Do I Wanna Know - Englot

Capítulo 9

Esse capítulo esta intenso....aproveitem.

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Charlotte's POV

Eu me sentia como se tivesse quinze anos outra vez. Ver Engfa se apresentando nunca parava de me surpreender. A maneira como a garota mais velha era capaz de se perder na música e nas letras era diferente de tudo que eu já vi. Eu não pude deixar de ficar maravilhada com ela. Embora eu a tivesse visto em um show não fazia muito tempo, dessa vez parecia diferente, íntimo e pessoal. Eu conhecia todas as suas músicas, mas a que ela tinha escolhido para tocar no pequeno café era nova para os meus ouvidos.

A maior diferença entre vê-la se apresentar agora e vê-la se apresentar quando eu tinha acabado de conhecê-la no X Factor era a incrível tristeza que Engfa exalava desde que eu a encontrei novamente. Ela não era a menina confiante e quase tagarela por quem eu me apaixonei pela primeira vez. A jovem mulher cantando aquelas notas agudas estava tragicamente, porém lindamente vulnerável quando cantava agora.

Seu exterior geralmente inacessível desaparecia com cada nota. Você podia sentir a emoção em cada sílaba que escapava de sua boca e uma parte de mim estava morrendo de medo de que eu estivesse me apaixonando por ela outra vez.

Ouvindo a letra, cedi à tentação de me perguntar para quem ela havia escrito aquelas palavras comoventes. Elas não apenas me tocaram, mas também a ela porque sua voz ficou instável no final.

Ela não olhou para mim ou para qualquer outra pessoa enquanto cantava, mas assim que seus olhos se abriram, eu encontrei o seu olhar. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo naquela sua mente brilhante, mas ela imediatamente se levantou e quis deixar o palco.

Eu a vi tentar alcançar algo, mas não conseguiu reagir rápido o suficiente para perceber o que estava acontecendo. Seus olhos reviraram em sua cabeça antes que seu corpo inteiro desabasse no palco. Meus olhos se arregalaram e corri até ela o mais rápido que eu pude, derrubando algumas cadeiras no processo.

- Engfa! - eu engasguei e me ajoelhei ao lado dela enquanto o barista se juntava a mim no chão para ajudar. - Você consegue me ouvir? - eu perguntei com voz trêmula e coloquei sua cabeça no meu colo para apoiá-la.

Ela bateu a cabeça com força e eu estava começando a entrar em pânico, independentemente de ela ter sofrido um ferimento na cabeça ou não. Não havia sangue, ela poderia ter sofrido uma concussão.

Alguém pode chamar uma ambulância? - eu consegui falar novamente, mas vi Engfa mexer as pálpebras.

Não... - ela sussurrou e abriu os olhos lentamente. O alívio tomou conta de mim, mas ela ainda estava um pouco desorientada. - Não precisa de ambulância... eu estou bem. - A mulher mais velha continuou e eu não conseguia acreditar que ela ainda estava sendo teimosa em procurar ajuda. Felizmente, ela estava um pouco lúcida outra vez e conseguiu focar seus olhos. - Eu estou bem. - Ela repetiu porque meus olhos nos meus provavelmente refletiam a minha apreensão.

- Você já disse isso tantas vezes que essas palavras realmente perderam o sentido. - Eu disse baixinho, porque ela estava longe de estar bem. Mas eu também não queria pressioná-la.

Vou ficar bem em alguns minutos. Essa não é a primeira vez que isso aconteceu. - Engfa revelou e me fez franzir a testa instantaneamente.

- E isso deveria me acalmar como?

Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios e eu não pude evitar de colocar uma de suas mechas de cabelo atrás da orelha. Seu sorriso se alargou e eu me senti ainda mais aliviada agora. Eu ainda queria chamar uma ambulância, mas ela estava sendo teimosa, como sempre. Então, esperamos alguns minutos até que ela se recuperasse o suficiente para se levantar. Não adiantava ficar mais porque Engfa precisava descansar.