𝗗𝗼𝗶𝘀

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𝖠𝗆𝖺𝗒𝖺 𝖲𝗍𝗈𝗇𝖾

𝘔𝘺𝘴𝘵𝘪𝘤 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴, 𝘝𝘪𝘳𝘨𝘪𝘯𝘪𝘢, 2010

Paro o carro em frente a nossa nova casa, como é bom estar de volta

-Por que voltamos à Mystic Falls mesmo, hein? -minha mãe pergunta batendo a porta do carro

-Estava entediada e algo me diz que essa cidade vai me tirar do tédio -digo indo em direção à fachada da casa

-A cidade ou rever pessoas do passado? -me encara com uma sobrancelha arqueada

-Não sei do que está falando -falo me fazendo de desentendida

Abro a porta da casa, sendo seguida por minha mãe

-Se veio para se meter em confusão, é melhor irmos embora

-Relaxa um pouquinho mamãe, eu nunca faria nada para nos meter em confusão -digo irônica e ela revira os olhos

-Você com mais de quinhentos anos me dá mais trabalho do que quando tinha sete -diz irritada

-E eu continuo com o simples talento de te irritar com algumas palavras -rio me jogando no sofá

-Acho que esse é o único talento que você tem -fala se sentando no sofá da frente

-Magoou -digo colocando a mão no coração fingindo mágoa

-Só uma coisa te machuca nessa eterna vida, uma data, para ser mais específica -diz com um sorriso vingativo

-Primeiro: você não sabe brincar e segundo: você é minha mãe ou minha inimiga? -pergunto me levantando do sofá

-Terceiro: vai pegar as malas -diz se levantando e indo em direção às escadas

-Por que eu? -questiono indignada- eu dirigi o caminho todo

-Primeiro: porque é a mais nova e segundo: eu sou sua mãe e estou mandando, agora vai

Reviro os olhos saindo da casa e pegando as malas no carro e depois subo as escadas

-Suas malas, madame -digo deixando elas na porta do quarto e seguindo para o meu

A viagem foi longa e tenho que marcar minha ilustre presença na cidade

Passei o resto da tarde organizando minhas coisas e agora estou me arrumando para sair

-Onde vai? -minha mãe pergunta se encostando no batente da porta e cruzando os braços

-Fazer questão de que saibam que estou aqui -digo vestindo minha jaqueta preta

-Juízo -diz soltando um beijo e me deixando sozinha de novo

Paro em frente ao espelho e encaro meu reflexo, perfeita como sempre. Saio do quarto e desço as escadas, batendo a porta de casa ao sair. Entro no carro e dirijo sem rumo pela praça até ver um bar, Mystic Grill. Estaciono o carro e saio, trancando logo em seguida e entro no local, andando em direção ao bar, me sentando no banco

-Um whisky, por favor -peço ao barman, um menino de cabelos loiros e olhos azuis- obrigada -digo quando ele me entrega e ele acena com a cabeça

Fico ali por uma hora, uma dose atrás da outra, memórias vindo à mente, o que só me desperta mais vontade de beber

-Confesso que fiquei surpreso ao te ver hoje de tarde -nem me viro ao ouvir a voz porque sei exatamente quem é- não vou mentir, achei que tinha queimado junto com os outros vampiros

-Bem que você queria, mas pra sua infelicidade, estou muito bem

-Infelicidade? Eu amava você -diz se sentando ao meu lado

-É o que você diz todas as noites antes de dormir pra tentar aliviar a culpa? -largo o copo e o encaro

-Amaya... -ele me encara sem saber o que dizer

-Relaxa, eu superei -digo dando um último gole na minha bebida

-Então o que te traz a Mystic Falls? -pergunta desconfiado, os olhos azuis me olhando, tentando desvendar meus segredos mais profundos

-Nada em particular, apenas queria saber como estava a cidade depois de tantos anos -coloco uma nota de cem no balcão e me levanto, andando em direção a saída

-E quanto tempo pretende ficar? -pergunta enquanto me segue que nem um cachorrinho, certas coisas nunca mudam

-Quantas perguntas. Em 1864 você costumava ser mais discreto e delicado ao se dirigir a uma dama -digo parando em frente ao meu carro

-Os tempos mudaram e eu também -fala cruzando os braços

-Para pior, pelo visto. O que foi? Ter escolhido a pessoa que nunca te quis te deixou frio? -pergunto com um sorriso na cara

-Achei que tinha superado -diz sorrindo

-Ah, sim. Eu superei, mas você não, pelo visto. Quando passarinhos me disseram que você e seu irmão haviam voltado para Mystic Falls fiquei intrigada, mas eu entendo, Elena Gilbert é realmente a cópia exata em questão de aparência, não sei personalidade, mas gosto também é igual visto que ela também prefere o Stefan -ele me encara sério, seus olhos brilhando em fúria- me diga Damon, como é ser rejeitado duas vezes por garotas iguais?

Não fico surpresa quando ele me segura pelo pescoço e me empurra contra o capô do carro

-Ui, desculpa, tópico sensível, não é? -pergunto rindo

-O que você quer aqui? Quer se vingar pelas escolhas que fiz há 146 anos atrás?

-Ah, não. Nunca fui uma pessoa vingativa, para sua sorte. Estou aqui para mostrar que estou viva e como um lembrete de que o passado sempre volta para te assombrar quando menos espera

Seguro sua mão e a tiro de meu pescoço como se a força que ele faz não fosse nada. Por que esses vampiros mais novos tem a mania de achar que são mais fortes que os mais velhos? Parece que estão implorando para tomar uma surra

-Nos vemos por aí, amor -digo piscando e abrindo a porta do carro- manda um "oi" para o Stefan por mim, diga que estou curiosa pra saber o porquê de todas as garotas preferirem ele -solto um beijo para ele e fecho a janela do carro, dirigindo de volta para casa

Nada como fazer uma bela entrada e se tem uma coisa que eu sei, é como marcar presença. Minha mãe acha que estou aqui para causar problemas, mas na verdade, só quero obter respostas, respostas de perguntas que ela sabe que eu tenho, mas que não admito em voz alta com medo de a magoar

Rayna Stoev me acolheu quando eu era uma recém-nascida e me criou desde então, me deu amor e carinho e ela é minha mãe. Mas não consigo disfarçar a vontade que tenho de descobrir quem foi que me deu à luz, e pelo tempo, sei que provavelmente nem os ossos dela devem existir mais

Mas se tem uma coisa que eu aprendi nessa loucura de mundo sobrenatural, é que tudo é possível













Mas se tem uma coisa que eu aprendi nessa loucura de mundo sobrenatural, é que tudo é possível

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𝗜𝗡𝗩𝗜𝗦𝗜𝗕𝗟𝗘 𝗦𝗧𝗥𝗜𝗡𝗚 - 𝗞𝗹𝗮𝘂𝘀 𝗠𝗶𝗸𝗮𝗲𝗹𝘀𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora