Capítulo 4

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MASON CLARK

Eu já estava esperando o policial puxar minhas mãos para trás e eu sentir o metal gélido das algemas encontrar meus pulsos.

Mas a única coisa que senti foram os tapas no meu braço, recebidos pela minha querida avó.

Eu quase enfartei a velha quando apareci de surpresa no lar de idosos em que ela vive, já estava esperando alguém chamar a polícia para me prender por ter matado minha única parente viva.

Nunca ouvi tanto sermão vindo dela na minha vida, estava planejando ir visitá-la sem que ela soubesse a uns dias, tanto que assim que ela me ligou hoje de manhã jurava que ela tinha descoberto, como? Não sei, mas vai que ela era vidente e nunca me contou, minha vó parecia mais a Barbie de tanta coisa que já foi na vida!

Assim que se acalmou me deu aquele abraço forte e gostoso que eu já estava morrendo de saudades e logo fomos passear pelo gramado.

Conversamos um milhão de coisas a maior parte sendo ela falar mal de seu Jorge o famoso "traidor descarado" e uma funcionária que por razões desconhecidas minha avó simplesmente detesta, ela a chama de "magrela intrometida", nunca a vi na vida, mas não acho que seja ruim, Dona Amélia só gosta de implicar com os outros.

Ajudei umas senhorinhas simpáticas pegando umas maletas de maquiagem em uma sala, fiquei surpreso, é raro ver pessoas mais velhas tão vaidosas assim, achei que minha avó era uma das últimas.

Antes de ir embora dei o CD da Beyonce que ela tanto queria e assim que o viu faltou explodir de alegria, seu sonho era ir em um show da sua diva pop favorita, mas por vários motivos nunca foi possível.

Eu ria, a vendo pular de alegria batendo palmas e me abraçando forte novamente, quase me tirando todo o ar.

Agora estou no meu novo apartamento que está praticamente pronto só faltavam alguns móveis mas o essencial já estava aqui, cama, geladeira, fogão, máquina de lavar e secar, sofá, televisão...

Até me emocionava ver meu cantinho tomando forma, sempre foi meu sonho ter meu próprio apartamento e apesar do pouco dinheiro que recebia no restaurante em que trabalhava aos poucos consegui realizar esse sonho, até então sempre morei de aluguel em lugares bem insalubres ou em casas de amigos como de Julian agora.

Apesar do apartamento ser de Leah e ela não ir muito com a minha cara, ela concordou em me deixar passar essas últimas semanas lá, o que me ajudou muito!

Estava desempacotando uns copos que comprei a uns dias quando escuto uma batida na porta.

Vou até ela e assim que abro vejo uma mulher de olhos azuis, segurando uma travessa de sobremesa.

- Pois não? - falo reparando em como seus cabelos loiros e compridos caíam como uma cascata ondulada pelos seus ombros.

- Oi, eu vi que você era novo aqui então decidir dar as boas vindas - ela sorri me olhando de cima a baixo, como se estivesse me inspecionando, sorri de lado com aquilo.

- Muito obrigado, é bom já conhecer meus vizinhos - digo e ela concorda.

- Ah sim claro, que cabeça a minha, me chamo Tábata, prazer - ela estica sua mão em forma de cumprimento, segurando a travessa agora somente com a mão esquerda, aperto sua mão de volta.

Um RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora