Save Me | .ls

Capítulo Três

When I saw you, everyone knew (Quando te vi, todos souberam)
I liked the effect that you had on my eyes (Que gostei do efeito que causou em meus olhos)
But no one else heard the weight of your words (Mas ninguém ouviu o peso de suas palavras)  
Or felt the effect that they have on my mind (Ou sentiu os efeito que elas causaram em minha mente)
Falling  (Apaixonado)

Birdy - Tee Shirt 

_/\_/\_/\_/\_

Louis sentia como se tivesse dormido apenas três horas durante toda a noite. Ele provavelmente não passou disso, considerando que após o sonho que teve mal havia conseguido pregar os olhos, sem acordar assustado e certificando-se de que estava em casa e não em algum buraco escondido.

Ele viu o dia amanhecendo em sua cama, através da janela. E levantou-se apenas quando escutou o som dos passos de sua mãe no corredor, indo em direção à escada. Foi impossível não se lembrar de quando era adolescente e precisava levantar cedo para ir à escola. Ele particularmente não sentia falta dessa parte de sua vida, apesar de lá no intimo sentir certa nostalgia daquela época em que era bem mais fácil não se preocupar com os problemas dos adultos.

Após deixar um beijo na testa de Scarlett, Louis colocou uma blusa de lã que estava na cadeira do quarto, pois a manhã estava mais fria. Calçou seus chinelos quentinhos e saiu do quarto, fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar suas irmãs. Ao chegar à cozinha, sorriu observando a maneira ágil com que sua mãe preparava o café e o lanche das meninas.

- Bom dia, mãe. - Louis cumprimentou, dando um pequeno susto em Johannah.

- Cristo, Louis. Não chegue desse jeito, quase me matou do coração! - Bronqueou, fazendo com que Louis soltasse uma risada fraca.

Sua primeira risada em tanto tempo, por mais fraca que fosse.

- Precisa de ajuda? - Perguntou, abrindo a geladeira e tirando uma garrafa de leite de dentro.

- O que acha de me ajudar a arrumar a mesa para o café da manhã? Eu preciso terminar de misturar a massa dos cookies para elas levarem de lanche.

- Claro.

Os dois ficaram em silêncio, apenas fazendo o que era preciso. Johannah cantarolava as letras de uma música desconhecida para Louis, mas a voz doce e agradável de sua mãe somente o fizeram apreciar aquele momento confortável ao lado dela.

- Você parece cansado. - A mulher comentou, olhando cuidadosamente para o filho. - Eu pensei que dormiria bastante, você sabe...

Louis encolheu os ombros e continuou com seus olhos presos na mesa.

- Não tive sonhos agradáveis. - Respondeu simplesmente, não querendo deixar sua mãe preocupada.

O problema é que todos estavam começando a falar sobre como seus parentes estavam diferentes após voltarem da Guerra. Isolados e até mais estressados. Johannah ouvia isso em todo canto e sentia medo de que isso acontecesse quando Louis voltasse. Agora, olhando para o seu garotinho, percebia em como ele havia mudado. Estava distante e reguardado. Nada parecido com aquele garoto escandaloso e alegre que lhe deixava de cabelos em pé. Ela sabia que não podia exigir muito dele, pois nem conseguia imaginar o que o filho havia vivido naqueles anos. Mas não queria que ele se perdesse dentro si mesmo.

- Você sabe que pode conversar comigo sobre o que for, certo? Estarei disposta a te ouvir em qualquer horário, filho. Se precisar conversar sobre o que lhe perturba, pode sempre me chamar. Estarei sempre aqui por você.

Louis a olhou e sorriu, andando em sua direção e a abraçando fortemente, escondendo o rosto em seu ombro e tentando esquecer-se do sonho perturbador.