Capítulo VI
3 anos. Faz exatamente 3 anos que estou no norte. O que devo citar primeiro na minha viagem aqui? Provavelmente o que todos querem saber. Não, não me encontrei com aquele casal mais.
Putter me prometeu paz e me entregou paz. Ou não. Quando cheguei a esse lugar notei que além de fazer um frio tremendo, ao qual não estava preparada, todos daqui eram pessoas de idade avançada. E aí eu pensei "nossa irei me enturmar e farei amizade com essas senhorinhas gentis".
A quebra de expectativa foi grande. Todos aqui são distantes, não gostam de conversar e são extremamente rígidos, muito diferentes das meninas do ducado. Apenas converso com uma pessoa que se tornou próxima a mim, um senhorzinho viúvo muito amigável, ele trabalha no jardim daqui. Ele me adotou como neta, e eu o adotei como vô.
Ele me ajudou bastante neste ambiente hostil, sempre fazendo eu abrir um sorriso e lembrar que ainda não sou uma máquina.
Desde que cheguei aqui também nunca fui à minha cidade natal. Sinto uma imensa saudades dos meus dois pequenos, será que eles se acostumaram com a tia? Será que cresceram bastante? Bem, até eu cresci bastante.
Neste momento estou na cozinha, fatiando cenouras. Maira, uma mulher de 45 anos está me auxiliando sobre como fazer um prato requintado que já esqueci o nome. Ela é filha de um barão, não conseguiu se casar pois era uma mulher arrogante, então veio trabalhar para o Duque para ficar longe das pessoas que comentavam sobre ela.
Ela ainda é uma pessoa arrogante aliás, talvez até pior que aquela época. Toda vez que erro algum mínimo detalhe ela cospe fogo em mim, me xingando até o amanhã. Já me acostumei. Estava prestes a colocas as cenouras picadas na panela quando a empregada chefe, Solange, aprece com tudo, como se estivesse apressada e assustada.
— BELLA! - vem até mim com raiva nos olhos e ofegante - O que você fez sua pirralha? - a olho confusa - a própria duquesa enviou uma carta pedindo imediatamente sua transferência para o ducado.
Coração parou, meu estômago esfriou e eu sentia minha pressão abaixando. Não estava acreditando que ainda se lembravam de mim, QUE ESTAVAM ATRÁS DE MIM. A olho espantada e então tomo fôlego para falar.
— Eu não fiz nada Sra, te juro pela minha vida! Será que tem como resolver isso e eu continuar aqui??!
— Acha que eu sou sua secretária? - me olha com insignificância - eu já estava querendo me livrar de você a muito tempo mesmo. Sua presença é requisitada imediatamente. Vá fazer suas malas. - digo isso se vira e some atrás da porta.
Essa cobra me largou mesmo??? Nem um pouco de consideração ou empatia há no coração dessa velha enrugada! Me viro para Maira e vejo ela com seu sorrisinho de deboche sem dizer nada. Apenas termino meu serviço e vou em direção ao meu quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meus Senhores
RomansaBella é mandada por sua família para trabalhar como empregada na casa do Duque mais temido do continente. Porém, não estava em seus planos conquistar a atenção dele e de sua esposa. "Minha doce menina, terei que tomar seu mel dia e noite até você en...