Capítulo 5 - A grande surpresa

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Acabo caindo sobre Dipper e Gideon, então não me machuco, mas meu coração parece literalmente que vai sair pela boca. Gideon é o primeiro a encontrar o botão que acende todas as luzes, deixando claro que estamos em um lugar que algum momento foi usado como uma espécie de laboratório. O silêncio é quase palpável, se fosse uma competição como o Soos imaginou hoje, todos teríamos sido vencedores, pois ninguém conseguiu dizer um piu. Bisbilhotamos por todo o espaço à procura da tal alavanca, até que finalmente eu achei. Chamei os dois, e sem pensar duas vezes nos três juntos puxamos a bendita alavanca como toda a força, pois, parecia meio emperrada.

Bem frente a nós uma espécie de portal se abre, e uma mulher quase idosa, muito parecida com o Tivô Stan pula de lá de dentro. Ela passa alguns segundos olhando ao redor, apalpa o sua própria cabeça, braços e pernas e se belisca, até que nos avista e então um sorriso genuíno surge no seu rosto, nesse momento eu tenho certeza que ela só pode ser uma Pines.

— Chega garotos, abaixem essa alavanca, não queremos mais nenhuma visita inconveniente por aqui.

A mulher se aproxima, e nós três recuamos. Sozinha ela abaixa a alavanca, e um vislumbre de um ser triangular e dourado quase consegue atravessar o portal, mas não consegue finalizar a travessia, pois a alavanca é completamente abaixada.

— Finalmente eu estou livre desse maldito triangulo dos infernos. Mas deixem-me saber quem são vocês, os meus salvadores. Se apresentem, espera, eu primeiro. Me chamo Stanford Filbrick Pines, mas vocês podem me chamar só de Ford Pines. Estava perdida em uma dimensão alternativa, mas felizmente vocês me acharam.

Nós três nos olhamos confusos, e em seguida, Gideon nos apresenta.

— Me chamo Gideon, e esses são Mabel e Dipper Pines.

Ao escutar nosso sobrenome a mulher nos abraça forte, e a sensação de reconhecimento é muito forte, e parece muito orgulhosa ao dizer.

— Os Pines pelos Pines, sempre os Pines, mamãe sempre dizia isso. Mas muito obrigado a você também jovem Gideon, gostei dos seus cabelos.

Sentamos no chão do laboratório e atualizamos nossa tivó Ford a respeito de tudo que havia acontecido, aparentemente, quando ela se perdeu no universo alternativo nossa mãe ainda era uma criança. Ela chorou um pouco pela perda de sua irmã mais nova, nossa avó, e a morte da sobrinha que ela não conseguiu acompanhar o crescimento. Ali descobrimos que os diários possuíam uma tecnologia interna, capaz de gerar mensagens com foco em quem eles escolhessem por dono, no caso o Dipper. Diante de nós ela mexeu em algo na encadernação, e como mágica as palavras que antes só o meu irmão conseguia ver se tornaram visíveis aos olhos de todos. Agora haviam muitas outras informações em um caderno, que segundos atrás não passava um velho diário em branco para mim.

— Agora vamos, estou com fome, faz tempo que não provo comida de verdade. Aposto que meu irmão Stan vai ficar mais do que feliz em me ver.

Tivó Ford avisa que está com fome, e nossos estômagos roncam em sintonia, assim, vamos todos juntos rumo à mansão. O resto é história, Tivô Stan não demonstrou tanta felicidade ao ver Tivó Ford, mas ele com certeza gostou de saber que sua gêmea estava viva. Não demorou muito e Gideon descobriu que o pai estava roubando parte do dinheiro que eles conseguiam se apresentando em festivais, sendo assim, ele a mão o expulsaram de casa e decidiram começar uma nova vida em outro bairro da cidade.

Gideon, Dipper e eu agora estamos sempre juntos por todos os lados, buscando vários mistérios pelo bosque. Tivó Ford passa a maior parte do tempo testando coisas novas no seu laboratório, e de vez em quando vamos lá verificar se ela está bem, vai que ela se perde em outro universo paralelo. O tempo foi passando, e fomos nos acostumando com a falta dos nossos pais, e a nova vida que afinal não era tão ruim.

— Diabos Soos! você nunca faz nada certo, você é um inútil mesmo.

Me assusto um pouco ao ouvir Tivô Stan gritando com Soos pela milésima vez hoje, ele faz isso a todo momento, mas não consigo me acostumar nunca. O fato é que estava tão distraída escrevendo no meu diário, que Tivó Ford me presenteou, é reconfortante saber que é um livro com tecnologia que permite que só eu o leia. De repente a porta da sacada se abre sozinha, e eu, já sei imediatamente quem provavelmente está lá fora. Me levanto já sorrindo, pois já é quase noite, então é provável que ele tenha trazido algum lanche da cidade pra mim. Quando chego à sacada me deparo com Gideon concentrado escrevendo no seu diário, que também foi presenteado por Tivó Ford.

— que você nunca me dá sequer um "oi" quando chega? Olhe só, pelo menos me trouxe um hambúrguer. Obrigada, seu chato.

— Que é isso? primeiro o lanche, e depois o namorado, é isso mesmo? Não teria graça se eu falasse algo, prefiro manter o mistério.

Estou prestes a dar a primeira mordida no lanche quando um grito arrepiante ecoa pelo nosso bosque, não parece ser de alguma voz conhecida, mas com certeza aconteceu algo horrível muito perto daqui.

— Dipper!

Eu e Gideon gritamos juntos e vamos atrás dele, precisamos descobrir o que houve. Descemos as escadas e Dipper está lá fora olhando ao redor, tão curioso quanto nós, ele olha para trás de forma questionadora para Gideon, como se o quisesse saber o que ele estaria fazendo ali naquela hora. Mas ele esqueceu de tudo quando o mesmo grito arrepiante ecoa mais uma vez, cada vez mais perto de nós.

— Parece que os Pines, e Gideon tem mais um mistério para resolver! Vamos atrás da Tivó Ford.

Dipper grita bem alto, e em seguida corremos rumo à escuridão do bosque. O resto? o resto é história.

Gravity Falls: O mesmo mundo, uma nova aventura.Onde histórias criam vida. Descubra agora