CAPÍTULO 7

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-Deixe-me dormir, seu infeliz barulhento, pare de berrar, "maldito celular" pego o aparelho que não parava de berrar avisando que está na hora de levantar e o desligo, sem um pingo de vontade de sair da minha cama.

Ando tão cansado, estressado e tenso que preciso logo dar um jeito nisso, a minha rotina está sendo cobrada em meu corpo.

Ando dormindo tarde e acordado cedo, se eu não fizer isso não terei tempo pra malhar, nem correr, já que só Deus sabe quando o meu trabalho e compromissos vão me dar tempo para fazer qualquer outra coisa a não ser isso.

Mesmo amando o que faço, às vezes queria ficar na minha bebendo um bom vinho ou uísque, acompanhado de um livro interessante e sair quando estivesse cansado de tanta vida mansa.

Mais não é possível, não com os meus planos.

Me levanto arrumando a cama, indo até a janela para ver se a rua está movimentada, ver os primeiros sinais do dia amanhecendo, que são apenas 5:15 hrs da manhã.

Vou até ao banheiro, retiro toda roupa me enfiando em uma ducha de água gelada, mesmo com o tempo ameno, esse é um costume que adquiri durante a faculdade, era a única forma de fazer meu corpo funcionar depois de noites sem dormir, tanto pelas festas e estudos quanto pelas noites de "putaria" que participava, para meu total azar ou não, me deixa um caco na manhã seguinte a única forma que consigo me manter acordado nas manhãs era esse bendito banho gelado, agora na minha cidade "adulta" continua, minha rotina segue ainda mais exaustiva, até mais do que no começo da vida adulta.

Deixo a água cair pelo meu corpo enquanto mantenho as palmas das mãos escoradas na parede enquanto mantenho os olhos fechados, pensando em todos os meus planos frustrados no dia de ontem, tive que ficar até mais tarde do que pretendia em pleno sábado, para arrumar cagada de arrombado.

Um suspiro pesado escapa dos meus lábios, transformando-se em um bufar impaciente.

Termino meu banho, me encaminho para frente do gabinete da pia, me olho no espelho vejo a fadiga marcada em meus olhos, tantas noites dormindo no início ou meio da madrugada, acordando na primeira hora do dia, estão me deixando com olheiras profundas e marcas escuras ao redor dos olhos. As linhas de preocupações parecem ter se aprofundado desde que comecei esta jornada.

Chega de perder tempo, saio do banheiro com aquela sensação revigorante do banho gelado, totalmente desperto e pronto para encarar o dia.

Vou direto ao closet escolher uma roupa, pegando o primeiro conjunto de moletom que acho no armário.

Depois de vestir o tênis, sigo para a cozinha, onde o cheiro delicioso de café fresquinho se espalhava pelo ar. Pego uma xícara no armário, coloco na máquina de café expresso, vou precisar de uma dose dupla para garantir que não caia duro no meio do caminho. Enquanto a máquina termina seu trabalho, faço uma alongada rápida para me preparar para a corrida. Assim que o café fica pronto, engulo em uma única golada.

Enquanto estou terminando meu café, procuro nos bolsos do moletom meu celular, percebo que o esqueci na mesa de cabeceira.

- Merda - murmuro, volto para o quarto...lá está o maldito celular.

O visor acende assim que o toco, mostrando a ligação de Noah às 3hrs da madrugada.

O que será que ele queria a essa hora da madrugada? Fico curioso, vou deixar para ligar para ele depois da minha corrida no parque.

Saio para correr, buscando clarear um pouco a mente naquela bagunça toda que está à minha frente. Não sou uma pessoa que lida muito bem com minhas frustrações, pode parecer infantil, infelizmente esse é um dos meus defeitos, um que tento a todo custo não deixar as pessoas perceberem, não só esse como muitos outros.

FascinaçãoWhere stories live. Discover now