Capítulo XVIII

237 11 1
                                    

Depois da noite passada e dos acontecimentos do baile dos Hawkins, Vivienne acordou cedo, ainda sentindo os efeitos do turbilhão de emoções. Vestiu sua roupa de montaria, prendendo os cabelos em tranças práticas, e desceu para tomar o café da manhã com seu pai e seu irmão. Ao entrar na sala de jantar, deixou um beijo carinhoso na bochecha do pai e outro na testa de George, seu irmão mais novo.

Joseph olhou para ela com um sorriso acolhedor.

Joseph: "Bom dia, querida. Espero que tenha dormido bem."

Vivienne:"Bom dia, papai. Dormi o suficiente," respondeu Vivienne, tentando soar mais tranquila do que realmente se sentia. Sentou-se à mesa e começou a servir-se de frutas e pão.

George, sempre observador, percebeu a leve tensão nos olhos da irmã.

George:"Você parece preocupada, Vi. Algo te incomoda?"

Vivienne deu um sorriso rápido.

Vivienne:"Não, Georgie, está tudo bem. Apenas uma noite agitada ontem. Nada com o que se preocupar."

Joseph franziu a testa ligeiramente, mas não pressionou.

Joseph: "Espero que a cavalgada te ajude a clarear a mente. Lembre-se de não se afastar muito, por favor."

Vivienne sorriu, apreciando a preocupação do pai.

Vivienne:"Não se preocupe, papai. Só preciso de um pouco de ar fresco e de tempo sozinha."

A refeição prosseguiu em relativa calma, com conversas triviais sobre o clima e os planos para o dia. Quando terminaram, Vivienne levantou-se, avisando que iria cavalgar e que não sabia ao certo quando voltaria.

Joseph:"Tenha um bom passeio, querida," disse Joseph, observando enquanto Vivienne se afastava.

George acenou com a cabeça, desejando à irmã um bom passeio.

George:"Cuide-se, Vivz."

Ela acenou de volta, saindo pela porta e caminhando em direção aos estábulos. Montou em sua égua favorita, uma bela e ágil cavala chamada Aurora. Enquanto cavalgava pelos campos abertos, o vento fresco batendo em seu rosto, Vivienne tentou deixar para trás as confusões de seus sentimentos e se perder na liberdade do momento.

Mas, mesmo enquanto o cenário bucólico passava por ela, as memórias da noite anterior continuavam a assombrá-la. O beijo com Colin, sua partida abrupta, e a confusão que isso trouxe à sua mente eram difíceis de afastar. Ela sabia que precisava de tempo para entender seus próprios sentimentos e o que realmente queria para o futuro.

Durante a cavalgada, Vivienne sentiu a tensão se dissipar gradualmente, substituída por uma determinação renovada de enfrentar seus desafios com a cabeça erguida. Decidida a não deixar que a confusão emocional a dominasse, ela sabia que precisava de clareza para tomar as decisões certas para sua vida e seu coração.

Após algumas horas cavalgando pelos campos, Vivienne sentiu que a calma estava finalmente voltando ao seu espírito. O tempo passado sozinha com seus pensamentos, o som rítmico dos cascos de Aurora batendo contra o chão, e a brisa fresca do campo haviam sido exatamente o que ela precisava para clarear a mente. Com um suspiro profundo, ela decidiu que era hora de voltar para casa.

Guiou Aurora de volta pelos trilhos conhecidos, o caminho de volta à mansão Twekesbury. À medida que se aproximava, os contornos familiares da propriedade começaram a surgir à vista, dando-lhe uma sensação de conforto e pertencimento. Quando chegou aos estábulos, desceu da égua com uma agilidade prática, entregando as rédeas ao tratador com um sorriso agradecido.

O Jogo do Coração - BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora