Cap 3 - O sacrifício

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  Capítulo 3 - O sacrifício

    Um dos seguranças abre a porta do carro e do outro lado estava o meu pai sentado, entro e me sento com um certo receio, me afastando o máximo que podia afinal sabia que se tinha uma coisa que ele não queria era o meu toque afinal se o quisesse não teria me deixado presa em Westbrook por tantos anos.

    A viagem até a nossa casa,.se ainda fosse a mesma,.seria bem longa e eu vou todo o caminho vendo o mesmo lado da estrada que os meus olhos lacrimosos não me permitiram vê quando vim para cá a primeira vez, nada havia mudado em relação aos arredores de Westbrook porém quando vamos entrando na cidade... As mudanças eram extremamente visíveis.

    Contudo não as vi por completo pois o meu pai levantou o vidro do carro, e ele era totalmente escuro tanto do lado de dentro quanto o de fora, o ar confia deixava tudo mais frio e aquele carro estava parecendo o olhar do meu pai para comigo.

    Escuro e frio.

    Cruel e intransponível.

    Assim que o carr o está fazendo uma curva, pelo modo como ele está a fazendo eu reconheço que já havíamos chegado na nossa casa, não haviam mudado de local e também quanta burrice a minha achar que a minha insignificante opinião relevaria em algo.

    Eu não era nada, nunca fui, nem haveria de ser. E eu nem sabia como ser algo, sendo bem sincera.

    O carro estaciona e os vidros se abaixam, o ar daquela casa estava tão pesado quanto dá última vez que estive aqui mas dessa vez estou tranquila pois não seria eu a culpada.

    Ele sai do carro primeiro e conversa algo com o segurança, o mesmo que vem abrir a porta para que eu saia e eu mesmo com receio o sigo para dentro da mansão, ele me espera e fica segurando a porta até que a fecha quando eu finalmente adentro naquele local... Os arrepios são inevitáveis e as minhas mãos estavam gélidas.

    Aos poucos vou perdendo as forças das pernas então apenas consigo me sentar no sofá e evito olhar para aquele maldito quadro, sinto alguém se aproximar de mim e quando ergo a minha cabeça as lágrimas eram inevitáveis afinal era a minha babá... Ela ainda estava aqui.

    Levantou rapidamente e lhe dou um abraço forte, ela também se emociona, quando nos afastamos ela segura as minhas mãos e observa o meu rosto.

    - Você está tão linda minha querida - afirma emocionada.

    - Você também não mudou nada com esses anos... Onde está a Larinha? - questiono e logo o semblante alegre dela dá lugar a um semblante opaco e triste.

    Meu pai estava se aproximando da sala, ela se afasta de mim e ele diz com toda frieza do mundo.

    - Lara está morta... Você como sempre sem tato algum para fazer as suas perguntas incovenientes - repreende com a mesma dureza nas palavras.

    - Senhor não diga isso...

    - Vá para cozinha e me traga uma água, imediatamente - ordena sentando na sua poltrona logo em seguida.

    Ela vai para cozinha e eu permaneço de pé, ele permanece em silêncio até que ela traz a água e ele a toma, colocando o copo na mesinha que portava o abajur.

    - Sente-se, precisamos conversar - ordena se encostando na poltrona.

    - Antes eu quero vê a minha mãe...

    - A sua mãe está no hospital - fala de maneira ríspida e eu sinto meu coração apertar.

    - O que você fez com ela? - questiona revoltada e ele grita :

    - Você me respeite! Eu sou seu pai e exijo que se dirija a mim com respeito - ordena me apontando o dedo na cara, permaneço de pé e dou uma risada rápida.

    - Por que exige que eu te trate como pai e te dê respeito sendo que você mesmo falou da última vez que me viu você mesmo falou que não era o meu pai mais! - questiono com ódio e ele fica calado - Se acontecer alguma coisa com a minha mãe saiba que o único culpado é você! Você matou a minha mãe! - grito e ele levanta rapidamente, vindo para cima de mim pronto para me dá um tapa um tapa na cara até que um senhor invade a sala e grita :

    - Se você bater nela as suas chances de redenção se anulam aqui - pontua o senhor e ele abaixa a mão - Pode se sentar senhorita - pede de uma forma educada e eu me sento no sofá mais próximo e ele senta-se do meu lado.

    - O que veio fazer aqui? - questiona o meu pai sem nem olhar para ele.

    - Olhe para mim Harold, se tem alguém que deveria se se envergonhar das suas atitudes esse alguém não sou eu - pede o homem e o meu pai respira fundo - Como a Ester está?

    - Como você acha que uma mãe reagiria a notícia de que a filha seria assassinada? - pergunta de volta com um certo ódio.

    - Talvez da mesma forma que a minha esposa reagiu quando viu o nosso filho desmaiado no chão por que não aguentou a dor da traição que a sua filha cometeu... Se tem alguém aqui que deve ficar na defensiva não é nenhum de nós, precisamos fazer um acordo com Harold eu não quero cumprir o que está previsto - pontua com um certo peso no olhar.

    Meu pai pensa um pouco e logo em seguida saí da sala deixando o senhor sozinho comigo, nesta a entendendo o que era aquilo mas pelo visto a saúde da minha mãe estava em jogo.

    - O que aconteceu? - questiono e o senhor para onde estava, ele se vira para mim e me olha com um olhar compassivo e diz :

    - A sua irmã estava noiva do meu filho, mas ela o traiu e a notícia não caiu bem a nenhuma das duas famílias - explica com calma, ele senta-se no outro sofá e respira fundo - A sua mãe infartou assim que soube e a minha mulher também está muito mal... Ambas são amigas, a sua mãe deve ter comentado sobre ela...

    - E o seu filho? Ele está bem? - questiono o deixando surpreso.

    - Não ele não está... Ele não fala há dias, não sorri, não quer comer, e não quer sair do quarto - responde com uma dor enorme nas palavras.

    - Pelo pouco que eu sei sobre esses acordos o único crime imperdoável é a traição... Você vai matar a gente não é? - confirmo nervosa e ele olha para mim, fica um tempo me observando e diz :

    - Você mataria o seu melhor amigo? - eu nego com a cabeça - Pois então são dois laços de amizade afinal a minha esposa não aguentaria ficar sem a melhor amiga... E você não tem nada a vê com isso - ele levanta e continua - Talvez eu não mate vocês mas também não poderei ajudar em nada... A sua irmã deu um golpe milionário nos empreendimentos do seu pai, sua família está em ruina e a única coisa que poderia salvar-los era essa união - explica fazendo o meu coração apertar.

    Sem dinheiro não teria como a minha mãe sobreviver no hospital e isso seria muito injusto com ela.

    Era uma união que eles precisavam e um sacrifício teria que ser feito.

    Eu nunca imaginei que tomaria o lugar da minha irmã e me casaria com o noivo dela mas nessas circunstâncias não há outra coisa a ser feita.

    Eu precisava da minha mãe viva e se para isso eu terei que me casar... Eu aceito o sacrifício.

    - Eu me caso no lugar da minha irmã! - grito saltando em frente o carro do senhor porém o impacto dele no meu corpo faz com que eu caia longe dali.

    Eu sentia uma dor enorme no meu peito e preferia que ela me consumisse a ter que acordar e vê que esse acordo não foi aceito.

MA BELLE⁴Onde histórias criam vida. Descubra agora