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Graph odeia hospitais, odeia corredores brancos, odeia enfermeiras e médicos de branco, odeia até o cheiro de desinfetante, porque tudo isso trouxe de volta memórias de sua infância. Quando criança, ele tinha que dormir e brincar no hospital enquanto todos iam para a escola. Ele odiava tanto, especialmente o quarto apertado com ar-condicionado e apenas uma janela para ver o lado de fora. E agora ele estava parado em frente ao hospital particular em que ele entrava e saía com frequência no passado.

– Quando terminar, te vejo no carro.

– O que você quer dizer? - Graph imediatamente se virou para olhar para a pessoa que estava falando. Enquanto o outro virava-se para o banco de trás, fazendo o jovem notar algo que não havia notado desde o início... Um buquê de flores.

Pergunta para a qual o homem mais velho se virou com um buquê de rosas vermelhas brilhantes e disse a ele simplesmente, mas sem responsabilidade.

– Apenas vá, curar sua ferida, você pode andar sozinho.

– Você não vai me acompanhar, vai? - Desta vez, o ouvinte se virou para olhá-lo com uma leve carranca, antes de falar com um olhar irritado.

– Fui te procurar para te trazer aqui, por ordem do seu pai, mas não preciso te levar para o pronto-socorro. Você tem pernas, anda sozinha. Não diga que dói demais e que você não pode andar. - Pakin disse com uma expressão ligeiramente irritada quando saiu do carro, fazendo com que a pessoa ferida corresse e o seguisse para ir direto para agarrar o braço da pessoa que segurava o buquê.

– Onde você está indo?! - Graph perguntou, olhando para o buquê em sua mão, enquanto o ouvinte respondia, mas assim.

– Desde quando tenho o dever de informá-lo? - Em seguida, o jovem fechou o carro e dirigiu-se a passos largos para o interior do edifício; fazendo com que o ouvinte mordesse o lábio inferior até doer, mas tentava acompanhar rapidamente a outra parte, para falar sobre isso.

Mas você tem que ir comigo.

– Você é criança ou o quê, Graph! - O ouvinte se virou e perguntou em um tom mais sombrio, fazendo com que o jovem parasse e olhasse para o par de olhos penetrantes que brilhavam de desgosto. – Eu trouxe você aqui como você queria, mas você ainda continua me incomodando, sabia que ao invés de eu limpar a pilha de trabalho acumulado na mesa, eu tenho que perder tempo pegando algum garoto estúpido e arrogante que só causa problemas. Seja adulto pelo menos uma vez e pare de me dar dor de cabeça!! - Phakin disse com uma voz áspera. Os olhos profundamente penetrantes eram ainda mais assustadores, porque estavam cheios de aborrecimento, frustração e raiva, misturados, do tipo que uma pessoa só consegue olhar de boca fechada. - É isso, te vejo no carro, e não cause problemas.

O homem disse vendo que os olhos redondos à sua frente brilhavam com gotas de água límpida, como uma criança que levou uma bronca de um adulto, e fingindo para resolver o problema, chorou, mas não o consolou nem se desculpou, apenas se virou e imediatamente pegou o elevador até o andar da internação.

A figura alta se foi, deixando apenas um menino imaturo que só conseguia ficar parado com dor.

Criança MimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora