Gideon levanta segurando um diário muito parecido com o que Dipper me mostrou hoje cedo, aquilo acaba por capturar minha atenção, acho que Gideon percebe, pois também olha para o velho caderno.
— Que eu saiba, foi você que invadiu minha sacada ontem. Mas e esse diário aí, você conseguiu onde? Meu irmão tem um igual, ele jura que leu uma mensagem escrita especialmente para ele na primeira página, mas tudo que eu vi foram folhas em branco.
Enquanto vou falando, os olhos de Gideon me fitam com ainda mais curiosidade e interesse, de forma que ele se levanta e caminha rápido demais em minha direção.
— Espere, você quer dizer que seu irmão consegue ler algo no diário? Encontrei esse caderno já faz alguns meses, mas por mais que me esforce não consigo ver nada além de folhas em branco. Me leve até Dipper agora mesmo, preciso falar com ele.
É nítido que Gideon acabou de descobrir algo muito importante, mas não sei se é uma boa ideia envolver Dipper nisso, pode ser perigoso. Por outro lado, agora eu também estou curiosa a respeito dessa história toda, será que eu realmente fui injusta com meu irmão? Eu odeio pedir desculpas, mas dessa vez existe uma probabilidade de que ele tenha dito a verdade. Depois de ponderar um pouco, decidi que vou levar Gideon até Dipper, para que meus pais nos protejam de seja lá onde estejam. Então, logo confirmo.
— Certo, te levo até Dipper, mas eu quero ficar por dentro de toda essa história.
— Combinado, bela Mabel Pines. Eu te espero em um Jipe preto, próximo a entrada do festival de aniversário da cidade.
Gideon diz enquanto segura minha mão e a aperta firme, para assim selar de alguma forma nosso trato. Não sei porque, mas a sensação que tenho é que acabei de vender minha alma para o diabo. Junto saímos de debaixo da grande lona, e algumas senhoras nos julgam errado, pior que não posso dizer que a situação parece ser outra. Caminhamos em meio a multidão, e logo avisto Dipper quase morrendo de tédio ainda ouvindo a Pacífica tagarelando sem parar, quando me vê, ele praticamente pede socorro com os olhos.
— Oi, gente. Sinto muito por interromper o papo de vocês, mas eu preciso falar algo em particular com Dipper, daqui a pouco ele volta.
Sem esperar uma resposta de Pacífica, puxo Dipper pelo braço, quando finalmente estamos quase chegando no lugar combinado com Dipper, conto tudo ocorrido para ele.
— Eu estava caminhando pelo evento quando avistei essa barraca misteriosa, que prometia prever o futuro, e entrei por curiosidade. Quando adentrei o espaço encontrei Gideon, aquele rapaz que o Soos quase atropelou outro dia, lembra? Pois bem, ele estava lendo um diário velho muito semelhante aquele que você tentou me mostrar hoje mais cedo, então comentei sobre o seu diário com ele. Nisso ele me contou que já faz um tempo que tenta ler o diário dele, mas só vê folhas em branco. Eu sinceramente pensei em propor a ele que procurasse um psicólogo, ou sei lá, tentasse escrever algo no diário, pois só assim havia algo escrito ali. Mas resolvi me calar, e te chamar aqui, pois realmente fiquei mal por te deixar chateado mais cedo.
Termino de falar, e Dipper sequer me responde, ele só aponta para trás de mim, olho pra trás e vejo Gideon acenando de forma frenética do Jipe.
— Ele tem mesmo outro diário parecido com o meu? Vamos lá!
É realmente inacreditável, de todo o meu discurso ele só escutou isso? Homens não são nada fáceis, depois ainda querem falar mal das mulheres.
— Você só ouviu essa parte de tudo que falei? Seu ingrato.
Murmuro baixinho enquanto agora Dipper me puxa pelo braço em direção ao Jipe de Gideon. Eles se encontram e de repente viraram melhores amigos, tudo o que falam é sobre os cadernos velhos. Por sorte, o dipper trouxe o dele também.
— Gideon, você me prometeu que me manteria por dentro de tudo, me diga o que está acontecendo.
Solicito as informações de braços cruzados no banco de trás do carro. e logo ambos os rapazes nos bancos da frente me olham sem paciência, mas trato é trato alguém vai ter que me contar o segredo por trás daquela história toda.
— Dipper, diga a ela o que você leu no meu diário.
Gideon pede antes de dar partida no carro, e parti conosco para algum lugar desconhecido.
— No diário de Gideon tem a continuação das instruções do meu diário, fala que após pular com força três vezes no ponto indicado, se chega a um espécie de laboratório e que logo que acender as luzes, se deve abaixar a maior alavanca do do local e esperar. No final do texto deixam uma recomendação a Gideon, para que não confie no seu pai.
Estamos em alta velocidade, em um piscar de olhos chegamos á mansão dos Pines novamente, acho que esses dois vão aprontar algo que talvez não tenha um bom final. Descemos do Jipe, e eu não tenho tempo para argumentar nem uma palavra sequer, os dois descem correndo do carro rumo ao belo bosque que fica em frente a mansão. Sou obrigada a correr atrás deles, para assim saber o que eles planejam. Percebo que seguem exatamente o passo a passo contido nos dois diários, e eu fico animada, mas me limito a imitar tudo que eles fazem, confesso que está começando a parecer uma aventura divertida. Pelo menos até o momento que estamos dentro da choupana abandonada, bem no centro do bosque, e darmos o terceiro pulo com o máximo de força, acho que acabamos nos empolgando no processo, pois o chão acabar cedendo.
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Gravity Falls: O mesmo mundo, uma nova aventura.
FanfictionEm uma reviravolta trágica na história de Gravity Falls, os pais de Mabel e Dipper encontram um fim prematuro em um acidente de carro. Isso deixa os gêmeos órfãos, com seu tio-avô Stan como o único parente vivo restante. Agora, eles devem se adaptar...