Obsessão De um tigre

Capítulo 15

Nicolas

Coloco Melanie sentada em cima de uma das poltronas em minha sala, sigo até a mesa pegando o telefone

- Quero que fale pra Srt.Moore que estou indo até sua sala, quero pra agora.- comunico a uma das secretárias do andar da mesma e desligo sem esperar resposta

Saio porta a fora indo até a mesa da minha secretária

- Bom dia, senhor Axel- cumprimentou assim que me viu

- Se você ouvir qualquer barulho que seja ali dentro- aponto para porta- está autorizada a entrar

- Sim senhor

Sigo até o elevador apertando no andar de destino

- Senhor Axel- ignoro a voz da mulher assim que chego, ando a passos rápidos até a porta- Senhor Axel, espere, por favor- abro a porta e tranco rapidamente assim que entro

- Nicolas, querido- sua atenção se volta para mim

Vejo ela se levantar da cadeira e passar pela mesa

- Oque te trás aqui?- Se aproxima sorrateiramente

- Você- coloco um sorriso no rosto encarando-a, observo um semblante vitorioso surgir em seu rosto

- É mesmo?- sinto suas mãos tocarem meu peito- sabe, no fundo eu sabia que você iria voltar...- seu rosto cautelosamente se aproxima do meu enquanto suas mãos desabotoam minhas roupas

- Sempre tendo razão, Lydia- deslizo minha mão pelo seus braços seguindo até seu pescoço, aproximo ainda mais meu rosto do seu, quando estava prestes a beija-la paro no meio do caminho, um sorriso fechado se forma em meus lábios

Aperto seu pescoço de forma agressiva, sentindo suas mãos irem até a minha

- N- Nicolas...

Tiro os pedaços de seu brinco do bolso com a outra mão colocando perto do seu rosto

- Você acha que eu sou idiota?- minha voz sai de forma calma

- Me solte...- Diz ainda com esperança de que vai conseguir tirar minha mão

- Lydia, Lydia...- Suspiro apertando mais e em alguns segundos sentindo sua agonia- Me diz, oque você fez? Oque vai acontecer depende muito do que você vai me falar, sim?- sua cabeça mexe lentamente em um sim

Largo seu pescoço ouvindo ela puxar todo o ar que pode, subo minha mão até seu cabelo puxando brutalmente até a cadeira obrigando-a a sentar, pacientemente me sento na cadeira a sua frente

- Vamos lá, vale lembrar que se eu sentir qualquer traço ou ver sinais de mentira suas chances automaticamente se tornam nulas- concentro minha atenção na mesma esperando que comece

- Já chega, oque você está fazendo, Nicolas?- Começa a se pronunciar- Tudo isso por causa daquela garota?

- Não quero que aponte meus motivos, quero que diga oque você fez

- Eu não fiz nada de mais, só falei umas coisas e ela começou a chorar- olho no fundo dos seus olhos já anunciando oque preciso

- Porque está tão fissurado em só mais uma? Ainda uma humana sem nada de muito fantástico- sinto meu semblante fechar- Eu simplesmente disse pra ela oque iria acontecer mais cedo ou mais tarde

- Oque?

- Oque você faz com todas depois de um curto período de tempo, vamos ser realistas aqui, daqui a pouco essa coisa que você acha que está sentindo vai sumir como num passe de mágica- pego uma caneta de um pequeno porta lápis- tentei ajuda-la avisando que você vai fazer que nem fez naquela aldeia rapidamente e ainda dava tempo de sair viva

Sinto meu corpo travar

- Você falou sobre aquela aldeia?- meus músculos começam a ficar tensos- falou pra ela sobre minha relação com isso??- me levanto num sobressalto

Suas sombrancelhas se erguem

- Falei, qual o problema?

Seguro firme aquela caneta em minha mão, me aproximo dela rapidamente

- Nicol...- sua voz é cortada pelo seu próprio grito após eu enfiar a caneta em sua coxa, coloco a mão na boca dela para abafar o barulho, as primeiras lágrimas surgem descendo pelo seu rosto

- Cala a boca, se alguém vir aqui a próxima coisa que vai estar enfiada em você é uma faca e não vai ser na perna- digo arrastando a caneta em sua perna por dentro de sua carne sentindo o sangue molhar minhas mãos e por fim afundo o objeto ainda mais dentro

Me afasto averiguando se minha roupa não está suja, vejo Lydia com uma das mãos tocando levemente a caneta

Me dirijo até um mesinha no canto da sala pegando um papel toalha para limpar minha mão o maximo que posso

- Faça oque quiser com isso, dê um jeito de limpar aqui- Digo me referindo ao ferimento e ao sangue- Só quero que saiba que ninguém deste prédio fica sabendo disso, se acontecer eu já vou saber que foi você e sofrerá as devidas consequências, está me entendendo?- vejo acenar um sim com a cabeça- Ótimo.- saio da sala indo de volta ao elevador

Melanie sabe de tudo é só questão de tempo, oque eu faço agora? Não vou poder negar absolutamente nada quanto oque fiz, não vou poder obriga-la a me perdoar, se é que matar um ente querido tem perdão, ela vai me ver como um monstro pelo resto da vida e com razão, não vai me amar e muito menos viver comigo e construir uma grande e feliz família, seus pensamentos sobre as fadas e o jardim vão morrer junto comigo, não vamos viver nada que eu pensei que viveríamos

Está tudo acabado...

Sinto algo em mim desmoronar com esses pensamentos
É errado agora querer que ela fique assim pra sempre?

Chego no meu andar e logo começo a caminhar até minha sala, assim que entro me deparo com um homem de porte médio e cabelos castanhos de frente a poltrona em que ela estava sentada

- Não toque- digo assim que percebo que ele estava prestes a colocar a mão nos cabelos dela, minhas voz sai mais grave que deveria, vejo o mesmo dar um pequeno pulo em susto

- S-senhor Axel- disse fazendo uma pequena reverência

- Dady...- ouço ela dizer algo baixo e desconexo que não consigo entender enquanto se vira para minha direção aparentemente feliz estendendo um dos braços

Permaneço encarando aquele ser esperando alguma explicação

- Eu vim trazer alguns documentos para o senhor

- Se já trouxe pode sair- escuto ele pronunciar um sim logo passando por mim e fechando a porta

Caminho até ela me abaixando e pegando o bendito do coelho que a mesma estava tentando pegar sem sair de cima da poltrona, entrego em suas mãos e apoio as minhas nos braços do assento observando seus olhos brilharem ao pegar a pelúcia

Um simples ato dela de fazer a mesma coisa que fiz ontem recostando sua testa na minha me faz sentir um misto de emoções inexplicáveis, fecho meus olhos suspirando e depositando um beijo em seu nariz lhe tirando uma risada cativante

Volto a minha cadeira para resolver todas as pendências