De uma lagarta rastejando pelos verdes de um vazio, nasceu uma borboleta.
Borboletando de flor em flor com a elegância de um passarinho.
De um ramo fechado para seus filhos, floresceu uma rosa machucada pelo
constante tempo seco.
Pelo ciclo fértil se perdeu uma vida,
a do seu bebê recém-nascido em uma noite esbranquiçada.
Da branquitude de uma neve se formou uma terra
de glóbulos vermelhos. glóbulos brancos, água, plasma ...
Sangue, sangue, sangue.
De uma flor adulta, uma rosa ferida incapaz de semear um herdeiro.
Uma árida clemência de um polínico sem vida.
De um perfume forte levado pelo vento
as suas pétalas jogadas nas ruas cobertas de sujeira e sangue.
Seiva essa que não a pertence, a minha poesia associada a uma simples flor.
De uma menina alegre para uma mulher eremita.
Você já viu ela?
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Juliet Bernard
PoetryUm copilado de cartas que narram uma história de uma mulher, ao longo dos anos ela perdeu entes queridos e amou