☀️Capítulo 4☀️

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Sunny

Dois meses se passaram desde aquela noite em que fomos vendidas. Os primeiros dias aqui não foram fáceis principalmente para as outras três que são forçadas a entreter homens desconhecidos constantemente. Já eu fui forçada a me acostumar com as inúmeras reuniões e jantares de "negócios" do Takashi onde ele adora me exibir como um tipo de troféu cobiçado. Pensei que teria inimigas aqui dentro devido a posição do Takashi, mas até agora todas as mulheres com quem tive contato foram gentis e empáticas, todas elas entenderam que não estou aqui por querer ou gostar. Sou forçada a permanecer pelos seguranças do Takashi. São os homens o problema, eles querem por tudo me comprar por uma noite.

- Quanto você quer por essa beldade, Takashi? - Um velhote baixinho e gorducho questiona ao me analisar de cima a baixo, levanto uma sobrancelha para ele e o Takashi sorri concordando com a cabeça. Ele acaba de me dar um sinal para que eu responda o velho a altura.

- Não estou a venda, senhor. Não sou uma boneca e se fosse certamente que não o aceitaria como meu cliente - Tomo um gole da minha bebida e observo o velho adquirir um tom avermelhado. Normalmente eu pensaria duas vezes antes de ofendê-lo, tentaria ser gentil e levá-lo na conversa até ele desistir ou perceber que não sou uma boneca, mas o tempo que estou aqui me ensinou que sutileza não é o melhor caminho. No submundo você ataca primeiro e pergunta depois.

- Ora sua vadia.... - Ele começa e é interrompido por Takashi que o puxa pela gravata e prensa o rosto dele contra o vidro da pequena mesinha a nossa frente. Tomo um gole da minha bebida e me atento a cena não querendo perder nenhum detalhe.

- Cuidado com o que fala, velhote. Desrespeito não é tolerado no submundo e você sabe disso como ninguém - Seu tom é baixo e suas palavras um aviso. O "submundo" funciona de uma forma bem parecida e diferente da sociedade "respeitável", todos sabem o que podem ou não fazer e sabem também das consequências de suas ações e falas. Takashi comanda por essa cidade e ninguém em sã consciência está disposto a enfrentá-lo. 

Desvio o olhar do velhote quando Masato aparece para o conduzir até a parte de trás do bordel onde eles terão uma "conversa" amigável sobre o comportamento dele. Nesse tempo que estou aqui meu tio já tentou me comprar de volta do Takashi várias vezes, mas todas sem sucesso. Na última conversa que eles tiveram Josiah foi ameaçado por Masato que descobri ser o irmão e braço direito de Takashi.

- Eu a exijo de volta! Ela é minha! - Meu tio grita invadindo o escritório do Takashi em uma tarde e o Takashi para de contar um maço de dinheiro por alguns segundos para o olhar, mas logo ele retorna ao que estava fazendo sem se preocupar com a presença do meu tio. Permaneço sentada no sofá lendo o meu livro sem se quer me dar o trabalho de o olhar.

- A Luxus ainda não está aberta, Josiah e acredito que as outras três já estão aqui se arrumando para começar a atender os clientes. Não temos nada a tratar, consegui sua sobrinha de uma forma justa. Você queria vendê-la e eu a comprei, portanto ela é minha e eu não estou afim de vendê-la a ninguém. Principalmente a você, demorei até conseguir tirar o cheiro da imundice que estava impregnado na pele dela - Ele fala cruzando as mãos em cima da mesa e eu observo a interação deles por cima do meu livro. Ninguém os avisou que não se deve interromper alguém quando ela está lendo? Minha vontade é de mandar os dois sair da sala para que eu possa retornar a minha leitura, mas me contenho e contento a observá-los em silêncio. Quero ver quanto tempo irá demorar até meu tio ganhar um olho roxo ou Takashi perder a paciência e resolver expulsá-lo.

- Eu devolvo a droga do seu dinheiro, me dê um mês e eu juro que devolvo, mas eu a quero de volta. Eu a exijo de volta - Tio Josiah declara e Takashi solta uma risada debochada. Josiah é mesmo louco, onde ele planeja arrumar tanto dinheiro em tão pouco tempo?

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