🌸capitulo 3🌸

94 4 1
                                    

Juliana acordou com a garganta seca, um sinal claro de que precisava de água. Ela se levantou cuidadosamente, tentando não fazer barulho para não acordar sua amiga que dormia profundamente ao seu lado. Ao passar pelo corredor, notou uma luz fraca vindo da cozinha e se aproximou silenciosamente. Renato estava lá, encostado no balcão, um cigarro pendurado displicentemente entre os dedos. A fumaça pairava no ar, criando uma névoa densa.

Juliana tossiu discretamente para chamar a atenção dele. — Renato, não sabia que você fumava. – disse ela, tentando não parecer rude.

Ele sorriu, parecendo surpreso por vê-la. — Ah, Juliana! Você também está acordada? Sim, eu fumo de vez em quando. É um hábito antigo.

Seus olhos se fixaram na geladeira de Verônica. Era uma verdadeira obra de arte. O exterior era feito de aço inoxidável, com linhas elegantes e um acabamento impecável. As alças eram de um material translúcido que parecia cristal. Juliana ficou impressionada com o design sofisticado.

Mas o que realmente a surpreendeu foi o interior. As prateleiras eram organizadas como se fossem exibidas em uma loja de decoração. Garrafas de água alinhadas perfeitamente, frutas frescas em cestas de vime e potes de vidro com sobremesas caseiras. Juliana até viu uma pequena planta em um vaso de cerâmica no canto.

Era como se a geladeira de Verônica fosse mais do que um eletrodoméstico funcional; era uma peça de arte. Juliana pegou um copo, encheu-o com água gelada e ficou admirando a geladeira por alguns minutos.

— Verônica não gosta muito disso – admitiu Renato, apagando o cigarro no cinzeiro e acendendo outro. — Mas às vezes, quando as preocupações da vida adulta apertam, um cigarro é como uma companhia silenciosa.

Juliana se apoiou no balcão, olhando para ele. — Você parece preocupado. Algum problema?

Ele suspirou. — Meu trabalho está complicado ultimamente. Pressões, decisões difíceis. Às vezes, fumar é a única maneira de relaxar.

— Mas não é saudável – disse Juliana, preocupada. — Você deveria tentar outras formas de aliviar o estresse.

Renato riu. — Você soa como minha filha. Ela também vive me dando sermões.

— Verônica se preocupa com você, Ela te ama, sabia?

Ele olhou para ela, os olhos cansados. — Eu sei. Às vezes, é difícil ser o pai que ela precisa.

Juliana se aproximou. — Talvez vocês dois precisem conversar mais. Compartilhar suas preocupações.

Renato apagou o cigarro completamente. — Você tem razão, Juliana. Às vezes, a água não é suficiente para saciar a sede.

Juliana e Renato continuaram a conversa na cozinha, as palavras fluindo como um rio tranquilo. Juliana descobriu que Renato era mais do que apenas o pai de Verônica; ele era um homem com sonhos, medos e esperanças.

— Você já quis fazer algo diferente da sua carreira? – perguntou Juliana.

Renato olhou para o teto, pensativo. — Quando eu era mais jovem, sonhava em ser músico. Tocava violão e compunha minhas próprias canções.

— Isso é incrível! – exclamou Juliana. — Por que você não seguiu esse caminho?

Ele suspirou. — A vida aconteceu. Responsabilidades, contas a pagar, a necessidade de sustentar minha família. Acabei me tornando contador.

Tereza estava em frente ao espelho, o reflexo mostrava uma mulher decidida, pronta para deslumbrar na festa de Lucas. Ela escolheu um vestido dourado de paetês que brilhava a cada movimento. O vestido era justo, destacando suas curvas, e tinha um decote em V que adicionava um toque de elegância. As mangas eram longas e douradas, com pequenos detalhes em renda que davam um ar sofisticado ao look. Optou por um par de saltos dourado.

𝓛𝓞𝓥𝓔 𝓜𝓔 : Um Quarteto ProblemáticoOnde histórias criam vida. Descubra agora