Nunca Deixei de Te Amar

06

Meu coração é igual manteiga derretida e eu tenho ansiedaaaadeeee!

Então vamos quintar também? Vamos ver como vocês se saem, quem sabe não mudamos as datas de postagem para termos mais capítulos na semana...

Agora sim sabadaremos kkkkkkkkk

Posso contar com você?

Boa leitura!!!

Beijos purpurinados,

Kami <3

.

.

.

19 de dezembro de 2000

SAMUEL

Desde que minha avó se fora, eu fui obrigado a me mudar para Felicidade para morar com os meus pais. A maior parte da minha vida, morei com a minha avó. E por mais que eu gostasse de São Paulo, estava gostando de conhecer melhor o interior.

Há apenas um mês eu me mudei e, a partir daí, percebi o quanto gosto de ficar mais próximo à natureza. Em dias quentes, adquiri o hábito de pedalar, fazer trilhas, tomar banho de cachoeira, andar a cavalo. Qualquer coisa que me fizesse aproveitar mais do paraíso onde eu me encontrava e, claro, registrar tudo com a câmera que minha avó havia me dado no meu último aniversário que passamos juntos.

Durante anos, me vi imerso no caos urbano da famosa Selva de Pedra, mas desde que me mudei para o interior, uma nova perspectiva se abriu diante de mim. Aqui, as ruas congestionadas deram lugar a estradas tranquilas ladeadas por campos verdejantes e montanhas majestosas, oferecendo um refúgio da agitação da vida na cidade grande.

Após o almoço, aproveitei para escapar da rotina e me aventurar pelas trilhas que levavam a uma das mais exuberante e intocada, cachoeira nos arredores da cidade. O sol do meio-dia iluminava por entre as folhas das árvores, criando um espetáculo de brilho e cores, destacando o caminho.

Enquanto pedalava pelas trilhas sinuosas, mergulhado na imensidão verde da natureza, sentia-me completamente imerso na tranquilidade do paraíso rural. O canto dos pássaros ecoava pelos densos bosques, enquanto o suave murmúrio do riacho acompanhava o ritmo dos meus pedais e cliques ocasionais da minha câmera, criando uma sinfonia serena que me envolvia por completo.

O plano era simples: pedalar, fotografar e depois me refrescar nas águas da cachoeira.

Não esperava que uma menina de sorriso tímido e grandes óculos de grau me hipnotizaria a ponto de me fazer desistir. Eu já tinha visto ela na escola e algumas vezes pela cidade, mas nunca pude sequer lhe cumprimentar. Ela é alguns anos mais nova que eu e está sempre cercada quase que propositalmente, mas não agora. Por um milagre, estamos apenas eu, a cachoeira e Gabrielle Alencar.

Me aproximando das águas apenas para me refrescar sem atrapalhar seu momento, Gabrielle me nota acanhada e insegura. Apesar de nunca termos conversado, não há motivos para que se assuste tanto comigo e só então percebo que isso se deve ao fato de que ela não está usando seus óculos.

— Ah, oi. Acho que não me conhece, eu sou Samuel Barcelos — falo meu sobrenome um pouco a contragosto — só parei para me refrescar. — aviso sem me mexer muito. — Se você quiser, eu posso ir embora.

— Barcelos? — parece curiosa. — Pode me passar meus óculos? — pede se aproximando devagar da margem e encosto a bicicleta em uma árvore para atendê-la, em cima de uma rocha estão suas roupas e o acessório.

— Aqui. Se quiser eu viro as costas. — comento, estendendo as mãos e ela nega com a cabeça emergindo com um biquini amarelo com pequenas margaridas brancas. Mentalmente agradeço por esse pequeno momento e me sinto completamente tentado a tirar uma foto.