A noite estava silenciosa, envolta em um manto de escuridão e mistério. A única luz vinha da lua cheia que brilhava intensamente, projetando sombras alongadas pelas paredes do quarto. O vento sussurrava entre as folhas lá fora, mas dentro, o ar estava parado, quase sufocante.
Ela dormia profundamente, a respiração suave e ritmada. Os lençóis de seda negra contrastavam com a palidez de sua pele, criando um quadro de vulnerabilidade e serenidade. A porta do quarto abriu-se lentamente, sem um som. Ele entrou, movendo-se com a graça de uma sombra viva, os olhos fixos nela.
A escuridão parecia envolvê-lo, como se fosse parte dele. Seus passos eram silenciosos sobre o chão de madeira, cada movimento calculado e preciso. Ele se aproximou da cama, observando-a com uma mistura de desejo e algo mais sombrio, uma necessidade profunda e insaciável.
Ela murmurou algo em seu sono, virando-se ligeiramente, o cabelo espalhando-se sobre o travesseiro como um halo escuro. Ele estendeu a mão, os dedos roçando levemente a pele exposta de seu braço, fria ao toque. Ela estremeceu, mas não acordou.
Ele inclinou-se mais perto, seu rosto a poucos centímetros do dela, respirando seu perfume suave. Os olhos dele brilhavam com uma intensidade predatória, mas havia uma gentileza assustadora em seus movimentos. Ele sussurrou seu nome, uma palavra carregada de possessão e promessa.
Ela acordou lentamente, os olhos piscando enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Viu-o ali, tão perto, e um arrepio percorreu sua espinha. Havia medo em seu olhar, mas também uma curiosidade mórbida, uma atração inevitável.
— O que você está fazendo aqui? — Sua voz saiu em um sussurro trêmulo, quase inaudível.
Ele sorriu, um sorriso lento e enigmático que não alcançava seus olhos.
— Não pude resistir — ele respondeu, sua voz baixa e envolvente. — Você me chama, mesmo quando não está ciente.
Ela tentou se mover, mas ele segurou seu pulso com uma delicadeza que era ao mesmo tempo gentil e inescapável.
— Não tenha medo — ele disse, seus olhos fixos nos dela. — Eu não vou machucar você.
Ela sentiu uma mistura de alívio e pavor, o coração batendo descompassado no peito. A presença dele era avassaladora, e ela sabia que, a partir daquele momento, nada mais seria o mesmo. A escuridão tinha entrado em seu quarto, e com ela, uma nova realidade cheia de perigo e desejo.
Ele se inclinou mais, os lábios roçando sua orelha, e sussurrou:
— Você é minha agora, e eu cuidarei de você, mesmo que o mundo desabe ao nosso redor.
A promessa em suas palavras era tão sedutora quanto aterradora, e ela soube, com uma clareza inescapável, que estava presa em uma teia de sentimentos contraditórios, de onde não haveria escapatória.
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Cᴏɴᴛᴏs sᴏʟᴛᴏs • 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊
ContoContos de Dark Romance escritos por Maya Oliveira