Ela estava encostada na parede áspera do beco, a chuva escorrendo pelos seus cabelos encharcados, pingando pelo seu rosto e misturando-se às lágrimas que não paravam de cair. As luzes coloridas da boate atrás deles piscavam ritmicamente, dando um toque surreal ao cenário sombrio. Ele se aproximou, seus olhos brilhando de uma intensidade que a fez estremecer.
— Você não precisava vir aqui — ela sussurrou, a voz tremendo tanto quanto suas mãos.
Ele ignorou suas palavras, colocando as mãos em seus ombros, sentindo o tecido molhado de seu vestido contra os dedos. Sua respiração era pesada, carregada de desejo e algo mais sombrio, uma sombra que sempre parecia pairar sobre ele.
— Não consegui evitar — ele murmurou de volta, os lábios tão próximos dos dela que ela podia sentir seu hálito quente apesar do frio ao redor. — Você me atrai como um imã, mesmo sabendo que é perigoso.
Ela fechou os olhos, sentindo o corpo dele se pressionar contra o seu, cada contorno rígido e desejável. O toque de suas mãos deslizando pela sua cintura a fez arfar, enquanto ele a puxava mais perto, como se quisesse fundir suas almas naquele momento. A chuva caía com força, mas eles não se importavam, perdidos na tempestade que rugia dentro deles.
— Não podemos fazer isso aqui — ela protestou fracamente, mas suas mãos já se agarravam aos cabelos dele, puxando-o para mais perto, desejando sentir cada pedacinho de seu corpo contra o dela.
— Por que não? — Ele sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo sedutor e perigoso. — Quem vai nos ver? Quem vai se importar?
A verdade em suas palavras a atingiu como um choque elétrico. Naquele beco escuro, sob a chuva incessante, eles eram invisíveis, perdidos no desejo e na dor que carregavam. Ele a beijou então, um beijo profundo e desesperado, como se precisasse dela para respirar. Ela correspondeu com a mesma intensidade, suas línguas se entrelaçando numa dança selvagem e incontrolável.
Seus corpos estavam tão próximos que ela podia sentir o batimento acelerado do coração dele contra o seu próprio. As mãos dele eram exploradoras, encontrando cada curva e cada centímetro de pele exposta. Seus dedos deslizaram para baixo, levantando o tecido de seu vestido, enquanto ela arfava, um misto de excitação e medo.
Mas então, um som distante os interrompeu. O ruído de vozes e passos, um lembrete brusco de que não estavam tão sozinhos quanto pensavam. Ele parou, seus olhos fixos nos dela, a tempestade ainda fervilhando neles.
— Precisamos sair daqui — ele disse, a voz baixa, mas urgente.
Ela assentiu, o coração ainda batendo freneticamente. Eles se separaram lentamente, a chuva ainda caindo como lágrimas do céu. Ele segurou sua mão, entrelaçando seus dedos nos dela.
— Isso não acabou — ele prometeu, um brilho sombrio em seus olhos. — Voltaremos a nos encontrar.
Ela sorriu, um sorriso triste e cheio de desejo. Sabia que ele estava certo. Seus destinos estavam entrelaçados, e aquela tempestade dentro deles nunca iria realmente se acalmar.
Com uma última olhada para a boate, eles se afastaram juntos, desaparecendo na escuridão do beco, a chuva continuando a cair, testemunha silenciosa de sua paixão e de seus segredos.
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Cᴏɴᴛᴏs sᴏʟᴛᴏs • 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊
ContoContos de Dark Romance escritos por Maya Oliveira