O voo foi relativamente tranquilo, exceto pelo fato de que a senhora ao meu lado estava, constantemente, liberando gases.
Agora estamos quase chegando à Califórnia, então decido enviar uma mensagem para minha mãe.
Whatsapp on
Minha querida mãe 💓
Você: Oi, mãe, como estão as coisas por aí? Estou passando para avisar que já estou chegando.
Minha mãe 💓: Oi, minha filha! Aqui está tudo bem, estou terminando de preparar o almoço.
Você: Ah, entendi. Aqui já são 16h28; que horas são aí?
Minha mãe 💓: Aqui são 12h28; em breve irei ao trabalho.
Você: Ok, então. Até mais. Beijos ❤️🩹
Minha mãe 💓: Beijo 🥹
Whatsapp off
- Senhoras e senhores, informamos que em alguns minutos pousaremos. Obrigada.
Ao ouvir isso, guardo meu celular no bolso e coloco meu assento na posição vertical.
Conforme anunciado, alguns minutos depois, pousamos. Em seguida, desço do avião, pego minhas malas e dirijo-me a um banco.
- Finalmente, Califórnia.
Chamei um Uber e, por sorte, ele não demorou a chegar.
Pegando minhas poucas malas, dirijo-me ao carro do Uber.
- Oi, sou Mayanne. Você é o Paulo, certo? - pergunto de maneira natural.
- Eu falo português, e você está parecendo um robô com esse seu inglês de Duolingo - responde ele, fingindo mastigar chiclete.
- Oh, não precisava ofender - digo, colocando a mão no peito em um gesto de mágoa.
- Apenas falei a verdade. Como diz o velho ditado: "a verdade dói" - diz ele, rindo.
- Terminei - digo, referindo-me às malas que acabei de colocar no carro.
- Vamos - diz ele, após eu entrar.
Damos partida e, em breve, chegamos ao apartamento. Pago o Uber e ele segue sua viagem.
Adentro o local e, imediatamente, vejo o recepcionista.
- Olá, boa tarde. Qual é o seu nome? - pergunta ele de maneira formal.
- Boa tarde. O apartamento está agendado em nome de Mary Mayanne Watson James.
- Certo. Segundo andar, número 543 - diz ele, estendendo as chaves.
- Obrigada - respondo, pegando as chaves.
Pego minhas malas e sigo em direção ao elevador. No caminho, avisto uma senhora de cabelo preto, com um corpo até atraente, e não posso deixar de notar seus lindos olhos. Como pode? Ela é mais bonita que eu!
Percebo que a senhora está tendo dificuldade em apertar o botão do elevador devido às várias sacolas que carrega. Bem que eu poderia ajudá-la, não é mesmo?
- Olá, boa tarde - digo, sorrindo.
- Olá, minha filha - responde, retribuindo o sorriso.
- Posso ajudá-la com isso?
- Pode sim. Oh, muito obrigada. Deus te abençoe - diz, passando-me as sacolas.
Ao chegarmos aos nossos apartamentos, pergunto:
- Onde eu coloco isso? - referindo-me às sacolas.
- O que você está falando, minha filha? - pergunta a senhora, olhando para mim.
Oxe, a véia cagou rodando foi?
- Ééé, as sacolas - digo, tentando ser clara.
- Ah, as sacolas! Que bobeira a minha.
- Pois é, né, dona Zooe - diz uma voz masculina atrás de mim, em tom divertido, fazendo-me me virar, assustada.
- Meu Deus, que susto! - exclamo, olhando para o homem à minha frente. Ele aparenta ter mais de 50 anos, é moreno e bastante baixo.
- Oh, desculpe, não foi minha intenção.
- Sou Theo, o zelador. E você?
- Me chamo Maria, mas pode me chamar de Mary - respondo.
- Humm, Maria, nome interessante. De onde você é?
- Brasil - digo, sorrindo.
- Ohhh, entendi. Bem-vinda, Mary. Espero que nos vejamos por aí.
- Oh, não me chame de senhorita; isso me faz sentir velha - digo, rindo.
- Ok, até mais.
- Até.
A senhora Zooe abre a porta e entra; eu faço o mesmo.
- Muito obrigada, minha querida - diz ela, simpática.
- De nada. Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Por enquanto, não - responde, de forma simples.
- Ok, então vou indo - digo, saindo do apartamento dela e fechando a porta. Dirijo-me ao meu apartamento, que, por coincidência, é ao lado do dela. Ao abrir a porta, fico impressionada com o lugar.
Logo pego uma roupa da mala, além de sabonetes, shampoo, condicionador, escova de dentes, toalha e pasta de dente.
Sigo para o banheiro, tomo um banho quente, me visto e deito-me na cama.
Pego meu celular e entro no WhatsApp, apenas para perceber que não tenho internet.
- Ah, eu não vou descer só para pegar internet. Vou dormir mesmo.
Digo, e assim faço.
🦋
And round and round and round without stopping
Why why why?
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Entre Amor E Morte | Até A Extremidade Livro 1
General FictionMary Mayanne, aos 18 anos, é uma jovem marcada por um passado sombrio. Seu pai, que deveria ser seu protetor, se afundou em vícios e se tornou uma figura de terror, ameaçando não apenas sua vida, mas também a de todos ao seu redor. Ao decidir deix...