O Jogo do Coração - Bridgerton

Capítulo XII

O sol mal havia nascido, lançando raios dourados sobre a campina quando Vivienne retornou de sua cavalgada matinal. O vento fresco da manhã revigorou seus sentidos, e ela se sentia pronta para enfrentar mais um dia. Ao retornar à propriedade, ela foi direto para os jardins, onde seu cavalete e suprimentos de pintura aguardavam pacientemente.

Vivienne montou seu estúdio ao ar livre perto do mesmo grande carvalho onde havia trabalhado no dia anterior. O som suave das folhas sussurrando ao vento e o canto distante dos pássaros proporcionavam um ambiente sereno, perfeito para a concentração necessária em sua arte. Ela ajeitou a tela e organizou suas tintas, ajustando seu banco para a luz da manhã.

Benedict, pontual como sempre, apareceu pouco depois, trazendo consigo uma xícara de chá para Vivienne.

Benedict: "Para começar bem o dia" (ele disse, entregando-lhe a xícara com um sorriso.)

Vivienne:"Obrigada, Benny,pronto para mais uma sessão de pose?"

Benedict: (rindo) "Claro, contanto que você não me faça parecer muito rígido na pintura."

Vivienne riu junto e tomou um gole de chá antes de começar.

Vivienne: "Prometo que farei justiça ao seu charme natural."

Benedict se acomodou em uma cadeira de jardim, adotando uma postura relaxada, mas digna. Vivienne começou a trabalhar, seus pincéis dançando sobre a tela enquanto ela capturava cada detalhe de seu modelo. A concentração em seu rosto refletia sua dedicação à arte, e Benedict observava fascinado a maestria com que ela trabalhava.

Benedict:"Você realmente tem um talento extraordinário, Viena," (comenta depois de alguns minutos de silêncio) "É como se você visse além do exterior e capturasse a essência de uma pessoa."

Vivienne sorriu, sem desviar os olhos da tela.

Vivienne: "Obrigada, Benny. Pintar é uma maneira de expressar o que sinto e vejo nas pessoas. É uma forma de capturar momentos e emoções que palavras muitas vezes não conseguem descrever."

Eles continuaram a sessão de pintura, conversando ocasionalmente sobre assuntos triviais e compartilhando risadas. Vivienne sentia-se à vontade na companhia de Benedict, apreciando a leveza de sua amizade e o apoio incondicional que ele sempre lhe oferecia.

Benedict: "Viena, posso falar com você sobre algo que mencionei ontem? Antes de sermos interrompidos?"

Vivienne ergueu os olhos da tela, captando a seriedade no olhar de Benedict.

Vivienne:"Claro, Benny. O que você queria discutir?"

Benedict parou um momento pensando nas palavras certas.

Benedict:"Eu estava pensando sobre suas palavras ontem, sobre suas opções para o futuro e sobre seus sentimentos em relação ao Duque de Pembroke."

Vivienne pausou, ponderando sobre como responder. Ela confiava em Benedict, sabendo que ele era um ouvinte atento e um amigo leal.

Vivienne:"É verdade que o Duque tem sido atencioso e gentil comigo. Mas, de certa forma, ainda não consegui me conectar totalmente com ele. Acho que estou tentando entender meus próprios sentimentos antes de me comprometer com qualquer coisa."

Benedict assentiu compreensivamente.

Benedict: "Entendo. E quanto a Colin? Você tem pensado nele ultimamente?"

Vivienne sentiu um aperto no coração ao ouvir o nome de Colin. Ela não podia negar que seus pensamentos frequentemente se voltavam para ele, apesar de seus esforços para suprimir tais sentimentos.

Vivienne:"Coli... sim, eu tenho pensado nele. Mais do que gostaria de admitir."

Benedict : "Você sabe que pode conversar comigo sobre isso, não é? Você não precisa enfrentar esses sentimentos sozinha."

Vivienne sorriu, grata pela presença reconfortante de seu amigo.

Vivienne: "Obrigada, Benedict. Eu sei que posso contar com você."

Enquanto o sol continuava a brilhar sobre os jardins, Vivienne e Benedict compartilharam conversas profundas e reflexões sinceras, fortalecendo ainda mais o vínculo que os unia. Nos cantos mais distantes dos jardins, as flores balançavam suavemente ao sabor da brisa, testemunhas silenciosas das confissões e das promessas de amizade que ecoavam sob o céu azul.

Pouco tempo depois, o som de passos aproximando-se chamou a atenção de ambos. Era Colin, que vinha com um sorriso no rosto e um olhar curioso.

Colin:"Bom dia, vocês dois. Espero não estar interrompendo nada importante."

Vivienne olhou para cima, sorrindo.

Vivienne:"Bom dia, Coli. Estamos apenas dando os últimos retoques no retrato de Benny."

Colin se aproximou para dar uma olhada na pintura.

Colin:"Está ficando magnífico, Vivienne. Você realmente tem um dom."

Vivienne:"Obrigada, Coli" respondeu ela, sentindo-se aquecida pelo elogio.

Benedict, aproveitando a chegada do irmão, comentou com um sorriso travesso

Benedict: "Colin, talvez você possa ser o próximo a posar para Viena. O que acha?"

Colin levantou uma sobrancelha, fingindo considerar a ideia.

Colin:"Posar para um quadro? Não sei se tenho a paciência necessária, mas estaria disposto a tentar, se Vivienne concordar."

Vivienne riu, já imaginando o desafio que seria pintar Colin.

Vivienne:"Talvez um dia. Por enquanto, tenho as mãos cheias com o retrato de Benny."

A manhã passou rapidamente, com Vivienne imersa em sua pintura e os irmãos Bridgerton conversando animadamente. A presença deles trazia uma energia vibrante ao jardim, e Vivienne não podia deixar de se sentir grata por ter amigos tão queridos ao seu lado.

Conforme o sol subia no céu, marcando o fim da sessão de pintura, Vivienne deu um passo atrás para avaliar seu progresso.

Vivienne: "Acho que já fizemos bastante por hoje. Obrigada, Benny, por ser um modelo tão paciente."

Benedict:"Foi um prazer, Viena" (responde, levantando-se e esticando os braços) "Estou ansioso para ver o resultado final."

Colin, sempre brincalhão, acrescentou.

Colin: "Espero que você tenha capturado a essência de Benedict corretamente. Afinal, ele tem uma imagem a manter."

Vivienne riu, guardando suas tintas e pincéis.

Vivienne:"Tenho certeza de que ficará perfeito."

Enquanto os três caminhavam de volta à casa, o coração de Vivienne estava leve. A companhia dos Bridgerton sempre a fazia sentir-se parte de algo maior, uma família estendida que a acolhia e apoiava em todos os momentos. E, embora seu futuro ainda estivesse cheio de incertezas, momentos como esse a lembravam do que realmente importava: amizade, amor e a alegria de viver cada dia ao máximo.