LEAH DAVIS
As semanas que se seguiram foram bem tranquilas na medida do possível.
A faculdade exigia um pouco mais do meu tempo do que o normal já que era fim de semestre e os professores passavam provas e trabalhos incessantes que pareciam que nunca iam ter fim.
Eu não tive notícias de Mason desde o episódio do balada, o que eu considerava ser uma ótima notícia.
O que não era, e que era também, bem estranho, eram os comportamentos de Julian nessas semanas, ele estava distante, chegava sempre tarde em casa, dizendo que eram bicos novos que estava arrumando.
O que era ótimo, dinheiro nunca é demais, se pelo menos fosse verdade.
Como eu sei que não é?
Eu apenas sei! E para mim isso basta.
Eu tentava não pensar muito nisso, já sou uma pessoa paranóica normalmente, não precisava de mais uma coisa para encher a minha cabeça.
Era Julian, a faculdade, as tentativas incessantes de Júlia, a recepcionista do lar de idosos, de me sabotar, os frios na barriga todo vez em que pensava em Mason....
Esse último ocorria em ocasiões bem esporádicas, mas elas existiam e eu ainda estou tentando entender o porquê.
Era bom ter uma coisa para distrair minha cabeça para variar.
Era fim de outubro, logo, o Halloween estava batendo na porta.
Daqui três dias haverá uma festa para comemorar a data no Serenidade, o que foi uma ideia de última hora.
Um dos senhores de lá recebeu uma visita de seu filho e seu neto de aproximadamente uns quatro anos, semana passada.
O garotinho não parava de pular e falar com ansiedade sobre a festinha de Halloween que teria na escola e perguntou com que fantasia o vovô dele iria usar na festa em que iria.
"Bom, o vovô ainda não pensou, porque ele não tem uma festa para ir".
Ouvi seu Francisco responder ao garotinho que murchou instantaneamente e começou a falar que ele precisava arrumar uma, já que era a melhor época do ano, perdendo só para o natal, onde ele ganhava montes de presentes.
Todo mundo ouviu a ideia da criança, que eu descobri mais tarde se chamar Luke, ele foi a sensação do dia e falava pelos cotovelos, então não teria como não ouvir.
Desculpas dadas pelos próprio moradores, para encobrir o fato de serem uns belos de uns fofoqueiros.
Mas vamos fingir que não.
Assim que o filho e o neto de seu Chico foram embora, começaram-se as discussões sobre haver uma festa de Halloween na casa ou não, e por fim todos concordaram para que sim, haveria uma, com fantasia, doces e tudo.
Agora estou eu aqui, customizando uma fantasia de última hora porque a correria do dia a dia me fez esquecer completamente dessa festa.
Por sorte, Alisson estava me ajudando.
- Essas correntes são legais, mas ficaria ainda melhor se você tivesse um tapa olho - a ruiva diz apontando para as coisas em cima da cama que vão compor minha roupa de pirata.
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Um Recomeço
RomanceLeah Davis é uma mulher de 25 anos que está cursando faculdade de psicologia e trabalha em um lar de idosos. Sua infância completamente conturbada a trouxe traumas que perduram até os dias de hoje, com a mãe viciada e o pai preso ela se vê só neste...