1• dia de aula/Nick

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Nicholas

Olhei para o espelho, tentando ajeitar o cabelo bagunçado. Mary estava na outra extremidade do quarto, jogando uma blusa em cima da cama.

- Você poderia pelo menos tentar não ser tão barulhenta? - reclamei, sentindo a frustração crescer.

-- E você poderia parar de ser tão chato, Nicholas! Não sou eu quem faz bagunça! - ela respondeu, revirando os olhos.

Nos encaramos por um momento, e a tensão no ar era palpável. Suspirei, sabendo que precisava encontrar um jeito de resolver isso.

- A gente precisa tentar se dar bem. Vovó não gosta de brigas.

Mary deu de ombros.

- Como se você se importasse. Você só quer ser o queridinho da vovó.

- Não é isso! - defendi-me. - Só quero que as coisas sejam mais fáceis.

Ela bufou e saiu do quarto, me deixando sozinho. Olhei para o relógio e percebi que o dia na nova escola estava se aproximando. No fundo, eu só queria que as coisas entre nós melhorassem, mas parecia que era um desejo distante.

Dei uma última olhada no meu cabelo e desci em direção a cozinha

Senti o cheiro do café fresco preenchendo o ar. Vovó havia preparado um café da manhã simples, mas reconfortante.

Enquanto me servia um pouco de cereal, olhei para Mary, que estava sentada à mesa com uma expressão de desdém.

- Você vai vestir isso? - perguntei, tentando quebrar o silêncio.

- O que tem de errado com isso? - ela respondeu, sem levantar os olhos do prato.

- Apenas pensei que você preferiria algo mais... sofisticado.

Ela me lançou um olhar de desprezo, mas não pude evitar notar como ela parecia bem naquelas roupas.

Ela usava uma calça que marcava bem suas curvas. Acompanhada de uma regata branca.

- Eu não sou você, Nicholas. Não preciso de sua aprovação.

- Claro, claro. - Sorri, tentando manter a paz. - Mas só para constar, você fica bem assim.

Mary ficou quieta por um instante, surpresa com o comentário.

- O que você quer, um prêmio? - respondeu

Vovó entrou na cozinha, trazendo uma jarra de suco.

- Bom dia, meus amores! Tudo pronto para a escola?

- Estamos tentando sobreviver ao café da manhã - respondi, e Mary revira os olhos, mas um sorriso escapa de seus lábios.

Percebi que, mesmo com as brigas, havia um espaço para um entendimento. Talvez, só talvez, o segundo dia na nova escola não fosse tão ruim assim.

Terminamos de tomar café e a Mary arrumou a mesa. Logo estamos saindo de casa.

Enquanto caminhávamos para a escola, não pude resistir à tentação de provocar Mary mais uma vez. Aproveitei que ela estava distraída, olhando para o celular, e chutei levemente atrás do joelho dela.

- NICHOLLAS! - ela exclamou, perdendo o equilíbrio e quase caindo.

- O que foi? Você realmente precisa prestar mais atenção! - disse, tentando conter o riso.

Mary se virou, com um olhar de reprovação.

- Nicholas, isso é ridículo! - reclamou, se recompondo.

- Eu só queria ver como você reagiria. - Sorri, um pouco provocador.

Ela me deu um "empurrãozinho" até que bem forte.

- Um dia você vai se meter em encrenca. - disse, enquanto seguíamos em frente.

- Talvez, mas pelo menos eu estou me divertindo! - respondi, aliviado por ver que, apesar das provocações, a tensão entre nós estava diminuindo.

- E aí, Mary! Precisa de uma carona? - um carro parou ao nosso lado.

Suponho que seja um amigo de Mary, apenas.

Assim espero.

Mary olhou para mim, hesitando.

- O que você acha? - ela perguntou.

- Pode ser. - respondi, aliviado por não precisar enfrentar o caminho a pé.

- Então vamos! - ela disse, entrando no carro.

Entrei logo atrás e então o rapaz olhou para mim pelo retrovisor.

- eai parça, me chamo Alex. Você é novo aqui, né? - perguntou

- É, sou Nichollas. Acabei de me mudar para cá. - respondi.

- Legal! Espero que você curta a escola. Mary já te contou sobre os grupos estranhos que tem lá?

- Só um pouco. Ela não é exatamente fã. - ri.

Mary revirou os olhos

- Não exagera! - disse, enquanto Alex dirigia.

A conversa fluiu de maneira leve, e percebi que, apesar da rivalidade com Mary, ter Alex por perto tornava tudo mais divertido.

- O que vocês vão fazer hoje à tarde? - perguntou Alex, sem perceber a tensão.

- Não sei - respondi, olhando para Mary. Ela me lançou um olhar rápido e desgostoso, e eu apenas sorri, satisfeito em provocar.

O caminho até a escola parecia interminável, e a cada momento, eu me perguntava se um dia conseguiríamos superar essa barreira entre nós.

Assim que chegamos na escola, eu e mary tomamos caminhos diferentes.

Alex por sua vez me puxa animadamente.

- Ei, Nick, vamos falar com o Nath! - disse Alex.

Quando chegamos perto, Nathaniell sorriu.

- E aí, Alex! Nicholas, bom te ver!

Alex ficou surpreso.

- Vocês se conhecem? - perguntou, olhando de um para o outro.

- Desde criança - respondi, mantendo a calma.

Alex parecia chocado.

- Por que você nunca me contou? - insistiu.

Antes que eu pudesse explicar, notei Mary se afastando, sorridente, em direção a uma garota que não reconheci.

-Ei, não olhe muito pra minha mulher.- Alex diz levantando uma sobrancelha

-E quem é sua mulher? A Mary?- pergunto incrédulo- não sabia que ratas namoravam.

-não, não é a Mary. Na verdade eu gosto da Rita, a amiga dela. Mas a gente não namora, ainda- falou dando ênfase em "ainda"

- humm- mumurro.

Entre Amor E Morte | Até A Extremidade Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora