𝐅𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚𝐥 𝐥𝐨𝐯𝐞

capítulo dois - nossa primeira conversa

Haviam se passado alguns meses desde então, mantive o garoto do qual ainda não conseguia lembrar o nome em minha cabeça mas segui minha vida, Mika acabou saindo da escola o que fez com que eu acabasse me aproximando se outras pessoas, Bárbara e Alex, comecei a ter um tipo de relação com Alex e só depois descobri que ele e Bárbara eram ex namorados, e aparentemente Bárbara não tinha seguido em frente como queria aparentar já que ela sempre aproveitava para dar em cima dele, principalmente na minha frente, então nada mais justo do que ter feito um monte de alunos em um passeio escolar gritarem chamando ela de talarica.

Não que eu de fato amasse Alex, pelo contrário, acho que tudo o que eu sentia por ele era apenas uma carência e um carinho de amigos, admito que foi algo babaca da minha parte, mas em minha defesa, eu tinha apenas onze anos na época.

Mary: me desculpa por aquilo Bárbara, foi totalmente infantil da minha parte

Bárbara: tudo bem, eu entendo você

Mary: bom, que bom que já estamos entendidas então

Os dias foram se passando e eu, Bárbara e Alex acabamos virando meio que um trio bizarro, eu via claramente ela dando em cima de Alex mas isso não me incomodava, não em relação a ela, Bárbara não iria tentar algo a mais porque ela tinha medo de mim.

Mary: Alex, você pode soltar esse apontador para mim por favor?

Alex: posso sim, você vai usar para que?

Mary: nada de mais

Alex: eu já sei para o que vai ser, aqui, tá solto e toma cuidado para ninguém te ver

Sim, era para exatamente isso que você esta pensando, sim, ele sabia que era para isso, não, ele não me impediu.

Até esse momento eu havia feito algumas amizades no transporte escolar, Kay e Noemi, por conta de Kay acabei conhecendo Sarah, e se tem uma pessoa que eu odeio mais do que a Bárbara, é Sarah.

Sarah: Alex, olha o meu moletom do Sans, ele fica enorme

Alex: Você fica extremamente fofa com ele

Mary: sério?

Murmurei baixinho, odiava a forma como Alex flertava com todas as minhas amigas na minha cara e eu simplesmente deixava, levantei irritada e fui para perto do portão esperar o intervalo acabar sozinha, e por uma incrível coincidência, o garoto que tanto me deixava intrigada estava lá, novamente mergulhado em seu próprio mundo fazendo brincadeiras idiotas como se não existisse mais ninguém ao seu redor, com aquela risada que de tão alta chegava a me dar alguns sustos quando não esperada, e novamente, fiquei observando ele e seu grupo de amigos até o intervalo acabar.

Emma: Você ainda não foi falar com ele Mary?

Mary: eu não sei puxar papo, quem sabe um dia a gente não acabe conversando?

Emma: se você continuar esperando as coisas acontecerem ao invés de ir atrás de fazer acontecer, vai esperar eternamente

Mary: Você é meio dura as vezes sabia?

Emma: quem avisa amiga é

Retornei para a sala e assim como o garoto, minha felicidade magicamente foi embora, para piorar a situação ainda tínhamos que fazer um trabalho em grupo de matemática, como se as coisas já não estivessem ruins o suficiente.

Retirei a lâmina do meu bolso discretamente e aproveitei um momento onde ninguém prestava atenção em mim, principalmente Alex e Bárbara que estavam ocupados de mais flertando um com o outro, e comecei a pior coisa da minha vida, o primeiro não doeu, não imediatamente, mas quando o sangue começou a sair, ai sim doeu, e nunca diga que não tem como piorar pois o fundo do poço sempre vai ter uma portinha para te levar ainda mais fundo.

Professor: senhorita, na minha aula não, faça isso em outro horário.

Olhei incrédula para o homem, os professores não deveriam garantir o bem estar dos alunos na sala de aula?

De qualquer modo, guardei a lâmina rapidamente e abaixei as mangas do meu moletom pois isso fez com que a atenção fosse direcionada para mim.

Bárbara: Mary? Tudo bem?

Mary: claro, onde a gente parou mesmo?

O resto do dia foi monótono, aulas chatas e Alex e Bárbara flertando na minha cara enquanto eu me fingia de besta.

No horário da saída estava eu novamente no mesmo lugar, encostada no portão, dessa vez chateada pois o garoto e seu grupinho ainda não haviam aparecido, será que haviam ido embora mais cedo? De qualquer forma, ignorei e botei música nos meus fones de ouvido, o que não durou muito pois pausei assim que percebi uma movimentação estranha atrás de mim.

Assim que me virei, vi o garoto andando na minha direção todo desengonçado, tremendo de nervosismo e tropeçando, segurei o riso e fiquei observando esperando o garoto chegar até mim.

Joel: oi, então, eu sou o Joel, a gente tá no mesmo transporte escolar

Mary: é, eu sei, eu sou..

Joel: Mary, eu sei, eu decorei o seu nome

Mary: uau, eu tentei decorar o seu mas eu sempre acabo esquecendo

Joel: não tem problema, então, eu queria dizer que sei lá, eu gostei de você e queria conversar com você, se você puder me passar seu insta para a gente conversar

Mary: claro, anota ai

Falei meu instagram para ele que anotou em sua própria mão e levantou a cabeça para mim novamente

Joel: então, se você quiser, amanhã você pode sentar naquele banco junto comigo e com o meu amigo

Mary: claro, eu vou sim

Joel: bom, eu tenho que ir, até amanhã

Mary: até

E pela primeira vez em muito, muito tempo, eu voltei para casa com o maior sorriso do mundo no meu rosto, com o coração acelerado e não de uma forma ruim.

No outro dia, me sentei no banco em que Joel sempre se sentava, assim que o rapaz chegou e me viu, abriu o maior sorriso e o mais lindo do mundo todo, que me fez arrepiar toda, ele se sentou ao meu lado, ainda com o incrível sorriso e os olhos brilhando.

Joel: bom dia Mary