Avisos
Se você não leu a página de avisos, volte e leia!
Esta obra não é leve e possui conteúdo explícito e implícito. Não é uma apologia e nem uma romantização, e a exposição da sujeira da alma do ser humano e de como algumas pessoas precisam lutar para encontrar a liberdade das garras imundas dos demônios em pele humana.
É uma história sobre superação, sobre a busca pela liberdade, sobre a limpeza de corpo e alma. Mas para falarmos sobre a cura, precisamos expor a doença primeiro.
Leiam com responsabilidade.
Espero que vocês não se identifiquem e nem se encontrem em nenhum ponto desta história.
Espero que tudo isso seja apenas ficção na sua vida, passarinho.
Mas se não for, voaremos de asas dadas para longe da sujeira e de encontro ao conforto necessário e desejado.
-----------------
Asterin
Não há ar em meus pulmões.
Meu corpo está completamente travado enquanto encaro o vestido deixado na cama. Prefiro apanhar de Jo a usar isso, mas não posso voltar com hematomas para o campus. Solto a toalha com os olhos ardendo e visto a peça com cuidado.
Me pergunto se ele fez de propósito, mas duvido que seja. Jo, apesar da maldade, não faz ideia do que acontece quando os olhos dele estão distraídos.
Ao vestir aquele vestido, sei que estarei numa fantasia de carne e serei jogada na jaula com um leão faminto. Não restará nada de mim, mas mais uma vez eu preciso aguentar.
Cubro minha boca com a mão e me obrigo a reprimir o choro. Prendo a respiração até que as lágrimas desapareçam e não reste nada além da tensão dos meus músculos. Não posso chorar em voz alta. Não posso demonstrar fraqueza.
Se eu demonstrar, vai ser pior.
Deslizo a peça de cetim vermelho pelo meu corpo e me encaro no espelho. É um belo vestido. É curto, exibe minhas pernas, tem alças finas e mantém as costas nuas. Apesar de tudo, não é revelador e nem indecente, mas sei que não vai adiantar de nada. Eu posso estar de moletom que mesmo assim ele vai me olhar como um demônio.
Não sei se quero ver minha mãe ou não. Queria um abraço, mas vai ser mais difícil segurar o choro com ela por perto. Ela também não pode saber do que acontece quando vira as costas.
Com a coragem volátil reunida no peito, desço as escadas até o andar inferior. É um aniversário, a melhor amiga de Honoka, mãe de Jo.
Minha pernas fraquejam ao ver Noriko, a aniversariante, bem na minha frente. A esposa do delegado usa um longo vestido prateado e exibe suas joias com glamour, balançando os pingentes do kanzashi com penduricalhos brilhantes no coque elegante.
— Asterin, menina, quanto tempo que não te vejo! — Ela sorri largo ao me ver e vem ao meu encontro.
O abraço dela é gelado como um cadáver.
— Faz um tempo, senhora Noriko.
— Passamos ótimas férias em Bariloche. Estava falando com Honoka, na próxima, se você quiser ir conosco, estará convidada.
Meu corpo inteiro trava com a possibilidade.
Viajar com a família Ozu está completamente fora de cogitação. Nem no pior dos meus pesadelos eu me prestaria a esse tipo de situação novamente. Uma única vez os Togame decidiram viajar junto dos Ozu e eu vivi o inferno.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Estertor dos Pássaros
Fanfiction[Fanfic] [Wind Breaker] [Hajime Umemiya] [+18] "Toque minha alma como se fosse a primeira vez. Me ame como se fosse feita de um vidro tão frágil que se parte com o toque de uma pena. Mergulhe em mim e encontre o amor que eu sequer sabia que era capa...