02. Quadribol e Carta.

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Eu geralmente acordo mais cedo que a maioria dos estudantes e nunca falto as aulas, mas não há nenhuma regra super restrita sobre as vezes burlar a rotina, em todo caso, é isso o que estou fazendo. Segunda semana de aula e hoje tem o primeiro jogo de quabribol do ano, hogwarts inteira vibra por esse dia, todos os ano, até porque é o único em que o jogo é em dia de semana e as aulas são mais curtas. Estou muito cansada e por isso resolvo matar aula dormindo e aproveito guardar energia para assistir a Grifinória e Sonserina jogarem. 

Faltando pouco mais de meia hora para a partida começar, resolvo tomar um banho e me arrumar. Coloco uma roupa simples, um cachecol vermelho, me encho de acessórios e quando estou arrumando meu cabelo ouço batidas na porta.

- Entre, está aberta! - Digo imaginando ser algum dos meninos ou minhas amigas.

A porta é brutalmente aberta e então vejo que acertei em cheio no palpite.
- Tudo bem? Você faltou aula hoje, isso não é comum. - Remus chega colocando a mão em minha testa, sem perceber que me assustei com o ato repentino.

- Tire sua mão de mim, por favor? Desculpe, mas o que é isso? - Rio fraco - Estou perfeitamente bem, só estava cansada e resolvi dormir, acordei agora pouco.

James e Peter que estavam escorados no batente da porta resolvem entrar e sentar em minha cama.
- Sirius ficou lá esperando a partida começar, vai demorar para se aprontar, Olie? - Peter pergunta com sua voz mais rouca do que os outros anos

- Estou ansioso para ganhar, faça alguma coisa, Olivia! - Diz James caindo para trás e colocando os braços de apoio.

- Estou pronta, Pete. - Rio e faço que não com a cabeça.

Até meus quatorze anos, mais ou menos, eu me preocupava muito com os jogos da Sonserina contra Grifinória. Não digo das possíveis brigas ou coisas do tipo, eu me preocupava em torcer para a grifinória. Não sentia que era certo aquilo, mesmo eu sendo da casa e tudo mais, foi um sentimento de acolhimento quando parei de preocupar com isso. Eu tinha medo de que Lucius me visse e contasse para nossos pais e me castigassem por isso, tinha medo dos julgamentos, do que viria depois e é claro que eu também tinha medo das brigas, já que é isso que se espera dos jogos desses dois times.
Penso nisso todo o caminho, até chegar nas arquibancadas.

- Você vai para seu time? - Pergunto para James, colocando minha mão no ombro do mesmo.

- Vou. Quer ir comigo? Sirius e eu precisamos da sua boa sorte. - Da uma piscadela e depois vira tentando encontrar seu time no gramado. 

Eu sinto minha bochecha esquentar e automaticamente viro o rosto para o lado, tentando esconder minha vergonha. Mas o que? - Vou junto. Vocês precisam mesmo de bastante sorte. - O provoco. Ele costuma fazer essas brincadeiras desde que nos conhecemos e eu nunca me senti assim.

Ele me observa e dá um leve sorriso. - Se sua sorte for potente, Olie, ela vai servir. - Descemos a arquibancada e no último degrau que ele já está no chão eu pego sua mão.

James e eu temos uma relação um pouco mais afetuosa ou íntima que os outros, isso desde quando nos conhecemos e eu desde o início tive a mania de pegar na mão dele ou andar de mãos dadas. Isso sempre foi uma coisa nossa, apesar que com os anos esse ato vai se tornando mais raro e distante, ainda o faço.

- Ma fleur¹, Olivia! - Sirius corre para mim com os braços abertos para me abraçar e eu pego os braços dele e abaixo, brincando com ele. - Nossa, Olivia. Nunca mais te abraço, isso me magoou profundamente. - Diz fazendo drama.

- Estou tirando com a sua cara, bobão. - Abraço ele por cima dos ombros mas logo o solto. - Está nervoso? - Pergunto e ele suspira longamente.

- Dá para aguentar. - Ele diz e na mesma hora ouvimos um apito ensurdecedor, indicando para as devidas equipes se posicionarem.

DESTINO SANGUE PURO, James F. PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora