00. PRÓLOGO

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DESDE QUE EU ME CONHEÇO por gente eu sei o quanto sou complicada de conviver, e essa é uma das razões pela qual tenho a agradecer meus melhores amigos, que me aguentam desde o primeiro ano. Sendo sincera eu deveria ganhar um prêmio por fazer o mesmo com eles e sem querer soar sentimental, mas nosso amor vai além dos nossos dias ruins e brincadeiras de mal gosto, a gente se apoia mais que nossas famílias. Hoje é primeiro de agosto e falta exatamente um mês para mim voltar a rotina apressada de Hogwarts e não poderia estar mais ansiosa, contando os dias para sair da mansão Malfoy, - a minha casa mal assombrada de péssimos pais e um irmão idiota que tenta ser igual ao papai , - para ir para o meu verdadeiro lar.

Em meu quarto, me arrumo com o vestido de seda vermelho vinho, coloco meus acessórios pratas, faço uma maquiagem simples ousando no preto e arrumo meu cabelo quase branco numa só trança ao lado esquerdo dos ombros. Respiro fundo me preparando para a atuação de mais tarde.

- Olivia? Está pronta? - A voz grossa de meu pai ecoa na mansão - Venha cá e desça imediatamente.

Desço as escadas e encontro meus pais e meu irmão com um semblante sério costumeiro.

- Podemos ir, estou pronta para a festa da melhor prima do mundo e mais virgem, com certeza- Digo a última parte mais baixo, olhando diretamente para Lucius que tranca o maxilar e me manda calar a boca.

- Você ira se comportar hoje, senão não vai saber da surpresa que eu e sua mãe preparamos para os dois. Trate-os com educação, Olivia - Meu pai arruma o terno e ajeita as sobrancelhas grisalhas.

- Olie, venha cá um pouco, vamos para o canto que quero lhe dizer umas coisas - Minha mãe pede com nervosismo presente nela, ela demonstra estar nervosa quando pisca demais, repetidamente.

- O que? - Falo fingindo não ligar para o ato dela.

- Sei que não gosta muito de mim, acha que sou uma mãe ruim, não ligo para os meus filhos e tudo isso. Mas o motivo da minha vida é vocês, filha, acredite se quiser. Queria na verdade te dizer que esse ano... Aproveite muito, está me entendendo? Faça o que achar que é melhor para ti, viva intensamente. Faça o contrário do que eu fiz e me arrependi, vivi pelos outros. Sensatamente, você não vai me perdoar pelas merdas que te fiz passar, mas peço que pense nisso com a sabedoria que você tem, e eu pelo menos sei que do jeito que te criei você se tornou uma mulher muito forte. Bom, vamos aparatar agora, certo? Devemos ir.

Ela acha mesmo que me tornei mais forte? Eu queria pais presentes e que não pagara as dívidas com joias caras de marcas renomadas e bruxas. Não é esse discurso que vai me fazer a perdoar. Mas ela sabe a desequilibrada que criou, sabe?

Mas por que motivo o discurso?

Na casa da minha prima eu cumprimentei todos e lhe desejei o melhor dos aniversários, como todo ano, e parti procurar os elfos que estavam com as champanhes. No caminho encontro Régulos Black com suas vestes luxuosas, mexendo nos anéis, no entanto quando fui o cumprimentar apareceu logo atrás Walburga Black, me olhando de acima a baixo. - Olá, Olivia - Disse a mulher.

- Boa noite - Disse sorrindo de leve. Logo notei que apenas Sirius estava faltando ali, já que havia encontrado com o pai dele na chegada. - Com licença, Sirius está onde? -

- Sirius? - Seu semblante é frio e parece ficar com raiva diante das minhas palavras.

- Isso, cadê ele? - Pergunto agora olhando para Régulos que diz que precisava tomar um ar.

- Menina, achei que sabia que Sirius nos largou. Faz uma semana. - Está brincando?

- Ah, você está dizendo que ele fugiu? - Falo mais baixo que normalmente.

DESTINO SANGUE PURO, James F. PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora