e me abraça forte, permanecemos abraçados enquanto Giovana e o Joaco desciam as escadas.

— Cadê o nosso pai? - pergunto olhando para o Lucas e ele apenas inclina a cabeça para o lado.

Logo pude vê o Dorival caminhar pelo o corredor, seu semblante estava fechado e ele olhou ríspido para o seu novo genro.

— Bom, já que estão todos aqui, preciso contar algo pra vocês. - digo me afastando do meu irmão e recebo alguns olhares assustados.

— Olha bem o que você vai contar, porque eu já tô preste a ter um infarto. - meu pai diz ríspido e eu solto uma risada sarcástica.

Puxei de dentro da minha camiseta o colar que eu havia ganhado do Richard na última vez que se vimos antes de eu ir para a Espanha, respirei fundo e deixei as palavras saírem da minha boca.

— Esse colar remete uma pessoa muito importante para mim e por anos eu achei que o amor era algo destruidor, algo que não valesse a pena lutar...

Meu pai se sentou no sofá enquanto eu falava, Giovana me olhava confusa e o Piquerez parecia já saber da grande novidade.

— Mas, ele me mostrou que o amor é algo que se constrói aos poucos, que até nas percas que tivemos, brigas e afastamentos contínuos foi o essencial para esse amor criar raizes. - digo e respiro aliviada logo após. — Pai, eu perdi um bebê em uma fase não tão boa e só eu sei os traumas que tive que carregar comigo.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora