O último dia na Terra

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No início desta manhã a cidade do norte sofreu uma estranha explosão, onde não houve sobreviventes. A cidade está em chamas, e não sabemos o verdadeiro motivo para explicar a destruição que aconteceu no local.

Olhou mais uma vez para o relógio no seu pulso, contando os minutos para o sinal do fim das aulas tocar e poder ir embora.

Não que ela não gostasse de estudar, até porque na verdade era a aluna mais inteligente de todo o colégio, e não era para menos, já que era herdeira da Corporação Cápsula e do cientista mais brilhante de todo o planeta. Tinha uma mente esperta, sempre muito à frente dos outros alunos da sua idade, e por isso se sentia um tanto entediada nas aulas de matérias que já sabia todo o conteúdo.

Gostava sempre de criar robôs, eletrônicos, e qualquer tecnologia que pudesse tirá-la desse tédio, e se sentia cada vez mais ansiosa para chegar logo às suas férias, onde planejava sair em uma grande viagem para poder finalmente juntar as Esferas do Dragão que estavam espalhadas pelo mundo. Era uma lenda que conheceu há pouco tempo, e descobriu que ao juntar as sete esferas, poderia fazer um pedido, por isso, pesquisou dias e noites sobre, construiu um radar para detectá-las, e agora apenas precisava aguardar para poder finalmente ir atrás delas.

Já tinha duas consigo, e sempre as levava junto guardada em cápsulas.

Suspirou mais uma vez, e olhou pela janela da sala de aula tediosamente, ouvindo a voz do professor distante dando sua aula.

Até que algo a atraiu de seu tédio, ao ver no horizonte, por entre os prédios da capital, algumas luzes e claridades, como se fossem explosões.

Franziu as sobrancelhas, concentrada nas luzes, quando um bip de seu celular sobre a mesa chamou sua atenção, e ela viu uma mensagem de seu pai um tanto curiosa.

"Bulma, venha para casa agora, é urgente!"

Ao ler aquelas singelas palavras, sentiu o coração acelerar.

Por que tinha a sensação de que algo de errado estava acontecendo?

Olhou para o professor novamente e os alunos em sala de aula, quando sentiu um tremor de terra que deixou todos ali dentro assustados.

Recebemos agora informações de que uma pequena ilha ao leste também foi atacada recentemente, mas ainda não temos nenhuma suspeita de quem está por trás desses ataques e destruindo tudo. O conselho que damos é que todos fiquem em alerta e não entrem em pânico, forças armadas já estão agindo. Voltaremos com mais notícias em breve.

A respiração de Bulma estava errática, sentia medo enquanto pilotava sua moto a toda velocidade em direção à Corporação Cápsula.

O trânsito estava um caos, carros iam e vinham na tentativa de fugir daquele estranho ataque repentino, buzinas irritantes soavam por todo o lado, enquanto dirigiam em lugares que eram proibido, sobre calçadas, na contramão, e de qualquer maneira que pudesse fazê-los tentar salvar suas próprias vidas.

Quando Bulma virou uma esquina, ouviu uma explosão muito perto de onde estava, e ao olhar em direção, viu o prédio que passava ao lado desabar no chão.

As pessoas gritavam, choravam, e ela não conseguia entender como é que de repente tudo tinha virado um caos.

E apenas sentiu um pouco de alívio, quando viu o prédio da Corporação no horizonte, se aproximando cada vez mais, e pelo menos parecia ainda estar tudo inteiro por ali.

Desceu da moto, largando-a de qualquer jeito e entrou no prédio quase correndo, sendo recepcionada por seus pais que pareciam extremamente assustados, mas aliviados por ver que Bulma estava bem.

— Vamos, querida, estamos sendo atacados. — foi tudo o que seu pai falou, levando-a até o laboratório.

Não sabia o que ele planejava, mas notava o desespero que transparecia em suas feições. Porém aquilo não fazia ele pensar direito, estava trêmulo, e nunca vira seu pai assim antes.

— Pai, você sabe o que é isso que está acontecendo? — Bulma sentia um aperto no peito, e viu ele se virar em sua direção segurando-a pelos ombros.

— Fique tranquila, Bulma, vai ficar tudo bem — ele falou e lhe entregou uma cápsula. — Você precisa fugir, querida, não há tempo para explica-

Uma explosão silenciou seu pai, quando a Corporação Cápsula foi atingida, sem dar tempo para ele terminar de falar ou para se protegerem.

Bulma gritou, e tudo desmoronou ao seu redor, e o impacto da explosão fez ela cair machucada, sentindo dores em todo seu corpo, e possivelmente muitos hematomas.

Rolou a cabeça para o lado, e viu seu pai também caído, um pouco distante.

Naquele momento foi impossível controlar as lágrimas, e com um esforço que nem mesmo ela soube de onde encontrou, ergueu o corpo.

Até que uma risada se fez presente.

Uma risada fria, capaz de sentir o gelo percorrer por toda sua espinha.

— Missão concluída com sucesso.

Ela ergueu o olhar, vendo uma sombra flutuar sobre os escombros de sua casa. Pestanejou, tentando focar, até conseguir ver melhor aquela figura que havia falado.

Usava uma roupa azul marinho, botas e luvas brancas, e uma armadura também branca com detalhes e ombreira em dourado.

Abriu a boca, sem conseguir emitir qualquer som, mas ali ela sabia, não havia chances de sobrevivência, estava tudo destruído, tudo acabado, e inspirou fundo em seus últimos segundos de vida, quando percebeu um clarão surgir por detrás daquele ser estranho que flutuava nos céus.

E depois disso:

Apenas a escuridão

Pessoas avistaram algo nos céus, as explosões e toda destruição pode estar relacionada a isso?

Warrior SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora