Capítulo 17

4.6K 324 17
                                    

Nicolas

Sinto o líquido parar de descer em minha garganta, olho para cima vendo-a concentrada no desenho, suspiro frustrado

Aceito relutante que não tem mais e subo sua blusa para deixar como estava antes, saio da posição em que estava tirando sua atenção e tendo seus olhos direcionados a mim

Acabei me perdendo no seu rosto, parece até mágica mas sequer consigo ouvir o barulho da televisão, mas ironicamente consigo ouvir sua respiração em meio a tudo, chega a ser engraçado

Oscilo meu olhar entre sua boca e seus olhos, aproximo meu rosto do seu vagarosamente e colo nossos lábios em um selinho

Vejo a mesma me olhar confusa e com as bochechas rosadas, me impressiono assim que ela devolve em um beijo simples

Sinto um sorriso se formar em meu rosto lhe dando mais um e mais um e mais um...

Me enfio no meio de suas pernas recostando suas costas na cabeceira da cama, beijo-a novamente porém peço passagem com a língua e logo recebo, percorro cada centímetro de sua boca sentindo ela perdida naquele meio apenas tentando me acompanhar

- Nick...- ouço sua voz baixa e ofegante

Desço meu rosto até seu pescoço deixando alguns beijos, sinto suas mãos tocarem meus ombros, adentro as minhas por dentro de sua blusa

A única coisa que consegui fazer foi deixar uma marca avermelhada no seu pescoço antes da porta se abrir

- Oh gente a Beth disse que vocês...eita- Maicon desgraçado do caralho, filho da puta, arrombado, sem futuro, esse porra do inferno, infeliz do cacete...- Olha, já é a terceira vez que te pego fazendo essas coisas, Nicolas- respiro fundo pra não voar no pescoço deste indivíduo

- Oque você quer?- pergunto saindo de cima de Melanie que nesse momento nem sei distingui-la de um tomate

- Passei muito tempo longe da minha cria- franzo as sombrancelhas- que não é você, pensou que fosse não é? Coitado- adentrou mais o quarto indo até ela

- E onde você estava?-

- Ah, você sabe, coisas de dona Marta- Viro-me e ele já estava com Melanie nas costas, misericórdia- Agora se me der licença estamos de saída

- Como é?- Cruzei os braços franzindo a testa

- É, sua casa não tem nada de bom pra fazer, estamos indo pro mato- uma expressão de desentendimento toma meu rosto

- Não estou sabendo disso- saio porta a fora ouvindo seus passos logo atrás de mim

- Ai para de ser chato Nicolas, essa parte toda da floresta é sua mesmo

- É, mas não deixa de ter outras espécies e ela pode se machucar

- Melanie querida, você quer ir lá fora com o tio Maicon?- perguntou para ela ainda em suas costas

- Sim!- sua voz saiu com entusiasmo

- Viu?

Viro-me para eles no meio do corredor os encarando
Respiro fundo pensando um pouco

- Ok- um sorriso surge no rosto daqueles dois- cuide dela como se fosse sua vida, e eu não quero nem um tipo de hematoma, está claro?

- claro, claro- saiu correndo até as escadas

Caminho até meu escritório, tiro o cartão do bolso e pego meu telefone, me sento na cadeira giratória discando o número

- Alô?

| Maicon |

Coloquei ela no chão para nosso passeio ser mais dinâmico, caminhamos até os portões e agora que estou vendo melhor que portão grande da porra, não havia prestado atenção nele em todos esses anos e nunca vi criatura mais exagerada que Nicolas

- Já passeou por essa floresta Mel?- pergunto abrindo as portas

- Não- Eu perguntei já sabendo da resposta, mas isso me pegou de surpresa, como assim não?

- Não?

- A única vez que sai por essa floresta foi quando fui resgatar minha tia

- Em todos esses anos Nicolas continua sendo o maior bocó, nem pra te levar pra conhecer...- Pra não falar mais, só não falo porque ela está aqui, mas Nicolas é o maior canalha que eu já vi em toda a minha vida... falando assim parece até que sou velho, ai credo

Esses dias ele está até quieto, julgo ser por causa de Melanie que sem fazer quase nenhum esforço aplacou o fogo daquele imoral, até uns tempos atrás ele só sabia pensar em trabalhar e com quem ia transar no dia seguinte

- Ah... Está sentindo?- pergunto a mesma que me olha confusa

- Sentindo oque?-

- O cheiro da liberdade- olho para mesma vendo a brisa soprar seus cabelos avermelhados e seus olhos se fecharem involuntariamente
Tão pitica!

- Vem, vamos- agarro sua mão a carregando floresta a dentro- Nossa primeira parada vai ser no rio Macoy

- Ele existe?- paro de andar para tentar entende-la

- Como assim?

- O rio Macoy onde eu morava era uma lenda, as carpas roxas...

- Oh, pera, pera, pera- corto sua fala assim que escuto "as carpas roxas"- Vocês viajam hein...Carpas roxas. Temos Carpas Koi normais, só as águas do rio que são bioluminescentes e fica ainda mais bonito a noite... mas Nicolas não vai deixar você vim aqui a noite nem se o apontassem uma arma pra ele-

Não caminhamos muito para chegar lá, foi mais ou menos 9min andando, paramos em frente a uns cipós

- chegamos- vejo ela olhar para todos os lados confusa

- Onde está?- lhe lanço um sorriso e me jogo no meio daqueles cipós adentrando o outro lado, volto colocando metade do corpo pra fora, sua expressão é icónica - vem!

Assim que ela entra seus olhos brilham de forma quase mágica

- Uau...- correu para mais perto do rio, observo sua mão tocar a água fazendo movimentos pra lá e pra cá - Olha Maicon! As carpas- me aproximo vendo os peixes pouco se importando com a presença da mesma

- E não são roxas- gostaria muito de saber quem foi o jumento que deu a ideia

Vou para o outro lado do rio, não é pequeno eu diria até que é enorme

Eu nem sei quando foi que este rio apareceu aqui fui descobrir ele ano passado porque Nicolas havia citado o nome conhecido "Macoy", ele não autorizou a captura das carpas para ninguém ou seja...tem carpa pra caralho aqui oque faz o lugar ficar ainda mais linda

Vou até a beirada e pego uma pedra, até as pedras daqui são bonitas, misericórdia

-Melanie olha...- direciono meu olhar para onde ela estava não a vendo mais - Mel?- a chamo não obtendo resposta

Obsessão De um tigre Onde histórias criam vida. Descubra agora