Capítulo Três

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| Richard Ríos |

- Ta no mundo da lua, colombiano? — Endrick pergunta fazendo com que eu pare de olhar para a garota que havia acabado de esbarrar em mim.

Dou risada e volto para o vestiário, escuto algumas táticas do nosso técnico mas a todo momento eu só conseguia pensar naquela garota, seu perfume doce exalava sobre a minha camiseta.

Faltava alguns minutos para a gente entrar em campo, não vou mentir que em dias de clássicos a gente fica mais eufórico e ansioso. Bebi um pouco de água e respirei fundo, logo um assistente liberou nossa entrada.

Eu ficaria no banco de reserva então fui uns dos primeiros á sair, olhei para o corredor na esperança de vê novamente a garota mas a tentativa foi mal sucedida.

A casa do time adversário estava cheia, a torcida não parava de cantar um segundo e isso era uma baita pressão. Me sentei no banco de reserva ao lado de mais alguns companheiros, olhei para o lado onde estava o time adversário.

- O que tanto você procura? — Endrick pergunta e eu dou uma risada sarcástica.

- Uma garota. — respondo e ele já me olha com malícia. - Eu sou solteiro, vale lembrar.

- Terminou o namoro tem nem um mês. — ele diz debochando de mim e eu reviro meus olhos.

- Idai? Me interessei, eu pego mesmo. — digo cruzando os braço.

- A garota é rival? — ele pergunta e eu concordo com a cabeça. - Péssima escolha, logo uma São Paulina, pior que isso era se fosse uma Corinthiana.

- É só uns beijos, eu jamais vou namorar uma rival. — digo e o Endrick faz uma cara de confuso.

Os dois times começam a entrar em campo, se levantamos e aguardamos o hino acabar e sentamos logo após. Após a troca de bandeira o juiz apita o início da partida, o São Paulo tava pressionando bastante em cima do nosso time deixando pouco espaço para o nosso ataque.

Era nítido o quanto o São Paulo tava com a maior posse de bola, nosso técnico estava furioso e faltava entrar dentro de campo.

- Richard e Endrick, se preparem que vocês vai entrar. — diz o Abel Ferreira e nos concorda com a cabeça.

Tiro o colete e jogo no banco, o preparador físico vem até nós com um tablet e mostra aonde deveríamos atacar. Bebo um pouco de água e passo a garrafinha para o Endrick, dou dois pulinho antes de levantaram a placa de substituição.

Piquerez saiu para que eu pudesse entrar e o Endrick entrou no lugar do Rony, corri para a minha posição. Os últimos minutos do primeiro tempo o Palmeira já conseguiu reverter a maneira como estava antes, o time tava mais entrosado e estávamos tendo chances clara de gol.

- Que ódio! — diz o Endrick furioso logo após o juiz apita o fim do primeiro tempo.

Passo a mão sobre meu cabelo e o suor escorria pelo o meu rosto, não conseguir evitar de escutar o técnico do time adversário falar furioso com o preparador.

- Manda a Gabriella descer daquela arquibancada, se não eu vou deserdar ela. — ele diz furioso e suas bochechas vermelhas já entregava isso.

Dou risada e entro para dentro do clube, Piquerez encosta do meu lado e caminhamos juntos até a entrada do vestiário. Uma garota de cabelos pretos e longos, branquinha e com um corpo que era impossível não se notar, aparece nos corredores.

- Acho que me apaixonei. — diz o Endrick ao vê a menina e eu abro um sorriso.

- Que gata. — diz o Piquerez enquanto babava na menina, modéstia à parte todos estava olhando para ela.

- Eu vi primeiro. — diz o Endrick e logo recebe um tapa do Veiga.

- Você não tem idade e se eu fosse você Piquerez, eu ficaria dela. — ele diz sério e com o semblante fechado.

- Por que ? Não tô vendo nenhuma aliança no dedo dela. — pergunto olhando para o Veiga enquanto entrávamos dentro do vestiário.

- Ela é filha do técnico do São Paulo. — ele diz e na hora todos nós olhamos para ele. - O que foi?

- Você pega ela? — pergunta o Endrick e o Veiga fica calado.

Para um bom entender meio palavra basta, ou então nem precisa. Começamos a dar risada de como o Veiga ficou vermelho quando a gente descobriu que ele pegava aquela gata, me sentei no banco e passei a toalha sobre meu rosto.

- Se vocês acha a Giovana bonita é por que vocês não conheceram a Gabriella, aquela ali é o sonho de qualquer rival. — diz o Dudu e eu me recordo de ter escutado esse nome antes de entrar no vestiário.

- Veiga? — a voz do Abel ecoa pelo o vestiário e todos nós olhamos apreensivo, principalmente o Veiga. - Faz favor de deixar seus assuntos pessoais fora de campo.

- Não entendi. — ele fala com a voz quase não saindo.

- Você acha que não sei que você pega a filha do Dorival né ? Não quer meter gol por conta do sogro? — Abel pergunta e todos do vestiário começa a dar risada, até o próprio Abel.

Ele passou umas novas táticas para gente colocar em prática no campo e o preparador também mostrou alguns espaço que estava ficando livre. Os minutos se passaram e o pessoal que iria ficar no banco de reserva já tinha saído do vestiário, bebi um pouco de água e fui para a fila.

Os jogadores do São Paulo estava do nosso lado, uma euforia se fez presente em questão de segundos.

- Meu Deus, me abana aqui porque acho que vou desmaiar. — diz o Endrick ao vê a loira parecer no corredor.

- Aonde você tava ? Seu pai vai te matar. — diz o camisa nove do São Paulo.

- Aqui não né, Calleri. — ela diz com a voz ríspida e é quando nossos olhos se cruzam.

Percebi na hora que a garota que se esbarrou de mim, se tratava da tal Gabriella, abrir um sorriso de canto e voltei a olhar para frente. Dudu na hora fez um sinal concordando com a cabeça, Giovana e Gabriella era irmãs.

- Caraca que família abençoada, quero as duas. — diz o Piquerez e na mesma hora o Veiga fecha o semblante novamente.

Coloco os braços para trás e começamos a entrar para dentro do campo, dessa vez não teve tanta enrolação e fomos direto para as nossas posições. O juiz apitou o início da partida, a todo momento o Palmeiras tentava achar brecha mas era impossível.

O São Paulo estava bem entrosado enquanto nosso time estava começando a ficar desesperado, tivemos mais duas chances clara de gol mas nenhum foi finalizado com sucesso. Numa arrancada de bola o camisa nove do time adversário acaba sofrendo uma falta bem perto da área,

Coloco a mão na cintura e fico de canto vendo a barreira se formar, em uma bicuda forte o capitão do São Paulo abriu o placar. Que ódio que deu, levei as duas mão no rosto e comecei a negar com a cabeça.

Tivemos mais alguns minutos de jogo e logo o juiz apitou o fim da partida, eu sair frustado do campo. Tirei minha camiseta antes mesmo de chegar no vestiário e fui andando de cabeça baixa, quando novamente esbarro em alguém.

- Hoje é dia, caralho. — digo ríspido e logo percebo ser a loira.

- Fala direito, você acha que é quem? — ela pergunta franzindo as sobrancelhas e se torna impossível não reparar o quanto ela era bonita.

- Quem esbarra em mim é você, e ainda quer tá certa? — pergunto e vejo a garota revirar os olhos rindo ironicamente.

- Detesto o palmeiras e acabei de descobrir que detesto os jogadores também. — ela diz e eu começo a dar risada dela.

- Você mete mó marra né, acabo com ela em dois segundos. — digo encarando seus olhos e percebo que a garota ficou um pouco desnorteada.

- Tenta sorte, Ríos. — ela sussurra bem perto do meu rosto e logo sai andando.

Viro o rosto para acompanhar a Gabriella e abro um sorriso involuntário. Nego com a cabeça, por conta do momento que tinha acabado de se ocorrer e entro para dentro do vestiário. Me recuso a pegar uma rival, mas ela... ela talvez seja uma excessão.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora