Conexão Rival. - Richard Ríos

Capitulo Setenta e Nove

| Richard Ríos |

Tínhamos acabado de pousar em Fortaleza, saímos do avião e fomos direto para o ônibus do Palmeiras. Evitei contato com os torcedores e entrei imediatamente dentro do ônibus, tirei um dos fones do ouvido e me sentei ao lado do Raphael.

— Eu sou curioso e não vou esperar voltar para São Paulo pra ficar sabendo, então já pode...

— Cala boca! - Veiga diz ríspido me interrompendo e eu solto uma risada sarcástica.

— Então já conta tudo. - indago abrindo um sorriso de lado e ele me olha furioso.

Veiga pegou o seu celular de dentro do bolso e desbloqueou no mesmo instante, ele me deu para ler as mensagens e naquele momento senti um nó na minha garganta.

As palavras ditas por ele foram tão fortes, que foi impossível conter as lágrimas.

" Eu procurei mil formas de poder me expressar, eu te bloqueei e desbloqueei diversas vezes, já escrevi e já apaguei umas seis ou sete vezes...

A real Giovana, é que mesmo que eu queira muito te dizer mil coisas, me falta palavras para descrever cada sentimento que estou sentindo no momento.

Eu enfrentei seu pai e quis te dar o mundo, infelizmente não foi o suficiente para nós dois. Eu queria te dizer que eu ainda te odeio, mas isso nunca foi verdade, nem mesmo quando eu descobrir sobre a traição. Naquele dia que estava com a Bruna e vi você na frente da casa do Joaco, eu percebi que sempre te amei e não importa o que eu faça, eu continuarei te amando.

Eu não quis reatar o meu relacionamento antigo, pois sei que o intuito seria usar ela para te esquecer, o meu mundo caiu no mesmo instante que descobrir que você estava grávida, mas naquele mesmo momento eu percebi que já estava na hora de dizer adeus.

Giovana, eu te desejo toda felicidade desse mundo, desejo de coração que seu relacionamento com o Joaco seja duradouro e vocês sejam felizes, espero que você realize aquele seu sonho de conhecer a Inglaterra e de mergulha no mar de Maldivas.

Essa será a última mensagem do seu antigo amor, seja feliz minha linda!"

Bloqueei o celular do Veiga e entreguei para ele, seu semblante de tristeza já entregava toda a sua dor, apenas fiquei calado e coloquei o meu fone novamente.

Eu nunca fui bom em dar conselhos e dessa vez eu não iria tentar, a situação era delicada e o melhor para ele talvez seja o tempo.

— Posso já colocar uma música para animar? - Kevin pergunta e já escuto os xingamentos de alguns jogadores.

Dou risada e logo escuto meu celular vibrar, a Gabi havia me mandado uma foto, abrir um sorriso largo ao vê a minha filha dormindo sobre o peito da minha mulher.

Respondi com um coração e logo em seguida mandei mensagem para a minha prima, queria a ajuda dela para fazer uma surpresa para a Gabriella.

Eu não tenho dúvidas que quero construí a minha vida ao lado dela.

(...)

Havíamos acabado de entrar no estádio do Fortaleza, a torcida adversária fazia uma festa surreal, mas mesmo assim ainda era possível escutar a nossa torcida cantar. Coloquei a mão sobre meu peito e esperei o hino ser tocado, Abel havia mudado todas as últimas escalações que havia feito.